09 dezembro 2022

"Se Ronaldo quer dirigir, que compre as ações do Sporting"; Brasil está fora do Mundial

O sonho do 'hexa' por parte do Brasil caiu hoje frente à Croácia. Após o nulo nos 90 minutos, teve de jogar-se mais meia hora. Aí Neymar começou por soltar a festa canarinha em cima do intervalo do prolongamento, mas Petkovic empatou a três minutos do fim do tempo extra e levou a decisão para os penáltis. A Croácia revelou-se mais forte na marca dos 11 metros, não desperdiçou nenhum dos quatro penáltis e fez a festa após Rodrygo e Marquinhos falharem os seus penáltis.

"Se Ronaldo quer dirigir, que compre as ações do Sporting". A ponta final de carreira de Cristiano Ronaldo tem sido marcada por polémicas não apenas ao nível dos clubes, mas também na Seleção Nacional. E se a saída de Manchester foi precipitada por uma entrevista mundialmente mediática onde criticou o treinador Erik Ten Hag e as condições de trabalho do clube, agora é na Seleção Nacional é Cristiano Ronaldo dá que falar.
A saída de campo frente à Coreia do Sul gerou discussão internacional e Fernando Santos, que inicialmente defendeu a tese de que as palavras não foram dirigidas a si, depois reconheceu que não gostou "nada" daquilo que saiu da boca do capitão da turma das quinas, que acabaria por passar para segundo plano no banco de suplentes de Portugal, dando lugar a Gonçalo Ramos no ataque titular de Portugal. E o jogador do Benfica brilhou ao apontar três golos na goleada sobre a Suíça.
José Manuel Capristano, antigo vice-presidente do Benfica diz que Cristiano Ronaldo deveria ter outra saída de cena, aconselhando o madeirense a ter outro tipo de comportamento e atitude no que resta na carreira.
"Ele deveria incentivar a juventude, deveria incentivar o Gonçalo Ramos pela exibição que fez, o João Félix pela exibição que fez. Ele como o maior dos maiores, e ninguém põe isso em dúvida e em causa, cuidado com aquilo que eu digo, deveria incentivá-los, a motivá-los, mas não. Foi o primeiro a ir embora [deixar o relvado] para a cabine", criticou José Manuel Capristano.
Por conseguinte, o antigo dirigente do clube da Luz entende que Cristiano Ronaldo merecia, por aquilo que foi a carreira, ter outro final enquanto jogador e não aquilo que se tem sucedido.
"Acho uma coisa que ele próprio não merecia. O Cristiano Ronaldo tem de reconhecer que o treinador treina, o jogador joga e o dirigente é que dirige. O jogador não pode treinar e dirigir. Se ele quiser dirigir, tem dinheiro para isso, compra as ações do Sporting, por exemplo, vai para o Sporting e dirige como ele entender", indicou Capristano, certo de que no grupo de trabalho, o camisola 7 deve cumprir as "regras".
"Há regras. Há regras. Sem embargo de me esquecer o que ele fez pelo futebol, tenho uma pena disto. É triste. E acho que ele merecia acabar de outra forma", insistiu Capristano, explicando que, a seu ver, ninguém tira o legado a Cristiano Ronaldo, independentemente do que possa vir a acontecer no futuro.
"Ninguém lhe tira aquilo que ele fez por Portugal. Ninguém lhe tira a generosidade, o filho que é, o pai que é, o marido que é, ninguém lhe tira nada disto. É um homem cheio de virtudes. Estamos a discutir o jogador de futebol e um desporto que é coletivo e não é individual", destacou o ex-vice-presidente do Benfica, realçando que Ronaldo deve perceber que pratica um desporto coletivo.
"Ele sozinho não fazia nada. É o maior dentro de uma equipa. Este Cristiano Ronaldo, com muita pena minha, sai pela porta pequena quando merecia sair pela porta grande", completou, em declarações no canal A Bola TV. 

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