Taremi não deverá renovar pelo FC Porto; Sportinguista arrasa Pote: "Parece uma tartaruga...está mais concentrado em teatro e simulações"; Governo corta ajudas a jogadores (como Di María) que queiram regressar a Portugal; Novas camisolas de Portugal para o Europeu

Muitos sportinguistas reivindicam uma chamada de Pedro Gonçalves à Seleção Nacional, mas para Hélder Amaral, a forma de jogar de Pote, como também é apelidado, talvez justifique a ausência entre os eleitos de Roberto Martínez. É que para o ex-deputado na Assembleia da República e conhecido associado dos leões, o jogador transmontano parece uma "tartaruga" em campo.
"Comparar Pedro Gonçalves com Gyökeres é como comparar uma tartaruga com um puro sangue", começou por dizer o antigo membro do Conselho Leonino, prosseguindo na leitura que faz da forma de jogar de Pedro Gonçalves quando Gyökeres está no terreno de jogo. "Nós tiramos o Gyökeres e o Pedro Gonçalves parece um grande jogador, nós pomos o Gyökeres e o Pedro Gonçalves parece jogador de outra coisa… menos de futebol."E para justificar esta posição, o antigo deputado pede aos sportinguistas para verem a forma de jogar de um e de outro jogador na zona mais avançada do terreno.
"É ver o que corre um e o que corre outro, é ver a entrega de um e de outro", disse Hélder Amaral, em declarações ao portal Leonino, onde confirmou que Pedro Gonçalves é o "típico jogador da I Liga".
"Um está apenas concentrado no jogo, na bola, em ajudar a equipa, o outro está mais concentrado em teatro e simulações", observou Hélder Amaral.
O antigo membro do Conselho Leonino e ex-deputado na Assembleia da República referiu ainda que a capacidade atlética dos jogadores da I Liga fica evidente na comparação com jogadores como o sueco que o Sporting contratou esta temporada ao Coventry.
"Nós temos mais jeito para ser jogadores de praia do que jogadores de ligas competitivas", disse ainda Hélder Amaral, esperando que no balneário dos leões tomem o sueco como um exemplo.
"Que o Sporting olhe para Gyökeres e siga o exemplo dele, correr mais, trabalhar mais, mais competitivo, menos simulações e menos discussões com atletas", salientou ainda Hélder Amaral, que nas últimas eleições integrou as listas candidadas ao Sporting de Nuno Sousa.

Parece ser cada vez mais uma inevitabilidade que Taremi esteja a meses de deixar de ser jogador do FC Porto. A dúvida maior, por esta altura, passa por perceber se o final da ligação vai ser em janeiro ou no final da época, altura em que termina o contrato do iraniano com os dragões. Quem está atento ao desenrolar do processo é o Inter Milão, conforme já foi noticiado na semana passada. Contudo, ontem, a imprensa italiana voltou a abordar o assunto, frisando que os nerazzurri aceleram cada vez mais no sentido de assegurar os serviços do ponta-de-lança de 31 anos, até porque a informação que têm aponta para que o jogador não tenha qualquer intenção de prolongar o seu vínculo com o FC Porto.

De acordo com a ‘Gazzeta dello Sport’, os nerazzurri estão a ponderar avançar para a contratação do iraniano do FC Porto já em janeiro, isto apesar de o poderem assegurar a custo zero no verão que se seguirá. “O objetivo principal é tê-lo [Taremi] imediatamente disponível para janeiro, mas não subestimando a opção secundária, a do mercado de verão”, escreve o jornal italiano, levantando depois a dúvida sobre qual a postura que os responsáveis do FC Porto vão adotar em janeiro, sabendo que se trata da última oportunidade de conseguir algum retorno financeiro por um jogador que, ao serviço dos dragões, leva 82 golos marcados em 158 jogos de azul e branco.

Em forma de contexto, convém não esquecer que a SAD portista aceitou uma oferta do Milan por Taremi nos derradeiros dias da última janela de mercado, sendo que a transferência só não se tornou uma realidade porque o jogador e os rossoneri acabaram por não chegar a acordo. Facto que pode deixar antever uma abertura por parte dos azuis e brancos para abrir mão do principal goleador da equipa a troco de um valor financeiro considerado justo para alguém que, em janeiro, estará a seis meses de terminar contrato. Resta saber se também Taremi verá com bons olhos a saída a meio da época da Invicta rumo a Milão para representar o Inter – depois da nega aos rivais da cidade no verão –, isto perante a possibilidade de decidir o seu futuro, com o passe na mão.

Por fim, é igualmente significativo o papel de Sérgio Conceição. O treinador vê Taremi como peça fundamental da equipa e, por certo, não quererá perdê-lo com a época a decorrer. Um desejo que pode ou não fazer balançar a opção da SAD e do próprio jogador, que tem uma relação de grande respeito com o técnico. Caso a solução encontrada passe pela saída, Conceição terá de encarar a segunda metade da temporada com Evanilson, Toni Martínez, Fran Navarro e Namaso.

Governo corta ajudas a jogadores (como Di María) que queiram regressar a Portugal. O programa Regressar, que permite excluir de tributação 50% dos rendimentos de trabalho e profissionais obtidos por cidadãos que regressem ao país depois de terem emigrado vai passar a ter, para os futuros beneficiários, um tecto máximo de 250 mil euros anuais. A medida consta da proposta de Orçamento do Estado para 2024, que mantém o regime até 2026 e o aplica a quem não tenha sido residente fiscal nos últimos cinco anos (agora são três), mas deixa fora do radar rendimentos mais elevados, nomeadamente os auferidos por jogadores de futebol que têm beneficiado dele nos últimos anos.

Criado em 2019 para incentivar o regresso de profissionais portugueses ou estrangeiros saídos do país durante o período da troika, o Regressar aplicava-se na perfeição a pessoas com salários altos que, regressando, tinham um período de cinco anos durante os quais metade do que ganhassem no país não pagaria IRS.

Para quem já antes tivesse jogado em clubes nacionais e quisesse regressar, esta hipótese era muito atrativa e, efetivamente, nos últimos cinco anos foram vários os jogadores de renome, com carreira internacional, que tendo estado no país e depois saído para jogar noutros clubes, voltaram à liga portuguesa. Como Pepe, que em 2019 rescindiu contrato com o Besiktas, da Turquia, e regressou ao FC Porto por onde já tinha passado anteriormente; Ricardo Quaresma, que em 2020 voltou para jogar no Vitória de Guimarães; ou Javi Garcia, que em 2020 assinou com o Boavista, voltando ao futebol português onde já tinha representado o Benfica durante três épocas.

Mais recentemente, foi a vez de Otamendi, campeão do mundo pela Argentina, ter assinado pelo Benfica, uma década depois de ter saído do Porto para o Valência; e de João Moutinho, que regressou ao país depois de dez anos no estrangeiro para jogar no Braga. Já este ano, Di Maria voltou a assinar pelo Benfica, 13 anos depois de ter deixado o clube.

Não é certo quantos destes profissionais beneficiaram do programa regressar, mas, do ponto de vista fiscal, até nem faria sentido que não o tivessem aproveitado, consideram os fiscalistas ouvidos pelo Negócios. "Ao contrário do regime dos residentes não habituais (RNH), o programa Regressar não depende da atividade e pode ser aproveitado por qualquer pessoa, incluindo por futebolistas com rendimentos muito elevados", explica Bruno Alves, fiscalista da PwC. Com a limitação que agora é imposta, "para essas pessoas perde, de facto, a atratividade", na medida em que 250 mil euros anuais são uma parcela muito pequena dos salários destes profissionais.

Para os clubes a vida também fica mais complicada, afirma, por seu turno, Luís León, da consultora Ilya. Isto porque, se à partida o IRS só vai incidir sobre 50% do rendimento, podem jogar com isso para negociar os valores brutos dos contratos, lembra o especialista. "O futebol português passou a ser, já de há vários anos, exportador de talentos, porque a Liga não consegue competir com as de outros países e ainda menos o consegue com as taxas de IRS que temos", lamenta. A taxa máxima de IRS em Portugal é de 48% e pode somar-se-lhe a taxa adicional de solidariedade, que para rendimentos acima de 250 mil euros é de 5%.

O regime dos RNH era outra hipótese a que os consultores fiscais dos clubes podiam lançar mão, já que, ainda que os jogadores não pudessem beneficiar da taxa especial de 20% sobre os rendimentos do trabalho - por a sua profissão não constar da lista das de alto valor acrescentado - podiam, estando inscritos como RNH, beneficiar de isenção sobre os rendimentos recebidos no estrangeiro, como prémios de jogo, exemplifica Luís León. No entanto, também este regime vai acabar, pelo que "nem essa hipótese restará, uma vez que, segundo a proposta de 0E já só serão aceites as inscrições de quem reúna condições a 31 de dezembro e a nova época de contratações só arranca em janeiro", diz Luís León.

O fiscalista questiona que o objetivo da nova lei seja "proteger os jogadores nacionais", já que esses, afirma, "estão defendidos pela própria dinâmica do mercado e quando podem saem, porque lá fora recebem mais". Contas feitas, "nem é uma questão de aumentar a receita fiscal, porque o que acontece é que os jogadores não voltam, portanto, a receita também não aumenta", remata.

Novas camisolas de Portugal para o Europeu. O site especializado ‘Footy Headlines’ divulgou aquelas que poderão ser as camisolas da Seleção para o Euro’2024. A principal terá as cores da bandeira e a alternativa deverá apresentar o padrão de azulejo típico luso.