23 fevereiro 2021

Vieira quer que JJ saia. Não vai despedi-lo (devido a indemnizações) mas aceita a demissão; Sporting quer renegociar Pedro Porro com o City; “Rua Vi€ira” marca buzinão

Sem a possibilidade de resgate – ponto previsto contratualmente – durante os dois anos do empréstimo celebrado com o Sporting e com a certeza de que a SAD vai, provavelmente já no final desta época, avançar para a opção de compra, cifrada nos 8,5 milhões de euros, o Manchester City tenta, segundo O Jogo, explorar ao máximo este futuro negócio de Pedro Porro, ala direito que tem estado em evidência de leão ao peito, acumulando jogos, golos, mas também prémios na I Liga, na qual é o melhor defesa há três meses consecutivos. Só há, porém, um caminho que o atual líder do campeonato inglês, pode trilhar, o da percentagem de uma futura venda, cujo valor será discussão entre partes, tentando cada clube defender a sua dama.
Começando pelo lado dos citizens, dão já o futebolista como “perdido” para os leões, mas lutarão até ao fim pelo ativo, nem que seja para mitigar o investimento que realizaram nele em 2019, quando pagaram 12 milhões de euros por um jovem do Girona que já fora cobiçado pelo Real Madrid, mas que o crescimento a curto prazo, neste caso via empréstimo ao Valladolid, não foi o desejado, fruto dos problemas musculares que lhe permitiram realizar apenas 15 jogos na última época. Quanto aos verdes e brancos, estudaram o mercado, acreditaram que podiam recuperar rápido o espanhol, confirmando-se, já na segunda metade da época, a aposta pensada entre o presidente Frederico Varandas, o diretor desportivo Hugo Viana e o técnico Rúben esta aposta é tão expressiva que o Sporting está a pensar acionar a cláusula de compra, prevista para 2022, no próximo verão. Agarrar já Porro e evitar acumulação de assédios é um ponto assente na organização desta pasta.
Mesmo em época de limitações, impostas em parte pelos cortes a que a pandemia da covid-19 obrigou nas sociedades, o Sporting, tal como outros tantos clubes, perdeu alguma capacidade de discussão, notando-se isso, por exemplo, nos negócios feitos no verão, onde optou por deixar na mão de clubes credores parte de futuras vendas consideráveis, como foi o caso do Famalicão, que apesar de ter vendido 100% dos direitos de Pedro Gonçalves, tem, por agora, metade de um eventual negócio pelo artilheiro do campeonato – é, contudo, uma situação que a SAD vai renegociar. Hoje, e fechadas as duas janelas de mercado da época 2020/21, a administração olha para as contas e vê maior equilíbrio, pois apesar de ter contratado Paulinho por 16 milhões, só o vai começar a pagar em setembro e ainda tem dinheiro a entrar em caixa das vendas de Acuña e Wendel, que em conjunto rendem 30 M€ aos cofres.
Estes novos argumentos permitem que os verdes e brancos partam com confiança para a negociação com o City, a abrir no final da temporada, pois neste momento toda a estrutura coloca a prioridade no campeonato, onde o Sporting é primeiro, tendo no próximo sábado um teste de fogo, na visita ao FC Porto: não obstante da vertente desportiva, da bola a rolar, os leões vão querer baixar ao máximo essa mais-valia que ficará junto dos ingleses, que são seus “parceiros”, numa ponte estabelecida já na égide de Frederico Varandas, com uma relação protocolar que já levou Félix Correia para os multimilionários e que pode funcionar como trunfo noutros negócios – neste caso, como o de Porro.
Importante também será, neste processo, a palavra do jogador, felicíssimo no Sporting, por quem já realizou 27 jogos, apontando quatro golos e assumindo um papel preponderante à direita, onde precisou de jogar quase sempre por não ter um verdadeiro concorrente: Ristovski foi riscado antes do arranque oficial, Gonzalo Plata apareceu esporadicamente à direita e só no final da última janela chegou João Pereira, um veterano já com 36 anos – completa o 37.º aniversário na quinta-feira.
Agradecido ao Sporting, Porro quer cimentar-se com a verde e branca vestida, pelo menos até final de 2022, ainda que saiba de algumas sondagens que estão a aparecer junto dos seus representantes. É precisamente esse assédio que fundamenta a intenção de o leão em despachar, o quanto antes, este processo, agarrando um internacional sub-21 de Espanha, com precisamente 21 anos, que apesar de ainda entrar nas contas da formação de Luis de la Fuente, técnico da Rojita, para o Europeu da categoria, em março, está às portas dos AA, pois Luis Enrique, noutra informação avançada pelo próprio selecionador de sub-21 em entrevista ao jornal, vai acumulando relatórios sobre o ala direito.

Vieira quer que JJ saia. O empate averbado em Faro acentuou a crise desportiva do Benfica, agora com 15 pontos a separar as águias da liderança do campeonato, e aumentou o distanciamento entre presidente e treinador. Nesta altura, vive-se um clima de guerra fria entre Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus, mas nesta altura e perante os 15 pontos de desvantagem para o Sporting, o líder das águias veria com bons olhos um pedido de demissão do técnico.
Segundo o jornal Record apurou, o presidente benfiquista, de 71 anos, não tomará a iniciativa de demitir o amadorense, de 66. Jesus tem contrato até junho de 2022 e despedi-lo seria um encargo que a SAD não quer assumir. No entanto, não recusará uma separação, se Jesus der esse passo. De acordo com as informações, Vieira admite alguma desilusão por os resultados do projeto estarem muito aquém do esperado, depois de um investimento superior a 100 milhões de euros em contratações. Além dos reforços de verão, a SAD garantiu Lucas Veríssimo no inverno, oferecendo ao treinador o defesa-central que tanto desejava. Vieira, por outro lado, não disfarça o desencanto por a aposta nos valores da formação ter sido abandonada. Tomás Tavares, Florentino e Jota foram emprestados no verão e Ferro saiu em janeiro, para o Valencia. Gedson trocou o Tottenham pelo Galatasaray, na reabertura do mercado. O lateral-esquerdo Nuno Tavares tem sido o mais utilizado, somando 19 jogos, e Gonçalo Ramos, uma das novas esperanças ‘made in Seixal’, tem dez presenças, três como titular.
Vieira empenhou-se pessoalmente na contratação de Jesus, ao ponto de se ter deslocado ao Brasil em julho passado, para garantir o seu regresso à Luz, cinco anos depois de ter saído para o rival Sporting. Os resultado estão longe de agradar, mas o treinador, sabe o jornal, também se sente desiludido, pois considera que não lhe foi cumprida a promessa de ser formada uma superequipa.
Apesar do investimento nunca antes visto, Jesus entende que ficaram por contratar alguns jogadores e posições-chave por preencher. Ainda no final do jogo com o Farense, que terminou sem golos – as águias apenas fizeram dois remates enquadrados com a baliza, num total de 15 –, o treinador queixou-se da falta de “um jogador que meta a bola lá dentro”. Jesus pretendia ainda um médio de características defensivas, tendo pedido ou William Carvalho ou Willian Arão, jogadores com quem trabalhou no Sporting e no Flamengo, respetivamente. Com as negociações por Lucas Veríssimo em andamento (o central custou 6,5 milhões de euros), a SAD não teve meios para satisfazer esse desejo. Afastado das deslocação da equipa desde que recuperou da Covid-19, por indicação médica, Vieira tem estado no Benfica Campus, quase diariamente, acompanhando o plantel e a estrutura do futebol. Mas a relação com JJ já foi mais próxima do que se verifica atualmente.

“Rua Vi€ira” marca buzinão. O movimento “Rua Vi€ira”, que tem contestado a gestão da Direção do presidente do Benfica nas últimas semanas, agendou um buzinão junto à rotunda Cosme Damião, ao lado do Estádio da Luz, para amanhã. Este grupo marcou o início da ação de contestação a Luís Filipe Vieira para as 19h04, em analogia ao ano da data de fundação dos encarnados. O movimento tem espalhado tarjas e placas um pouco por todo o país nas semanas mais recentes.

3 comentários:

  1. RUA VIEIRA!!!!! estes 62% acordaram tarde!!!!

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  2. O facto de a maioria dos portistas e sportinguistas quererem a continuidade do Vieira, quer-me parecer que isto espelha bem o cenário...

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    1. Isso está tão longe de ser um facto que até mete pena o objectivo da frase.
      Dá dó...

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