27 setembro 2024

“Rui Costa leva dos lados e por trás, nunca pensei que levasse pela frente”; A Luz pode 'aquecer' hoje novamente; "FC Porto? Vítor Bruno aprende bastante com Sérgio Conceição a liderar"; FC Porto macio como manteiga

Os sócios do Benfica voltam a reunir-se hoje em reunião magna, depois da Assembleia Geral Extraordinária estatutária na semana passada, que após longas horas será ainda retomada. Agora, em cima da mesa vai estar a votação do Relatório e Contas do clube, comum prejuízo de 21,122M€ - mas espera-se muito mais. Isto porque tem havido alguma contestação por parte de adeptos em relação à Direção e é esperado que o presidente Rui Costa seja questionado quanto às movimentações do mercado de transferências, à saída de Roger Schmidt e à gestão do clube.
Na Assembleia Geral em que foi votado (e aprovado à tangente) o Orçamento para 2024/25, Rui Costa foi fortemente contestado pela maioria dos adeptos que marcaram presença na reunião magna, que teve de acontecer no Estádio da Luz dada a elevada adesão dos sócios. Já no fim de semana passado, Fernando Seara demitiu-se do cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral durante a reunião para aprovar os novos estatutos.
Numa altura em que falta cerca de um ano para as eleições presidenciais, as Assembleias Gerais têm servido para serem tomadas posições. João Diogo Manteigas, único candidato oficial, e João Noronha Lopes, ex-candidato, têm sido presenças assíduas nas últimas AG, sempre com intervenções perante os sócios. Na última entrevista que deu à BTV, Rui Costa garantiu esperar críticas: "Espero uma AG à Benfica, com o respeito e dignidade que este clube tem. Cá estarei para ouvir a crítica, mas, também, dentro do respeito a que este clube obriga."
A reunião magna de hoje, que será conduzida pelo novo presidente da MAG José Pereira da Costa, está marcada para começar às 20h30, mas sem fim previsto, decorrendo dentro dos mesmos moldes das anteriores e sem alteração de procedimentos. Na ordem de trabalho há apenas o ponto único para apreciação e votação do Relatório e Contas e do parecer do Conselho Fiscal.

“Rui Costa leva dos lados e por trás, nunca pensei que levasse pela frente”. Uma nova turbulência atingiu o Benfica, numa altura em que o panorama desportivo das águias ganha estabilidade com as três vitórias seguidas sob o comando do treinador Bruno Lage. Depois da entrevista do ex-presidente Luís Filipe Vieira e da conturbada Assembleia-Geral (AG) que levou à demissão de Fernando Seara (então presidente da mesa da AG), agora é a vez do antigo vice-presidente Luís Mendes vir a público criticar Rui Costa.
Luís Mendes, que era o vice-presidente a quem Rui Costa entregou a pasta das finanças, afirma mesmo que "Rui Costa perderia para qualquer candidato, até para [Luís Filipe] Vieira", se o Benfica fosse hoje a votos. E deixa, numa entrevista que o jornal Record publica hoje na íntegra, críticas duras à gestão do Benfica, "a voltar ao tempo dos dinossauros", sem deixar de lado a gestão desportiva das águias, alertando para os perigos da "política expansionista de aquisição de jogadores".
Ora, esta entrevista surge entre dois momentos importantes na vida associativa do Benfica: a AG para a revisão dos estatutos, realizada no passado sábado, e a AG para aprovação das contas do clube, para apreciação e votação do relatório de gestão e as contas do exercício de 2023/24. E isso é o que mais surpreende Diamantino Miranda, um histórico das águias. 
Afinal, Luís Mendes "era o grande amigo do Rui Costa, parece que foi a única pessoa que veio pela mão do Rui Costa para o clube, tinha um cargo importante". "Conhece bem o Rui Costa. Poderia ter o bom senso de preservar o Benfica e dar esta entrevista a seguir à Assembleia de sexta-feira", argumentou o antigo capitão dos encarnados.
"Não coloco em causa o pensamento que ele tem sobre o Benfica. Nem vou dizer se tem razão ou não. Achei que podia esperar quatro ou cinco dias, deixar passar a apresentação das contas. Pela amizade que ainda deverá ter com o Rui Costa (hoje fico com muitas dúvidas se ainda tem), podia preservar um pouco o Benfica e também o Rui Costa", complementou Diamantino Miranda, em comentário na CMTV.
Diamantino esclareceu que não coloco em causa o conteúdo da entrevista de Luís Mendes, mas sim o momento escolhido pelo ex-vice do Benfica para proferir declarações que atingem diretamente o presidente Rui Costa. Além disso, ainda está na memória de muitos benfiquistas a recente entrevista em que Luís Filipe Vieira "derreteu Rui Costa", como tem sido publicamente comentado.
"Neste momento, o Rui Costa está numa situação em que leva da esquerda, leva da direita, leva por trás... O que eu nunca esperei é que levasse pela frente. Nunca esperei que levasse pela frente, julguei que as pessoas, mesmo pensando caminhos diferentes para o clube em termos de gestão ou desportivos, tivessem algum recato", insistiu.
Ainda por cima, a entrevista surge dias após o presidente da mesa da AG, Fernando Seara, apresentar a demissão, deixando o presidente do Benfica ainda mais isolado. Todavia, Diamantino Miranda não acredita numa "conspiração" para fazer cair Rui Costa. 
"Não vou ser vidente, não sei o que vai na cabeça do Luís Mendes, ou na cabeça do Fernando Seara, mas não acredito que tenham feito isto com alguma agenda. Vamos esperar", comentou: "Já se percebia por que Luís Mendes saiu, porque não estava de acordo com o caminho que se estava a seguir em várias áreas do clube. Não me parece pessoa para esconder ou guardar para hoje aquilo que queria dizer, julgo que o Luís era pessoa para fazer isso [falar com o Rui Costa]".
"Não concordo é com o timing", concluiu o antigo capitão do Benfica: "Depois do que houve na Assembleia anterior e com mais uma Assembleia para apresentar as contas na próxima sexta-feira, [Luís Mendes] podia ter esperado dois ou três dias. Deixou Rui Costa muito mais fragilizado do que já estava".

FC Porto macio como manteiga. No rescaldo do desaire na Noruega, o primeiro diagnóstico da equipa técnica e dos jogadores apontou à falta de agressividade e os números corroboram em pleno a teoria. Foi um FC Porto macio que caiu aos pés do Bodo/Glimt.
Diogo Costa admitiu que é "muito mau quando falta agressividade" e não teve problemas em assumir que era preciso saber "parar com faltas", mas os dragões chegaram ao intervalo apenas com uma e já em desvantagem no marcador. No segundo tempo foram sete, mas as oito faltas ficaram muito abaixo das 14,5 que, em média, o FC Porto faz por jogo na I Liga. Aí, o único encontro que fugiu à regra foi contra o Farense, no qual cometeu apenas sete, mas o filme dessa partida ainda está bem fresco: foi um domínio absoluto dos dragões e um caudal ofensivo que só não teve números bem superiores aos 2-1 final por culpa dos postes e de uma exibição estrondosa do guarda-redes Ricardo Velho. Contexto muito diferente ao da Noruega, onde as transições do Bodo/Glimt causaram imensos sarilhos. Mesmo assim, só aos 71' Nico González foi mais ostensivo na reação a um contra-ataque e viu o único amarelo da equipa.
E se os dragões não anularam jogadas "a mal", a bem também não foram muito eficientes. Os golos e as jogadas de perigo do Bodo/Glimt falam por si, contudo, as 19 interceções que o FC Porto somou representam o valor mais baixo desta época. Em média, faz 30 por jogo na I Liga e, só no triunfo (3-0) contra o V. Guimarães, por exemplo, chegou às 37.

"FC Porto? Vítor Bruno aprende bastante com Sérgio Conceição a liderar". A'escorregadela' do FC Porto no arranque da Liga Europa, na passada quarta-feira, na derrota diante do Bodo/Glimt (3-2) continua a dar que falar, mas há quem defenda que o emblema da cidade Invicta "não perde dois jogos seguidos". Diogo Valente, avançado de 40 anos, relembrou os tempos em que se cruzou com Sérgio Conceição e Vítor Bruno na Académica, tendo sublinhado que o ex-adjunto "aprendeu bastante" com o treinador principal.
"O FC Porto não fez um bom jogo na Noruega, cometeu bastantes erros a acabou por ser castigado por isso. E é algo que não pode acontecer num clube como o FC Porto. Do que eu conheço do Vítor Bruno, embora, na altura, ele desempenhasse as funções de adjunto, não tenho dúvidas de que aprendeu bastante com o mister Sérgio Conceição no que concerne também à liderança a este nível de exigência", começou por dizer, em declarações ao jornal A Bola, na edição impressa desta sexta-feira.
"Acredito que a interação do Vítor Bruno com os jogadores seja incisiva, nomeadamente a dissecar os erros cometidos, alertando a equipa para o que não deve voltar a fazer, mas , em simultâneo, também penso que irá privilegiar uma mensagem de confiança para que os jogadores se sintam ainda mais motivados no sentido de darem uma resposta à altura da dimensão do clube", vincou de seguida a referência ofensiva que se encontra no Salgueiros.
"A resposta tem de ser dada de forma imediata. Naquela casa é proibido perder dois jogos seguidos. Como se diz na gíria, julgo que o Arouca vai pagar a fatura. Com todo o respeito pelo Arouca, é sempre pior ir ao Dragão depois de uma derrota do FC Porto. Sendo que este Arouca não está tão forte como esteve na época passada, pelo que prevejo que venha a sentir muitas dificuldades no jogo de domingo", completou.

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