05 setembro 2024

Gyokeres (acha cláusula alta) está feliz mas abre a porta da saída para janeiro; Lage regressa ao Benfica. Marco Silva deu 'não'; 80M€. FC Porto prepara emissão de dívida recorde; Galeno pode ter contrato revisto

Viktor Gyokeres é hoje figura maior do Sporting mas também do futebol sueco depois de uma temporada sensacional em Alvalade. Talvez por isso, a imprensa daquele país questione o porquê da permanência do avançado em Portugal, tendo, ontem, insistido com o mesmo para perceber porque não saiu no mercado que acabou de fechar.
“O Sporting queria que a maioria dos titulares ficasse e foram firmes a seguraremnos. Foi isso que aconteceu, mas gosto muito do Sporting, por isso, para mim, não foi problema ficar”, afirmou Gyokeres, citado pelo “Aftonbladet”, já em Baku, onde hoje, ao serviço da Suécia, irá defrontar o Azerbaijão, às 17h00.
O jogador reconhece, contudo, que o valor da cláusula de rescisão também poderá ter tido papel determinante para que nada sucedesse. Isto, apesar de terem sido conhecidas sondagens de vários emblemas, nomeadamente da Premier League. “Quero jogar ao mais alto nível, mas tenho uma cláusula de cem milhões de euros. Se me perguntarem, provavelmente é um pouco alta de mais porque não aconteceu nada. Cem milhões é muito dinheiro, mas veremos o que sucede na próxima janela de mercado”, comentou, reforçando após nova questão sobre o valor da cláusula: “Nada aconteceu e parece que tive uma temporada muito boa... Então, sim, provavelmente é por isso que simplesmente não houve nenhuma movimentação.”
O ponta-de-lança considera ainda que pouco pode fazer em relação às exigências leoninas. “O Sporting considera que valho isto e é preciso respeitar, até porque há condicionantes: o investimento que realizaram e o que a direção deseja aceitar. Não sei como funciona mas eles têm de definir um preço”, declarou pouco preocupado, neste momento, numa eventual renovação ou transferência. “Divirto-me muito no Sporting e não posso reclamar de nada, por isso não tenho problemas em ficar. Claro que pretendo testar outras ligas e um nível superior, mas não tenho stress. Não é um problema, estou a jogar há um mês, vamos jogar a Liga dos Campeões e estou ansioso por esta época!”, completou.
Gyokeres foi contratado há pouco mais de um ano ao Coventry por um valor inicial de 20 milhões de euros que, entretanto, já subiu para 23 milhões devido a objetivos cumpridos e para a SAD verde e branca reduzir, de 15 para 10 por cento, o valor a que os ingleses terão direito na mais-valia de uma futura venda.

Galeno pode ter contrato revisto. A transferência falhada de Galeno para o Al Ittihad, por €50 milhões, representou um duro golpe para o FC Porto, mas também para o próprio jogador, que no emblema saudita ia ganhar ordenado de €6,5 milhões. Apesar disso, o internacional brasileiro manteve o foco nos trabalhos da equipa e em circunstância alguma forçou o negócio quando este estava a ser tratado entre a SAD do FC Porto e o Fundo Público Saudita. Oficialmente, ainda não houve contactos com o jogador no sentido de rever as condições do seu contrato, válido até 2028, mas isso poderá acontecer em breve, apesar de o FC Porto não ter tido qualquer responsabilidade pela desistência do Al Ittihad. Contudo, há o sentimento de que todo este processo teve impactos que o FC Porto quer atenuar. Galeno está satisfeito no clube e a forma profissional e dedicada como se tem entregado aos treinos e aos jogos poderá valer-lhe, num futuro próximo, a revisão do seu contrato, com um aumento de ordenado, que atualmente se fixa à volta dos €1,2 milhões.
É um processo ainda embrionário, mas que merecerá toda a atenção da Direção liderada por André Villas-Boas, até porque Galeno continuará, seguramente, a ser alvo cobiçado nas próximas janelas de mercado. 

Lage regressa ao Benfica. Marco Silva deu 'não'. Está confirmado: Bruno Lage é o sucessor de Roger Schmidt, no comando técnico do Benfica. Nesta altura só falta oficializar o que deve acontecer durante o dia de hoje, depois de presidente e treinador terem estado reunidos ontem à noite, até perto da meia-noite, para acertarem duração do contrato e salário.
Amanhã, o técnico, de 48 anos, já deverá orientar o treino que marca o regresso dos encarnados aos trabalhos, no qual irá iniciar a preparação para o encontro com o Santa Clara, o primeiro adversário das águias nesta segunda passagem de Lage pela equipa principal dos encarnados.
O despedimento de que foi alvo na temporada 2019/20 ficou sempre atravessado no setubalense, algo confirmado pelo próprio, em maio, em entrevista ao nosso jornal. “A minha história no Benfica devia ter tido outro fim”, atirou, preparando-se para iniciar novo capítulo no clube da Luz.
Na altura, muitos benfiquistas apoiaram a decisão do então presidente. E Rui Costa, apesar de confiar em Lage para inverter o rumo da época, sabe que este não é consensual. Esse foi o motivo que protelou a decisão de endereçar o convite ao técnico para regressar à Luz. Tal só aconteceu ontem, pois Rui Costa ainda sondou outros técnicos, livres ou não. Marco Silva foi um deles, mas o técnico do Fulham recusou regressar a Portugal. De qualquer forma, a preferência sempre foi para um português. Rui Costa nunca perdeu de vista a primeira opção e apostou no homem que, em 2018/19, sucedeu a Rui Vitória e liderou uma recuperação histórica até à conquista do título de campeão, depois de ter partido com uma desvantagem de 7 pontos para o FC Porto. A esperança é que consiga agora realizar um feito idêntico. Para esse trabalho, o treinador deve manter grande parte da equipa técnica que o acompanhou em Inglaterra, quando esteve ao serviço do Wolverhampton, assim como no Botafogo. O irmão Luís Nascimento, que também conta com um vasto passado na formação do clube da Luz, será um dos braços-direitos de Lage, assim como Alexandre Silva e Carlos Cachada. Jhony Conceição, que também já representou o Benfica, e o jovem Diogo Camacho irão desempenhar as funções de analistas na nova equipa técnica.

80M€. FC Porto prepara emissão de dívida recorde. O FC Porto está a estudar uma nova emissão de dívida, naquele que será o maior empréstimo obrigacionista (EO) alguma vez feito em Portugal por uma sociedade desportiva cotada em bolsa. A SAD tem sondado o mercado e o feedback que receber será decisivo para os moldes finais da operação.
O objetivo, apurou o CM, é garantir, pelo menos, 80 milhões de euros, mas o valor final até poderá ser superior.
O FC Porto protagonizou, em maio de 2021, aquele que é até hoje o EO recorde em Portugal. Solicitou 70M€ ao mercado e conseguiu arrecadar 64,8M€ (93% do desejado). O objetivo é agora mais ambicioso. Por um lado, há um EO de 50M€ para reembolsar daqui a sete meses. Por outro, a SAD precisa de liquidez até ao fim deste ano civil para pagar a dívida de 90M€ a clubes e empresários relacionada com a transação de jogadores. Se essa obrigação não for cumprida, o FC Porto arrisca ser afastado pela UEFA das provas europeias.
Os 50M€ que a SAD vai receber da Ithaka, à partida em outubro (relativos a primeira tranche dos 65M€ que o novo parceiro vai pagar a troco de 30% da receita do Estádio do Dragão até 2049, num acordo que pode chegar aos 100M€ se forem atingidos certos objetivos), mais o saldo líquido (15,8M€) das compras e vendas feitas no último mercado de transferências não chegam para pagar a tal dívida a clubes e agentes. Daí que o FC Porto precise de financiamento.
A emissão de dívida deverá passar por duas operações paralelas: uma troca dos 50M€ do EO que vencem em abril de 2025; e uma nova subscrição. Esta última permitirá cobrir a diferença das obrigações do EO 2025 que os investidores não aceitarem substituir, além de reforçar a liquidez. As duas operações poderão arrancar num valor inferior e serem depois aumentadas até ao tal objetivo final dos 80M€ ou mais.

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