"Amorim não é o meu treinador de sonho"; "Se Fresneda fosse como o Porro, o Sporting não pagaria o valor que pagou"; Sem espaço na Luz atira: "O futebol é um mundo doente"; A cláusula 'secreta' que aproxima Bernardo Silva... do Barcelona

O mercado de transferências de verão encerrou há menos de duas semanas, mas continua a dar que falar a possibilidade de Bernardo Silva rumar ao Barcelona, pese embora o jogador tenha, entretanto, renovado contrato com o Manchester City.
O jornal espanhol Mundo Deportivo revela, esta terça-feira, que, apesar de o internacional português ter prolongado a ligação ao clube por mais um ano (até junho de 2026) com um ordenado melhorado (entre os mais elevados do plantel), fez questão de que o vínculo contemplasse, pela primeira vez, uma cláusula de rescisão.A cláusula em causa está fixada nos 50 milhões de libras - 58,2 milhões de euros - um valor em muito inferior àquele que os campeões ingleses em título tinham vindo a exigir para o libertar, entre os 80 e os 100 milhões de euros.
A mesma publicação acrescenta que esta alteração contratual só terá sido possível graças ao desejo expressado pelo avançado formado pelo Benfica em rumar a Camp Nou, o que pode mesmo vir a acontecer já no final da temporada.
Uma situação, de resto, em tudo semelhante à de Dani Olmo, atleta desejado pelos catalães cujo novo contrato assinado com o Leipzig, até junho de 2027, contempla uma cláusula de rescisão cifrada em 60 milhões de euros.

"Amorim não é o meu treinador de sonho". Pedro Gonçalves esteve presente, durante esta terça-feira, num evento de uma marca de equipamentos desportivos e não se furtou em deixar elogios a Rúben Amorim.
Apesar de assumir que o treinador do Sporting tem muita importância na sua carreira, o internacional por Portugal não classifica Rúben Amorim como o seu "treinador de sonho".
"Não, todos os treinadores são os nossos de sonho. Claro que é muito importante para mim, mas não é o meu treinador de sonho. Nunca sonhei ser treinado pelo mister. Adoro a maneira que ele treina e como nos prepara para os jogos. É muito próximo de nós", frisou o médio do Sporting à margem do referido evento que decorreu no Footlab, em Lisboa, assumindo que gostaria de voltar a ser o melhor marcador do campeonato português.
"Gostava [de voltar a ser o melhor marcador], mas também não penso muito nisso. Penso mais em troféus coletivos do que individuais", prosseguiu.
E por falar em objetivos individuais, Pote assume que o Sporting pode ter a conquista da Liga Europa como um objetivo, mas prefere olhar jogo a jogo.
"Já no ano passado a eliminatória com a Juventus foi decidida nos pormenores, o que pode acontecer com qualquer adversário a duas mãos. Primeiro pensamos na fade de grupos, depois depende do sorteio. Mas já mostrámos que podemos ganhar a qualquer equipa", finalizou.

"Se Fresneda fosse como o Porro, o Sporting não pagaria o valor que pagou". Fresneda, lateral direito, foi o último reforço a chegar a Alvalade na janela de mercado de verão e obrigou a um rigoroso plano financeiro para resgatá-lo ao Valladolid. Os leões pagaram nove milhões de euros pelo jovem espanhol de 18 anos. Valeu o risco? Sem dúvida.
Pedro Correia, antigo scout do Valladolid, atualmente diretor desportivo do Aves, garante que os leões fizeram uma aposta segura, até porque o jogador tinha o Barcelona, Dortmund e Arsenal à perna. Além disso, o Valladolid tinha definido um valor superior para a sua saída. "A expectativa do Valladolid era vendê-lo por um valor 30 a 40 por cento mais elevado do que aquele que acabou por vender ao Sporting", sublinhou em declarações ao jornal O Jogo, garantindo que Fresneda ainda necessita de tempo para se impor.
"Acredito que no início do próximo ano civil seja titular. Cresceu muito nos últimos meses mas está numa fase de transição em que o erro de posicionamento ou passe em zonas sensíveis não pode existir. Ultrapassando isso será um dos laterais da seleção espanhola."
Fresneda deu nas vistas muito cedo, queimando várias etapas até chegar à primeira equipa do Valladolid, ainda com 17 anos. "Trata-se de um jogador fisicamente forte, intenso e com boa reação à perda de bola. Tem uma maturidade competitiva acima do normal e a rotina competitiva na liga espanhola deu-lhe mais andamento e aumentou a sua capacidade de decisão", comentou o dirigente do Aves.
Cirúrgico na avaliação dos jogadores que necessitava para reforçar o plantel, Rúben Amorim apontou a Fresneda, mesmo sem se tratar de um jogador com grande experiência. "Pode jogar nos dois corredores laterais, é agressivo na abordagem dos lances e acredito que tenha uma adaptação rápida ao Sporting, até porque se trata de uma pessoa muito focada, extremamente calma. Quando o conheci estava no lar dos jogadores do Valladolid, mantendo sempre uma postura muito humilde, com hábitos de vida de um profissional", comentou, reiterando a ideia de que Amorim procurou um elemento com características próximas de Pedro Porro. "Diria que não é tão ofensivo como Nuno Santos mas tem a mesma capacidade de sacrifício. Aproxima-se muito de Nuno Santos, não sendo um jogador tão ofensivo. Está na linha do perfil de Pedro Porro, mas ainda irá demorar até ser como Porro. Talvez necessite de mais meio ano ou um ano para chegar a esse nível. Aliás, se fosse como o Porro, o Sporting não pagaria o valor que pagou", reagiu.

Sem espaço na Luz atira: "O futebol é um mundo doente". Andreas Schjelderup assumiu que a passagem pelo Benfica, clube ao qual ainda pertence, está abaixo da suas expectativas. Em entrevista à TV2, publicada esta terça-feira, o avançado norueguês partilhou tudo aquilo que sentiu desde que chegou à Luz, afirmando que esperava ter mais oportunidades do que aquelas que lhe foram dadas pelo treinador Roger Schmidt. 

"Foi incrivelmente estranho. Acho que só dei conta de que tinha assinado pelo Benfica algumas semanas depois de ter chegado", começou por refletir Schjelderup, prosseguindo. 

"Provavelmente demorei um mês para alcançar a forma que deveria ter e poder competir. Se esperava jogar mais? Absolutamente. Disseram-me que entraria e iria competir em alguns minutos. Esperava ter mais oportunidades e minutos. Mas não aconteceu", explicou, aprofundando o tema. 

"Por que não joguei mais? Não tenho uma resposta para isso. Senti que estava sempre bem nos treinos e poderia conseguir algumas oportunidades. Mas naquela altura o Benfica era uma das melhores equipas da Europa, a vencer todos os jogos do campeonato por 3 ou 4-0 e e a disputar a Liga dos Campeões. Aí fica um pouco complicado entrar na equipa", lamentou, antes de fazer um último balanço. 

"Então, nem tudo saiu conforme o planeado. Tudo pode acontecer no futebol. É um mundo doente, este mundo do futebol", concluiu o jovem jogador de 19 anos. 

Recorde-se que Schjelderup foi emprestado pelo Benfica ao Nordsjaelland, clube ao qual tinha sido contrato em janeiro.