13 janeiro 2022

Rui Costa admite desentendimento entre Pizzi e Jesus mas garante: "Jogadores não despediram o treinador"; "Contra o FC Porto ninguém nos defende. Contra o Benfica ainda há um ou outro", queixa-se ex-leão

De há uns anos a esta parte, a defesa dos clubes chamados grandes tem sido feita na comunicação social por antigos dirigentes, treinadores, jogadores e adeptos. Além da imprensa escrita, as televisões passaram a contar também com a presença, nos diversos painéis, de figuras ligadas ao passado dos respetivos emblemas.
Porém, Manuel Fernandes, figura destacada da história do Sporting, nota que o emblema campeão nacional não tem sido representado da forma como gostaria e aponta críticas à postura assumida pelos sportinguistas no comentário desportivo, lamentando mesmo que tenham diferentes abordagens em relação ao Benfica e ao FC Porto.Para concretizar a sua ideia, Manuel Fernandes dá como exemplo a última jornada da primeira volta do campeonato, que teve vários lances polémicos nos jogos de Sporting, FC Porto e Benfica.
A este respeito, o antigo avançado sportinguista foi notando diferentes leituras que os comentadores do Sporting foram fazendo. E critica-os, acusando-os mesmo de terem posições de de defesa contra o Benfica mas não vendo isso acontecer quando está em causa o FC Porto.
"O que me entristece é que os cartilheiros do FC Porto, e vou estar atento ao que eles dizem nas televisões, dizem, dizem e nós não temos ninguém que nos defenda. Não temos rigorosamente ninguém que nos defenda", criticou Manuel Fernandes, mostrando o seu desagrado na forma como é feita a representação verde e branca.
Para Manuel Fernandes, fica claro que quando os temas em debate envolvem o nome do emblema liderado por Pinto da Costa, a turma de Alvalade fica sem defesa por parte dos sportinguistas.
"Quando é contra o FC Porto ninguém nos defende", afirmou Manuel Fernandes, em declarações na Sporting TV, fazendo notar que quando se trata de defender o Sporting em temas ligados ao Benfica, aí, vai vendo qualquer coisa.
"Contra o Benfica ainda há um ou outro que nos defende. Agora contra o FC Porto ninguém nos defende. É uma coisa inacreditável e é triste. Triste", insistiu Manuel Fernandes, deixando mesmo um desafio para os representantes do Sporting nos diversos painéis televisivos.
"Se são sportinguistas assumam e digam as coisas", desafiou Manuel Fernandes, velando ainda críticas aos "cartilheiros do FC Porto". "Eles não enganam ninguém", destacou.
Por outro lado, Manuel Fernandes disse ainda que as declarações do treinador do Estoril após o jogo contra o FC Porto, se fossem ditas há uns anos atrás, era uma espécie de 'sentença' para fim de carreira.
"O treinador do Estoril disse que o campo estava inclinado. Há uns anos atrás, nunca mais treinava. Nunca mais. Mas isto agora mudou um pouco. Pode ser que ele venha a treinar mais clubes. Eu sei do que estou a falar", assegurou Manuel Fernandes.

Rui Costa admite desentendimento entre Pizzi e Jesus mas garante: "Jogadores não despediram o treinador". Rui Costa sublinhou que "não foram os jogadores que despediram Jorge Jesus" mas confirmou: "houve esse desentendimento no qual a equipa mostrou apoio a Pizzi."
"Nessa altura foi comentado tudo e um par de botas. Jesus, como homem do futebol, com a relação que tem comigo, após o episódio que foi tanto falado e que vou ter oportunidade de explicar, chegámos a conclusão que o nosso caminho seria mais complicado. Culmina nesse episódio [conflito com Pizzi], mas não começa nesse episódio. O mês de dezembro foi de extraordinária dificuldade. Se fizermos uma retrospetiva, havia uma exigência grande da parte do Benfica para ser vitorioso em todas as frentes. Havia um objetivo que era entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Conseguimos atingir todos os objetivos, inclusive a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que não acontecia há cinco anos. O mês de dezembro é penoso, tivemos três derrotas pesadíssimas com os rivais. Não foi só perdermos, mas a forma como perdemos. O que chocou mais os adeptos foi a forma como perdemos. Essa primeira derrota com o Sporting logo no início de dezembro criou um ambiente à volta da equipa e de Jesus que não estava favorável. Houve uma série de consequências, como a situação do Flamengo. Estamos a falar de um treinador muito mediático, por mérito seu. É uma pessoa que enche páginas de jornais, não por culpa sua mas por mérito. Tudo fez com que o ambiente se tornasse pesado. Não nos podemos esquecer como acabou o jogo com o Sporting, isso passa para os jogadores e para a estrutura. Finalizou com um episódio com a equipa toda e pensamos que dali para a frente seria tudo mais complicado."
"Se calhar exigia-se uma explicação nesse momento. Se se lembrarem, estávamos a meio da semana e jogávamos contra o FC Porto. Não falei porque não queria criar mais atrito à volta da situação. Queria que a equipa estivesse preparada para o jogo do campeonato, ainda para mais com a entrada do novo treinador. Não queria tirar o foco. Posso dizer de forma clara que não foram os jogadores que despediram o treinador. Foi uma sequência de episódios. Chegámos de forma cordial e honesta a acordo"
"Algumas coisas que foram ditas na comunicação social são verdade, mas outras foram empoladas e distorcidas pois as pessoas não estiveram lá. Houve, de facto, essa desavença entre o jogador e o treinador. Estamos a falar de um dos capitães do Benfica, que sempre teve um comportamento exemplar e já conquistou muitos títulos no clube. Apesar de dizerem que ele já despediu treinadores a verdade é que todos o colocam a jogar. Não há nenhum grupo! Há isso sim um plantel que luta por um objetivo comum. Eu também tive equipas que despediram treinadores ao longo da minha carreira de jogador. O Pizzi merece todo o nosso respeito.
"Houve esse desentendimento, sendo que a equipa demonstrou apoio a Pizzi. Quando se diz que eu interpelei o treinador em favor de Pizzi é porque não se conhece nem Jorge Jesus, nem a mim. No início da época, quando escolheu os jogadores com quem contava, alguns com passado no clube foram afastados e Pizzi não foi. Jamais iria contra o treinador para o convencer do contrário nestas matérias. Jorge Jesus pode confirmar tudo o que estou a dizer. Após esse incidente tudo o que fiz foi em consonância com o treinador. O Pizzi ficou de castigo nesse dia, não treinou e falou com o presidente. Nunca foi afastado até final da época. Eu estava no Seixal, não fui chamado para ir lá, e falámos logo, tendo o jogador feito um treino"

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