Números não enganam: Trubin sofre mais golos que Vlachodimos e joga pior com os pés; MP acusa Matheus Reis de agressão a um apanha-bolas do FC Porto; Schmidt na lista do Bayern

Roger Schmidt continua a ser associado a grandes clubes europeus. Agora, vários jornais alemães colocam-no na lista do Bayern Munique para render Thomas Tuchel, de saída no final da temporada. Para os germânicos, existem diversos fatores que dão força à possibilidade de o treinador do Benfica voltar ao seu país natal.

A imprensa alemã destaca a “importação” que o emblema de Munique tem feito da Red Bull. É que desde que Christoph Freund assumiu o cargo de diretor-desportivo do Bayern, vários funcionários provenientes do RB Salzubrgo têm reforçado o clube - são exemplos disso Richard Kitzbichler, que trabalhou com Schmidt na Áustria, e René Maric, os quais integram a estrutura de futebol dos bávaros. E o técnico das águias poderá seguir a linha, sustentam os alemães. O técnico esteve em Salzburgo durante duas temporadas (2012/13 e 2013/14), conseguindo conquistar um campeonato e uma taça austríaca.

O técnico, de 56 anos, é visto como alguém muito competente no que toca ao desenvolvimento de jovens jogadores. “Fê-lo de forma brilhante no Salzburgo, Paderborn, Leverkusen e agora no Benfica. É sem dúvida alguém que consegue fazer desaparecer a desvantagem da sua equipa em valor de mercado face à concorrência”, escreve o jornal ‘Ran’, destacando o papel de Schmidt na evolução de atletas como Enzo Fernández e Gonçalo Ramos.

De acordo com a mesma publicação, a filosofia do técnico das águias está bem vincada e pode beneficiar alguns dos jogadores que têm vindo a ser muito criticados. “Vê-se nas suas equipas corrida forte, atlética, ofensiva e agressiva. Pressão alta, muito risco ao jogar com a bola e grande foco na pressão quando a bola é perdida”, pode ler-se. Recorde-se que, a 21 de fevereiro, o Bayern Munique anunciou a saída de Tuchel no final da temporada, numa rescisão por mútuo acordo. 

MP acusa Matheus Reis de agressão a um apanha-bolas do FC Porto. O Ministério Público acusa Matheus Reis de agressão a um apanha-bolas do FC Porto em consequência de um incidente ocorrido durante o clássico realizado a 20 de agosto de 2022, no Dragão (e que os azuis e brancos venceram por 3-0).

De acordo com o Porto Canal, que teve acesso ao despacho de acusação, o jogador do Sporting terá de responder em tribunal por alegada ofensa à integridade física do jovem que, à data dos factos, tinha apenas 13 anos, sendo portanto menor de idade. No momento em causa, na tentativa de apressar uma reposição, Matheus Reis empurrou o apanha-bolas com a cabeça, junto ao tronco, tendo sido advertido pelo árbitro, Nuno Almeida.

O MP entende agora que o defesa leonino terá agido de forma “livre, voluntária e consciente (…) com o propósito concretizado de ofender a integridade física” do jovem.

No excerto do despacho de acusação citado pelo Porto Canal, é descrito que a alegada agressão teve lugar “quando o ofendido pousou no chão uma bola que ia entregar ao arguido”, que embateu “propositadamente com a sua cabeça e antebraço esquerdo contra o tronco do corpo” do menor. A acusação sublinha que Matheus Reis tinha consciência da idade do apanha-bolas e que, por isso, deveria saber que tal comportamento era “proibido e punido por lei.” O Conselho de Disciplina da FPF, recorde-se, arquivou o processo a 15 de novembro de 2022.

Números não enganam: Trubin sofre mais golos que Vlachodimos e joga pior com os pés. Com o desaire sofrido na última jornada, na visita ao FC Porto, o Benfica viu subir para 40 o número de golos encaixados esta época em todas as provas, em 41 jogos, o mesmo registo dos 55 da temporada anterior. Do total, Trubin sofreu 34 (Vlachodimos e Samuel Soares partilham os restantes seis), apresentando agora uma média de quase um golo encaixado por jogo (0,97), o que, curiosamente, supera em larga medida o valor médio do guardião que defendia as redes encarnadas na época passada, a primeira de Roger Schmidt pelas águias.

Vlachodimos, nos mesmos 35 jogos da época passada, sofreu em média 0,68, tendo 0,94 (em 2018/19) como maximo pelo Benfica. O internacional grego deixou o plantel no arranque desta época, ingressando no Nottingham Forest, e foi Trubin a suceder-lhe - com Samuel Soares pelo meio na transição -, depois de ter sido contratado ao Shakhtar, num investimento de dez milhões de euros.
A realidade dos números mostra que o novo titular da baliza benfiquista está a sofrer mais golos, mas também a ser obrigado a fazer trabalhos forçados. Na época passada, o Benfica permitiu em média 7,63 remates aos adversários, valor que ascende na temporada em curso a 10,44, o que se reflete também nas estatísticas individuais do guardião de 22 anos que estará entre os postes amanhã, na receção ao Rangers, para os oitavos de final da Liga Europa - jogo em que tentará manter a baliza a salvo nas provas europeias pela segunda vez, como aconteceu em Toulouse.
Se Vlachodimos, em 2022/23, foi obrigado a enfrentar 2,4 remates por jogo e a realizar 1,74 defesas por partida, Trubin teve de responder a 3,83 tiros por encontro e realizou 2,94 intervenções por 90 minutos. Esta diferença, anexada ao número de remates permitidos pelo Benfica, prova que a equipa tem muito mais dificuldades para manter os adversários distância e não consegue filtrar da mesma forma as tentativas de golo, o que tem obrigado o internacional ucraniano a um maior volume de paradas.
Também ao nível das saídas da área há diferenças, com o titular de 2022/23 a registar 1,14 por jogo e Trubin agora 0,89, o que também mostra que o Benfica está a jogar de forma muito diferente e, sobretudo, muito mais recuado, com a defesa mais próxima da baliza.
Se Trubin sofre mais golos, mas é fustigado com remates e obrigado a aplicar-se mais vezes, há um indicador em que perde, de forma surpreendente, para Vlachodimos. Uma das justificações dos responsáveis encarnados para apostarem forte no internacional ucraniano era a capacidade que apresentava para jogar com os pés e esta qualidade tem sido elogiada desde o início da época, até por Roger Schmidt. Nota-se que a defesa procura muito o guardião na circulação de bola, mas Trubin apresenta médias mais baixas de passes curtos (10,86 para 11,01) e longos (3,46 para 4,05) e também de eficácia (63,9 e 97,8% contra 65,1 e 98,5%) que o seu antecessor.