As novidades sobre o Processo Cashball; "Ronaldo de volta? Desatamos todos a chorar"

O Tribunal da Relação do Porto indeferiu o recurso do Ministério Público relativo à decisão instrutória do processo Cashball, caso que diz respeito a jogos de andebol e de futebol do Sporting nas épocas 2016/17 e 2017/18.
O MP pretendia que os arguidos fossem a julgamento "nos exatos termos da acusação" por mais 11 "crimes de corrupção na forma tentada" e queria também que João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues (funcionário do Sporting à data dos factos) fossem pronunciados por "dois crimes de corrupção ativa na forma consumada" de que está acusado Paulo Silva."Entendemos, tal como no despacho recorrido, que [a factualidade] não configura atos de execução, mas apenas atos preparatórios", pode ler-se na decisão assinada a 30 de novembro último, por um trio de juízes desembargadores da Relação do Porto e à qual Record teve acesso.
Mantém-se, desta forma, a acusação do Tribunal de Instrução Criminal do Porto no âmbito deste processo.
Paulo Silva, recorde-se, foi pronunciado por uma abordagem a Leandro Freire, então jogador do Chaves, a quem terá oferecido 25 mil euros para facilitar frente ao Sporting, em jogos da Liga e da Taça de Portugal, realizados em janeiro de 2017; Freire "não aceitou o que lhe foi proposto." Em julgamento, o empresário terá ainda de responder por dois crimes de corrupção ativa agravada relativamente aos árbitros de andebol Roberto Martins e Ivan Caçador.
Por sua vez, João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues foram pronunciados somente pelo caso que envolveu Ivan Caçador, situação de que o Ministério Público discorda.
Já os 11 crimes na forma tentada, que a Relação agora deixa cair, dizem respeito no caso do futebol a abordagens planeadas a Pedro Trigueira (V. Setúbal), João Aurélio (V. Guimarães), Bruno Nascimento (Feirense) e Rúben Lima (Moreirense).
"Por consubstanciarem atos preparatórios e não atos de execução", o TIC do Porto entendeu que não teriam "relevância para apurar a responsabilidade criminal dos arguidos." "Discorda-se em absoluto de tal conclusão jurídico-penal sobre aqueles factos, que se constituem em verdadeira tentativa da prática de onze crimes de corrupção ativa", argumentava o Ministério Público.
De acordo com o Tribunal da Relação do Porto, neste crimes na forma tentada, a situação que "seria a mais duvidosa" prende-se com um jogo de andebol entre o Madeira SAD e o FC Porto, realizado a 1 de março de 2017 no Funchal e para o qual estavam designados os árbitros Duarte Santos e Ricardo Fonseca.
Na acusação, o Ministério Público relata que "no quadro do acordo estabelecido entre todos os arguidos, no dia 28.2.17, o arguido João Gonçalves enviou ao arguido Paulo Silva, por correio eletrónico, um bilhete de avião para o Funchal, para o dia 1.3.17, para que dali se deslocasse a fim de abordar o árbitro Ricardo Fonseca, para que este beneficiasse a AM Madeira SAD e prejudicasse o FC Porto contra um pagamento de 1.500 euros. O arguido Paulo Silva, por motivos alheios à sua vontade, não chegou a dirigir-se ao Funchal nem a contactar o árbitro Ricardo Fonseca."
Ora, no chumbo ao recurso do Ministério Público, a Relação do Porto vem agora dizer que, "muito embora o acordo estabelecido entre os arguidos e o envio do bilhete de avião para que o arguido Paulo Silva se deslocasse ao Funchal, certo é que não o fez." "Por outro lado, ainda que o tivesse feito, não estaríamos perante o que Santiago Mir Puig chama fase imediatamente anterior do início da tentativa. Acresce, como escrevem Francisco Muñoz Conde e Mercedes Garcia Arán, que a simples decisão de delinquir não manifestada ao exterior é irrelevante para o direito penal."

"Ronaldo de volta? Desatamos todos a chorar". Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro e ex-presidente do Sporting, acredita que seria um momento tremendo e para mais tarde recordar, se a administração liderada por Frederico Varandas conseguisse que Cristiano Ronaldo fosse reforço do plantel às ordens de Rúben Amorim.
O antigo líder do clube verde e branco admite mesmo que, nesse cenário, os sportinguistas iriam para o Estádio de Alvalade e a emoção tomaria conta dos leões ao verem Cristiano Ronaldo entrar novamente no reduto verde e branco com a camisola leonina e o 7 nas costas.
Em todo o caso, Pedro Santana Lopes disse na TSF que seria importante perceber se esse cenário teria a concordância do treinador Rúben Amorim.
"Confesso que sim, se Rúben Amorim estiver de acordo. Eu sou um grande defensor da estabilidade do treinador. Mas se Ronaldo voltar ao Sporting, acho que sportinguistas como eu vão todos para o estádio e emocionam-se", comentou o antigo presidente do Sporting.
Por conseguinte, o antigo primeiro-ministro português sublinha ainda que a nível familiar quer ele quer os seus descendentes acabariam por ficar de lágrimas nos olhos.
"Olhe, eu, os meus filhos e os meus netos acho que desata tudo a chorar se o virem a entrar com a camisola do Sporting por ali dentro", comentou Pedro Santana Lopes.
Em todo o caso, o antigo presidente do clube de Alvalade refere e reitera que Rúben Amorim teria de estar de acordo com esta contratação do internacional português.
"Mas, eu digo isto, se o Rúben Amorim estiver de acordo", insistiu Pedro Santana Lopes, que aguarda desenvolvimentos relativamente aos próximos passos na carreira de Cristiano Ronaldo, que está sem clube.