O plano 100M€ do Sporting. As vendas e as compras no final da época; Benfica fecha porta a Everton, mas brasileiros dizem que extremo quer voltar ao seu país; Kelvin está de regresso ao futebol português

Até há pouco tempo olhado com desconfiança pelos adeptos, pelo que custou (20 milhões de euros, em 2020/2021) e pelo que vinha rendendo, Everton Cebolinha é nesta altura um dos jogadores em melhor momento de forma no Benfica e um dos nomes que continuam na lista de possíveis contratações de vários clubes. Sobretudo do Brasil, onde o prazo para a inscrição de jogadores expira no dia 12 de abril e de onde o Flamengo surge especialmente ativo: o emblema do Rio de Janeiro tem dois emissários na Europa e publicamente já demonstrou vontade de contratar Everton, embora tenha assumido a dificuldade de o negociar com a SAD das águias.

Segundo o jornal A Bola, o Benfica está determinado a resistir a propostas para negociar já o extremo brasileiro (e elas ainda não surgiram, apenas abordagens, várias e feitas não somente pelo Flamengo) e muito menos aceitará conversar sobre valores como os que o Flamengo admite colocar em cima da mesa: pouco mais de 13 milhões por 70 por cento do passe.

A SAD encarnada não apenas considera o extremo de 25 anos (e com contrato assinado até ao verão de 2025) um ativo muito importante, e que poderá render muito dinheiro no futuro — tem cláusula de rescisão de 150 milhões de euros —, como também entende que seria um tiro no pé do ponto de vista desportivo deixá-lo sair agora, ainda com vários desafios até final da época, nomeadamente os jogos dos oitavos da Champions e o duelo, no Campeonato, para chegar pelo menos ao segundo lugar. Everton tem jogado bem, marcou 3 golos nos últimos 4 jogos e parece transfigurado desde que saiu Jorge Jesus do comando da equipa. De qualquer forma, apesar da posição do Benfica, a Imprensa brasileira tem noticiado que Everton Cebolinha tem vontade de regressar, de vestir a camisola do Flamengo, sobretudo para ganhar fôlego na corrida pela seleção, em ano de Mundial. Tudo dependerá da forma como correr o resto da época ao Benfica, mas a ideia, agora, passa mesmo por fechar a porta a uma potencial saída de Everton.

O plano 100M€ do Sporting. As vendas e as compras no final da época. Saída do mercado de transferências de inverno com duas contratações (Marcus Edwards e Islam Slimani) e três saídas (Jovane, Tiago Tomás e Geny Catamo), a administração do Sporting não deixa para depois das eleições de 5 de março, e das decisões desportivas do final da época, o planeamento, atempado, da nova temporada. Por isso tem um plano, alicerçado em metas que estão já delineadas: a entrada dos 40M€ da venda do passe de Nuno Mendes; a qualificação direta para a Liga dos Campeões, que significa logo à partida encaixe garantido de 30M€; uma venda também na casa dos 30M€, a de Palhinha. Contas feitas, 100 milhões de euros em caixa para saldar compromissos e atacar o mercado de verão.
O reforço do plantel está pensado. Antes, porém, é preciso ter bases para atacar o mercado na janela estival.
Há compromissos para cumprir — pagamentos a fornecedores, prémios a pagar... — antes de atacar o reforço do plantel. E aqui há prioridades. Desde logo um jogador para uma posição que desde há dois verões está em mente, mas que foi adiado: um defesa-central. O perfil está definido: será um destro que possa libertar Gonçalo Inácio para a esquerda, a sua posição de raiz na linha defensiva de três.
Investimento, não tão grande como no central, será feito num guarda-redes, que até pode ser João Virgínia — emprestado pelo Everton, não estava nas contas iniciais da SAD leonina acionar opção que, não tendo sido tornada pública, andará na casa dos €4/5 M. Acontece que as indicações dadas pelo internacional jovem português agradam à estrutura técnica, que tem em Jorge Vital o encarregado dos homens da baliza. Quem será efetivamente o guarda-redes para ser suplente do indiscutível Antonio Adán não está ainda definido, certo é que a posição obrigará sempre a investimento.
Como a investimento obrigará, claro está, a saída de Palhinha. Ugarte foi contratado no início da época, já a pensar na futura saída do camisola 6, a resposta dada tem até surpreendido o próprio Rúben Amorim, que já o confessou, mas passará sempre a faltar novo jogador para a posição de médio-defensivo, seja para entrar diretamente no onze, seja para ser a sombra do internacional uruguaio — o desempenho de cada um o dirá.
Por fim, não obstante outras oportunidades de mercado que surjam, o fim do empréstimo de Pablo Sarabia por parte do PSG (chegou a Alvalade na sequência da ida de Nuno Mendes para a capital de França) obrigará a novo extremo. Marcus Edwards já foi contratado para poder ser futuro na posição, mas sem o espanhol faltará sempre mais uma opção para o lugar, até porque o objetivo é que Jovane renda os €8 M contratualizados com a Lazio — terá de fazer dez jogos, pelo menos 45 minutos em cada um.
O plano está delineado, a administração quer oferecer o melhor plantel possível a Rúben Amorim — se, entretanto, não aparecer colosso que bata os 30 milhões de euros da cláusula de rescisão do treinador do momento. O leão ficaria sem o timoneiro, as contas subi- riam para... €130 milhões.

Kelvin está de regresso ao futebol português para vestir a camisola do Belenenses SAD. O extremo, de 28 anos, é aguardado hoje para assinar até final da temporada, numa altura em que se encontrava sem clube, depois de ter rescindido com o Always Ready. Pouco utilizado no clube boliviano, pelo qual assinou em dezembro, o brasileiro acabou por acertar a desvinculação, rumando agora aos azuis do Jamor. A contratação de Kelvin já terá sido comunicada ao plantel por Rui Pedro Soares, presidente da SAD.
O extremo recorde-se, chegou a Portugal em 2011 para representar o FC Porto, mas acabou por ser emprestado ao Rio Ave. Mas na época 2012/13, deixou o seu nome registado na história dos portistas, ao marcar frente ao Benfica, o golo que praticamente decidiu a conquista do campeonato para o FC Porto.