13 setembro 2024

O arraso de Vieira a Rui Costa; Manteigas avança hoje e Noronha a movimentar-se para avançar; “Entrevista de Vieira soa a vingança”; Alerta em Belgrado com visita do Benfica; Explicado negócio Vasco Sousa no Dragão

Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, analisou a atualidade do clube da Luz, esta quinta-feira, não tendo poupado nas críticas à gestão de Rui Costa, ao ponto de ter pedido desculpas aos adeptos dos encarnados pelo engano na escolha do seu sucessor. Rui Pedro Braz, diretor desportivo, e Roger Schmidt, antigo treinador, também foram alvo de críticas do ex-presidente.
"Já que me fecharam a porta do Benfica, tenho que ter um local para falar. Era proibido falar do meu nome no Benfica. Depois do célebre discurso, nem uma palavra me deu. Sou benfiquista, não tenho que lavar roupa suja. O presidente do Benfica [Rui Costa], eleito pelos sócios, tem que estar sujeito à crítica. Estou aqui para falar para os benfiquistas e dizer verdades. Se estas situações continuarem o Benfica pode ter um problema grave. O Benfica está crise, desportiva e financeira. Principalmente desde que o Domingos Soares de Oliveira saiu", começou por dizer em entrevista à CMTV, esta segunda-feira.
"Ainda não percebi a reestruturação da SAD ainda não percebi. Sabia que o Rui poderia ter dificuldades em gestão e por isso disse-lhe que não poderia mexer nos quadros do Benfica. Ele entendeu que devia mexer e tem aí as consequências. Agora surpreende-me a forma como geriu a parte desportiva. Talvez a muleta do Vieira faça a falta. Peço desculpa aos benfiquistas porque enganei-me no que aconselhei. Ainda hoje me culpam pelo mesmo: 'foste tu que escolheste, foste tu que escolheste'", atirou de seguida, mais de três anos após a incidência à presidência do Benfica, assumida por Rui Costa em outubro de 2021.
Quem também não escapou às críticas foi Rui Pedro Braz, diretor desportivo das águias, que entrou no clube da Luz ainda durante a presidência de Luís Filipe Vieira. Já depois de não ter considerado Rui Costa "um líder", o ex-presidente das águias admitiu também o erro na escolha do diretor desportivo e até relatou um episódio específico em torno da venda de um jogador sem a sua autorização.
"Hoje já se viu que o Rui Costa não é líder. É natural que não exista capacidade de liderança. A experiência empresarial leva a isso. Se ele quer continuar a liderar o Benfica, tem de mudar de posição dentro do Benfica. Não pode permitir que o tratem por Rui. Nunca me permiti que me tratassem por tu. Nunca chamei um diretor desportivo por 'mano'. Sei quem ouviu isso", sublinhou, antes de falar especificamente de Rui Pedro Braz.
"O Rui Costa é presidente da maior instituição do país não pode permitir que o tratem por Rui e não pode tratar pessoas, mais ligadas a ele, por mano aqui ou mano ali. Nomeadamente o Rui Pedro Braz. Foi um erro contratar Rui Pedro Braz? As pessoas podem enganar-se. Se eu estivesse no Benfica, ele não tinha a liberdade que tem, nem passava tanto tempo nos aeroportos e aviões. Coloquei-o lá dentro e passados poucos dias vendeu um jogador sem minha autorização. Avisei-o que se o fizesse de novo que tinha as malas feitas", contou.
A escolha de Bruno Lage para novo treinador do Benfica - naquela que é a terceira passagem do técnico pela Luz - levou Luís Filipe Vieira a deixar críticas à forma como Roger Schmidt lidou com a pressão vinda das bancadas, tendo explicado o que teria feito no lugar de Rui Costa.
"Schmidt? No primeiro ano ganhámos o campeonato com um suplente da equipa B, o João Neves, sendo que lançou o António Silva também. Dificilmente outro treinador lançaria estes dois jogadores. No Benfica há muito às vezes a cultura de os miúdos ficarem para segundo plano. Já na segunda época, além de correr tudo mal, virou-se contra a massa associativa benfiquista. Também me mandaram garrafas de água, mas isso faz parte, é preciso saber lidar. Depois das declarações dele contra os benfiquistas, para mim ficava logo ali. Falava com o departamento jurídico e dizia logo 'mister, fale com o seu advogado, amanhã não treina'. Aquilo foi tão baixo, nenhum treinador desde que eu estive no Benfica fez isso. O treinador tem de ter respeito pelos sócios", completou sobre o assunto.

“Entrevista de Vieira soa a vingança”. Candidato às eleições de 2012, Bruno Costa Carvalho concorda com “muitos temas” levantados. “Gosto de discutir o Benfica, embora esta tenha sido uma tentativa de tirar de esforço. A entrevista soa a vingança com Rui Costa e, mesmo, Nuno Costa. À exceção dos estatutos, estou de acordo com ele. Mas toda a gente sabe que não pode ser candidato por causa dos processos judiciais.”

O advogado João Diogo Manteigas apresenta hoje a candidatura à presidência do Benfica, numa cerimónia marcada para as 18h20, num hotel do centro de Lisboa. Aquele sócio dos encarnados confirma a candidatura, projetada para se apresentar a votos em 2025, ano em que se completam os quatro anos do mandato dos atuais órgãos sociais, à partida, já com os novos estatutos aprovados e prontos a entrar em vigor.
"Já tenho equipa e um projeto desportivo e financeiro para a SAD", adianta o advogado, que não conta com eleições antecipadas. "Estou a apontar para as eleições em 2025 e não vou contribuir para que haja instabilidade."
Lisboeta de 42 anos e sócio há 40, Manteigas há muito que tem sido "motivado" a liderar uma candidatura.
Garante que vai liderar uma candidatura "agregadora", ainda que tenha apoio de elementos do movimento 'Servir o Benfica'.
Jurista com grande ligação ao desporto, conta com grande "experiência no futebol", já que tem trabalhado com treinadores, jogadores e outros agentes.
Foi vice-presidente na AF Lisboa e na Federação de Remo e desde maio último que é formador da Liga Portugal.
Tem sido voz crítica da gestão de Rui Costa, como se viu na assembleia geral de aprovação do orçamento, em junho passado.
"Reconheço-lhe mais competência em campo. Digo isto com alguma mágoa", atirou, dirigindo-se ao presidente do clube da Luz. No próximo dia 21, estará no pavilhão n° 1 do Estádio da Luz, para votar a revisão estatutária, em assembleia geral extraordinária.

Noronha a movimentar-se para avançar. João Noronha Lopes, candidato às eleições de 2020, também está movimentar-se no sentido de voltar a concorrer à presidência do clube da Luz. Em maio, quando questionado sobre essa possibilidade, preferiu desviar as atenções para a assembleia geral dos estatutos.
A verdade é que o gestor e antigo vice-presidente das águias tem muitos apoios, como se viu numa das reuniões magnas de 15 de junho. "É legítimo perguntar o que andaram a fazer os membros da direção que integraram as antigas direções?", questionou, sobre os negócios relatados na auditoria forense a 51 negócios de jogadores. Em julho, Noronha Lopes participou num encontro com personalidades ligadas ao Benfica, que o incentivaram a avançar.

Alerta em Belgrado com visita do Benfica. O Estrela Vermelha, primeiro adversário do Benfica na Liga dos Campeões 2024/25, enviou 2.500 bilhetes para a Luz, tendo em vista o jogo de dia 19, de acordo com informações partilhadas pela imprensa sérvia. O clube de Belgrado e as autoridades estão preparados para a presença de elementos da claque ‘Torcida Split’, dos croatas do Hajduk, dada a relação de proximidade com os ‘No Name Boys’. Estimando lotação esgotada na estreia na Champions, Estrela Vermelha e autoridades terão um plano para fazer face a eventuais desacatos. Convém assinalar que entre sérvios e croatas existe grande rivalidade, desde os tempos da guerra nos Balcãs, que resultou na independência de várias países que fizeram parte da Jugoslávia até 1991. A imprensa local refere que os apoiantes do Hajduk não entram no Estádio Stadion Rajko Mitic desde aquele ano. Popularmente conhecido como Maracanã, é o maior da Sérvia, com quase 52 mil espectadores. As autoridades estão, ainda, avisadas para o facto de haver distúrbios quando se juntam ‘Torcida’ e ‘No Name’. Um desses episódios aconteceu em Guimarães, em agosto de 2022. Outro teve lugar em San Sebastián, o ano passado, com cenas de violência. A amizade entre ‘Torcida’ e ‘NN’ começou em 1994, depois de três elementos da claque portuguesa terem perdido a vida num acidente de automóvel, no regresso da Croácia, após um jogo entre os dois clubes.

Vitória SC explica o negócio Vasco Sousa. Num encontro promovido pela Associação Vitória Sempre, o presidente do V. Guimarães, António Miguel Cardoso, explicou a venda de 10% do passe de Vasco Sousa ao FC Porto, por 100 mil euros.
«O Vitória tinha dívidas ao FC Porto, que não eram da nossa gestão. Quando tivemos de enviar as contas à UEFA, contactámos o FC Porto e, sem podermos pagar, perguntámos o que propunham. Eles pediram inicialmente 50% do passe do Vasco Sousa, mas conseguimos negociar para 10%, e a dívida ficou saldada», referiu.

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