Quando no passado sábado John Textor (JT) criticou a política anacrónica do Benfica ao escrever que “Estamos em 2022 e eu nem consigo assistir ao Sporting contra o Benfica na BenficaTV nos Estados Unidos. Parece que estamos em 1985, apenas a ouvir pela rádio. Por isso, têm mesmo a certeza que não precisam de ajuda?”, estava a assinar a certidão de óbito de qualquer hipótese de acordo. A pergunta final não poderia levar a outra resposta que não fosse aquela a que na passada 2ª feira foi prestada à CMVM e ao mercado pelos responsáveis encarnados. A única dúvida que me resta nesta parte é se Textor o fez propositadamente para forçar uma posição de ruptura dos dirigentes benfiquistas (ficando a Direcção do SLB com esse ónus) ou se contava com um feedback distinto.
Mas será que acabou a aventura de JT por terras lusas? Pois bem, se (re)lermos as suas suas diversas entrevistas de Julho de 2021 aos media portugueses e juntarmos ao que disse semanas atrás no Brasil, percebe-se claramente que JT tem uma visão empresarial estratégica de criação de uma “multinacional de futebol” e que neste momento após a compra da maioria do capital social da nova SAF do Botafogo, do investimento no Crystal Palace em Inglaterra e no Molembeek na Bélgica, falta-lhe claramente uma peça no xadrez que estava a montar… Um clube/SAD em Portugal. Assim sendo, uma segunda per- gunta ficará por responder: Tem JT um plano B?
Se olharmos para o panorama português, claramente só um investimento na SAD de Porto ou Sporting poderá ser algo comparável ao que se predispôs a fazer no Benfica. Se dermos o devido crédito às noticias do final do ano transacto que, como noticiava a Bloomberg, de que o FC Porto quer vender uma posição minoritária na sua SAD e ‘cruzarmos’ esse dado com a alegada abordagem que Textor terá recebido para ser o sujeito ativo desse investimento, poderíamos pensar que o clube azul e branco poderá ser a sua alternativa imediata.
Contudo, parece-me que a sua atenção poderá vir a focar-se na SAD do Sporting, até pela oportunidade que o clube tem neste momento de matar vários coelhos com uma cajadada, pois com o capital do americano poderá: comprar com enorme desconto a sua divida bancária cristalizada nas famosas VMOC; vender-lhe apenas uma parte desse capital social referente aos instrumentos de dívida; cativar uma parte desse mesmo capital social para uma futura venda (e mais receita) ou para mero reforço da posição accionista do clube na SAD; além disso, cria uma parceria estratégica com alguém que pode ajudar o SCP a aumentar a diversificação de receita e a incrementar o valor internacional da sua marca, assim como antecipa eventuais questões como a futura negociação dos direitos televisivos e aproveita desportiva e financeiramente o investimento no Botafogo a nascente e Crystal Palace a poente, no vetor de compra e venda de jogadores. Do lado de Textor existe ainda a possibilidade de ‘colar-se’ indirectamente à marca CR7 sem gastar um euro com isso. Ou seja, ‘junta-se a fome com a vontade de comer’.
Que lengalenga fantástica!
ResponderEliminarÉ mais um "romanceiro" que prognostica sobre o futebol, como se fosse bruxo!
EliminarNem o bruxo de Fafe teria uma imaginação tão fértil!...