26 fevereiro 2022

"Bruno de Carvalho? Sou frontalmente contra a readmissão. Se for, continuarei sportinguista até morrer, mas entregarei o meu cartão"; JJ a preparar-se para o próximo desafio; "Quem não tem dinheiro, não tem vícios", diz economista sobre contas no futebol

Carlos Barbosa da Cruz, advogado e conhecido adepto do Sporting CP, mostra-se claramente contra a possível readmissão de Bruno de Carvalho como sócio dos leões.
"Fico admirado por haver candidatos às eleições do Sporting que destacam na sua agenda a readmissão dos sócios expulsos, em nome de uma suposta pacificação do clube. Várias são as razões. Em primeiro lugar, este é um não assunto. A readmissão de sócios suspensos ou expulsos está, desde há muito, prevista nos estatutos, para tanto bastando requerer a convocação de uma assembleia geral e obter uma maioria de dois terços. Em segundo lugar, mesmo o sócio menos perspicaz, descortinará nestas intenções o propósito de readmitir o ex-presidente Bruno de Carvalho, que nunca escondeu o seu desejo de voltar. Convirá, a propósito, então, lembrar algumas coisas. A primeira é que os ilícitos que conduziram à aplicação da sanção disciplinar mais grave nada tiveram que ver com os acontecimentos de Alcochete, outrossim com atos cometidos na sequência da sua suspensão. O facto de o ex-presidente ter sido absolvido no processo judicial não afeta a validade da pena aplicada. Depois, importa não esquecer que, há menos de quatro meses, o ex-presidente qualificou os adeptos do Sporting como “os mais burros do mundo”, mimos e ando-os ainda com epítetos tais como injustos, manipuláveis, desprezíveis, cretinos e idiotas. Cada um fará o juízo que entender sobre esta vibrante manifestação de sportinguismo…
Sou frontalmente contra a readmissão do ex-presidente. Desde logo por não achar que essa medida contribua para unir o clube, antes pelo contrário, mas, sobretudo, por considerar que a pessoa em questão já provou que nada tem que ver com os valores e princípios que regem o Sporting, desde a sua fundação. Caberá, como sempre, a última palavra aos sócios, decisão essa que, obviamente, respeitarei. Os sócios que me desculpem mas, no improvável caso de o ex-presidente ser readmitido, continuarei sportinguista até morrer, mas entregarei o meu cartão. Porque, se for assim, claramente sentir-me-ei a mais no Sporting", escreveu o conhecido adepto leonino.

JJ a preparar-se para o próximo desafio. Jorge Jesus encontra-se a preparar-se para assumir o próximo desafio profissional. Em publicação feita esta sexta-feira nas redes sociais, o treinador, que antes do final do ano de 2021 rescindiu por mútuo acordo com o Benfica, publicou várias fotografias onde surge acompanhado de um 'personal trainer'.
"A preparar-me física e mentalmente para o próximo desafio", escreveu o técnico amadorense, através da sua página oficial do Instagram.

"Quem não tem dinheiro, não tem vícios", diz economista sobre contas no futebol. O economista João Duque considerou viável centralizar os direitos televisivos das competições de futebol já na época 2023/24, propósito anunciado pela Liga de Clubes, admitindo que “é algo que se resolve com contas e dinheiro”.
Para João Duque, o facto de alguns clubes terem já antecipado as receitas dos direitos televisivos para além de 2024 “não deverá constituir problema” e “a solução passa por, durante um certo período, não beneficiarem da redistribuição”.
“A solução não passa pelo clube repor aquilo que recebeu antecipadamente para depois receber em igualdade com os outros em função das novas regras, mas não receber durante um tempo por já ter recebido por antecipação”, defendeu o economista.
A Cimeira de presidentes dos clubes da I e II Liga acordou, na terça-feira, a centralização dos direitos televisivos “no mais curto espaço de tempo possível”, apontando a época de 2023/24, e a criação de uma “linha de crédito que pode ir até 100 milhões de euros”.
“Se um clube já antecipou receitas, não é beneficiado com a distribuição durante um tempo. É uma questão que se resolve com facilidade. Sabe-se qual é o valor que corresponde a esses anos que estão sobrepostos, calcula-se o valor atual e desconta-se”, explicou à agência Lusa.
O economista adianta que “é algo relativamente fácil de fazer”, embora admita que “possam surgir outras questões, como com as taxas de atualização, mas nada que um pequeno grupo arbitral não possa dirimir com facilidade entre todas as partes envolvidas”.
“Não sei se há aqui partes que estejam em divergência, admito que sim, com os clubes que não anteciparam receitas de um lado e os que já receberam de outro, mas depois haverá uma identidade independente que fará as contas e chegará a acordos relativamente simples”, adiantou.
Outra alternativa, ainda de acordo com João Duque, é os clubes que já anteciparam as receitas reporem as verbas antecipadas e, depois de aplicadas as novas regras da renegociação dos direitos televisivos, acertarem o saldo entre o que têm que repor e o que vão receber.
Ainda segundo o economista, neste cenário poderá haver uma grande diferença entre as duas parcelas e os clubes que já anteciparam receitas para além de 2024 poderiam ter aqui alguma dificuldade, pelo que então, para esses casos, a Liga podia abrir uma linha de crédito.
João Duque considera ainda que esta situação de endividamento “resulta de uma grande condescendência em relação à má gestão dos clubes” e da incapacidade dos seus dirigentes em os manter equilibrados e dentro das regras do ‘fair-play’ financeiro.
“Para mim, é muito simples. Quem não tem dinheiro, não tem vícios, como se costuma dizer, acabou o dinheiro, não há mais, não há”, defendeu, acrescentando que “estas questões deveriam ser levadas mais seriamente e com sanções efetivas”.
João Duque aponta que alguns clubes fazem contratações “por números estratosféricos, quando aparentemente não têm capacidade, e sem o mínimo de cautela”.
“As pessoas pegam nos planos de negócios e usam-nos no limite da despesa, imaginando que a receita que está escrita na folha de Excel está assegurada por Deus. As receitas têm muito mais flexibilidade e as despesas mais rigidez”, disse.
O economista frisou, a título de exemplo, que “basta a venda de um jogador para a Rússia não ser cobrada, dado o momento político conturbado que se vive, para uma transferência destas dar cabo de um clube, porque não tem folga nenhuma”.

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