29 outubro 2019

Juve Leo deixa ameaça no ar, mas...; "O sítio e o momento para Vietto dar o salto que precisa na carreira"; Benfica de Lage com menos golos, remates e pontaria

À passagem da 8ª jornada do campeonato, o Benfica surge como a segunda equipa mais concretizadora com 17 golos, só atrás do FC Porto (19). No entanto, os números demonstram que, na era Bruno Lage, os encarnados estão menos letais esta época. Não foi só a média de golos que baixou – 3,8 nos 19 jogos em 2018/19, contra 2,1 nas oito rondas desta temporada –, mas também o número de remates, sejam eles ou não enquadrados com a baliza do adversário.
Os dados fornecidos pela Opta são elucidativos quanto às diferenças para a primeira época de Lage, que terminou com a conquista do título e, no global, traduzem uma maior dificuldade da equipa no último terço ofensivo. Em 2019/20, a equipa encarnada baixou quase todos os índices de finalização, excetuando a média de remates fora da área: 4,5 em 2018/19 contra 5,6 nas primeiras oito jornadas.
De resto, os números ajudam a sustentar um início de época de menor fulgor, sobretudo ao nível de exibições. O painel ouvido pelo nosso jornal, composto por Manuel José, João Alves e Álvaro Magalhães é perentório: existem vários fatores a contribuir, mas o facto de Bruno Lage ainda não ter encontrado uma equipa base acaba por ser o mais decisivo. "Nesta altura, a equipa ainda está em construção", considera o Luvas Pretas. Já Manuel José não tem dúvidas. "Os jogadores do Benfica, quando olham para o lado, veem um colega diferente", sustenta o antigo treinador.
O dado mais contundente está relacionado com os remates dentro da área: a equipa de Lage baixou de 12,3 em 2018/19 para 8,6 esta temporada. A pontaria também piorou, uma vez que as águias contabilizam uma média de disparos bloqueados ainda mais elevados. Agora, a média cifra-se em quatro por jogo, em contraste com os 3,6 registados no primeiro ano do setubalense à frente do Benfica.
Em contra-ataque, também houve um decréscimo, o que pode indiciar um menor índice de aproveitamento de situações de transição ofensiva.

“Está no sítio certo para dar o salto”. Luciano Vietto assumiu particular protagonismo na receção ao V. Guimarães no passado domingo, ao assistir para os dois primeiros golos com que o Sporting derrotou os vimaranenses por 3-1. Primeiro, com um passe de rutura, a isolar Jesé na cara de Miguel Silva; depois, numa combinação culminada pelo compatriota Acuña. O argentino fez jus ao 10 que enverga em Alvalade, onde tem terreno propício para confirmar todo o potencial demonstrado na sua chegada à Europa em 2014, para o Villarreal. Quem o perspetiva, em declarações ao jornal O Jogo, é Mauro Camoranesi, ex-internacional italiano que se cruzou com Vietto no Racing, em momentos inversos na carreira de cada um. No ocaso de um percurso que teve o seu ponto alto nas oito temporadas ao serviço da Juventus – e na conquista do Campeonato do Mundo por Itália em 2006 –, Camoranesi encontrou em Avellaneda um valor emergente que agora procura relançar a carreira de leão ao peito: Luciano Vietto.
“Não me surpreende. Ele tem muita qualidade técnica e o campeonato português e o Sporting podem ser o espaço que ele necessitava para poder confirmar todo o potencial que tem”, começou por referir o ex-jogador que entre 2012 e 2014 fez 35 jogos com o agora número 10 do Sporting, antes de este rumar à Europa, brilhar pelo Villarreal e depois ter passagens menos fugazes pelo Atlético de Madrid, um pouco melhor pelo Sevilha, e menos feliz pelo Fulham, como se pode verificar no gráfico anexo. “Agora ele está a ter continuidade, que era o que lhe faltava nos outros clubes por onde passou. Ele saiu muito jovem da Argentina e faltava-lhe a maturidade que agora, com certeza, já terá. Este será o sítio e o momento certo dar o salto que precisa na carreira”, observou Mauro Camoranesi sobre o jogador que, após o jogo como V. Guimarães, apenas é superado entre leões por Bruno Fernandes e Luiz Phellype na participação direta nos golos da equipa – leva um tiro certeiro e duas assistências (para Jesé e Acuña).
Nem a seleção é posta de lado por Camoranesi, desafiado a perspetivar o futuro do jogador contratado ao Atlético de Madrid, em negócio paralelo ao acordo pela transferência de Gelson. “Porque não? A seleção atravessa um momento de renovação e ele pode ter uma oportunidade. Qualidade para lá chegar, ele tem. Só precisa de mostrá-la de forma contínua.”

Juve Leo ameaça com tribunais e está disponível para reunir com a SAD do Sporting. A Juventude Leonina, uma das duas claques - juntamente com o Directivo Ultras XXI - que o Sporting acusou de faltarem no apoio aos atletas do clube e de serem responsáveis por "escalada de violência", emitiu um comunicado em que, além de alegar ilegalidade na resolução do protocolo entre o clube e dois Grupos de Adeptos Organizados (GOA), ameaça com levar o caso aos tribunais se o clube continuar a obstruí-los e a forçar a saída da sua sede. A fechar o comunicado, a claque abre a porta ao diálogo para resolver a bem a situação.
"Alertamos que qualquer ato por parte de V. Exas. (e salientamos, que se o comodatário for privado dos seus direitos ou perturbado no exercício deles, pode usar, mesmo contra o comodante, dos meios facultados ao possuidor nos artigos 1276.º e seguintes do Código Civil) que obstaculize os direitos que nos assistem, agiremos em conformidade com recurso às instâncias judiciais competentes", escreveu a Juve Leo no ponto 16 do comunicado há pouco divulgado.
A fechar, a abertura para falar e resolver pela via do diáologo o diferendo: "A JL, apesar de todos os atos precedentes, encontra-se na disponibilidade para reunir com V. Exas. e encontrar um entendimento comum que possa favorecer o Sporting e, em particular, os seus profissionais nunca lhes faltando o apoio que merecem. Aliás, a JL acredita que é esta única via possível e aquela que respeita a instituição centenária que é o Sporting."

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