Rafa pensa em sair do Benfica; Rui Costa pressionado na AG. Noronha e Benitez aplaudidos; "O Sporting precisa de continuar a vender. E não é de agora"; Ações do Benfica geram comissão de 5M€. Carlos Janela envolvido

Com muitos insultos e ameaças entre sócios, a assembleia geral (AG) extraordinária do Benfica ficou marcada por um clima de tensão e vários protestos contra a atual Direção. Muitos sócios vaiaram Rui Costa. O grande ponto de discussão esteve à volta do regulamento eleitoral. A apreciação da proposta deste documento era um dos pontos em cima da mesa, mas os sócios pretendiam votá-la. O apelo foi recusado pelo presidente da Mesa da AG, Pires de Andrade, que ouviu insultos e muitos pedidos de demissão. Francisco Benitez, candidato assumido à presidência, e João Noronha Lopes, derrotado nas eleições de 2020, foram as grandes faces da oposição no Pavilhão da Luz, tendo sido bastante ovacionados. Benitez voltou a pedir a Rui Costa para que este ouvisse os sócios e garantisse a aprovação de um regulamento que permita “transparência.” O líder do movimento ‘Servir o Benfica’ exigiu a presença de seis pontos “inquestionáveis” nesse documento, entre os quais o voto físico com depósito em urna transparente e a contagem imediata após o encerramento das urnas. Quando um sócio perguntou aos restantes se votariam neste regulamento, a plateia levantou-se em peso. “O Benfica é nosso”, ouvia-se.

João Noronha Lopes também foi bastante crítico. “No Benfica, não se brinca às assembleias gerais. A transparência perde por 2-0 neste momento. Falharam ao não respeitar o pedido legitimo de um grupo de sócios”, salientou o empresário.

Manuel Serra, sócio do Benfica, questionou se Rui Costa teria os 25 anos ininterruptos como sócio desde que atingiu a maioridade, um requisito necessário para ser candidato. 

Rafa sonha em rumar a Inglaterra ou Espanha e pretende alcançar esse objetivo na próxima temporada. Nesse sentido, o extremo está apostado em fazer uma grande época pelo Benfica, escreve o Record. Assim, o internacional português pode dar nas vistas e levar os clubes destes países a apresentarem propostas correspondentes às exigências das águias, que não abdicam de receber, pelo menos, 35 milhões de euros.
Já perto do fecho do mercado, recorde-se, a SAD dos encarnados recusou uma oferta do Zenit. De qualquer das formas, o camisola 27 não queria rumar à Rússia. Preferia permanecer na Luz, sentindo que este cenário lhe daria mais possibilidades de atingir a meta pretendida.
Este é, de resto, um desejo antigo, tal como expressou o empresário do jogador, em janeiro de 2020. “Está pronto para um nível superior. Escusado será dizer que o topo passa por uma Premier League ou a Liga espanhola. Se tudo correr dentro do que está pensado, direi que o Rafa vai cumprir o seu sonho”, disse António Araújo, à Antena 1.
Com contrato até 2024 e blindado por uma cláusula de rescisão fixada nos 80 milhões de euros, Rafa também solidificou o lugar na Seleção Nacional, o que, naturalmente, traz ao jogador maior visibilidade. 

"O Sporting precisa de continuar a vender. E não é de agora". Tomaz Morais, Diretor do futebol de formação do Sporting, concedeu este sábado uma extensa entrevista ao jornal Record, na qual analisou a aposta que os leões têm feito na formação e nas melhorias na Academia.
O dirigente dos verde e brancos considerou ainda que o Sporting é um clube vendedor, assim como a indústria do futebol em Portugal.
"O Sporting precisa [de vender]. E não é de agora. Independentemente dos bons resultados que as equipas portuguesas consigam até na Liga dos Campeões, e têm conseguido ao longo da história, nós sabemos que Portugal enquanto indústria futebolística precisa de vender. Portanto, é uma verdade. Sem dúvida nenhuma", começou por dizer Tomaz Morais.
"E quando digo vender, no fundo, é levar os jogadores a outros campeonatos. Se são mais competitivos ou não, isso já não é um patamar para mim. Eu sou um homem de formação, neste momento. O mais importante é que nós saibamos preparar esses jogadores para, depois de passarem pela nossa equipa principal, chegarem a um outro contexto qualquer e possam adaptar-se no momento, jogando a um nível igual ou superior ao do Sporting. Ou seja, estar logo pronto a responder. A nossa preocupação é essa", acrescentou ,falando ainda sobre a preparação dos jovens da formação para os jogos da Liga dos Campeões.
"A Liga dos Campeões tem uma exigência muito própria. Não há nível mais alto. Acredito que vai ser cada vez mais fácil para esses jovens, porque para a maioria foi o primeiro jogo. É o desporto. É a competição. Não podemos tirar, nem prever. Há algo que só se ganha na altura (...) Tem de se passar pela experiência. Nós para conseguirmos as coisas vamos ter de falhar, de perder, de repetir, e se calhar vamos ter de falhar outra vez para um dia mais tarde concretizar. Disso não tenho dúvidas. Tem de haver essa persistência", finalizou.

Ações do Benfica geram comissão de 5M€. Carlos Janela envolvido. A concretização do negócio da compra e venda de 25% das ações da Benfica SAD, celebrado entre José António dos Santos e John Textor, dará lugar ao pagamento a dois alegados intermediários de uma comissão de 10%: sendo o valor da operação de 50 milhões de euros, a comissão será de cinco milhões de euros. Os destinatários desta comissão serão, segundo apurou o CM, dois cidadãos portugueses. Um deles será Carlos Janela, ex-dirigente desportivo.

Os dois alegados intermediários terão participado na aproximação entre Santos, empresário conhecido como ‘Rei dos Frangos’, e Textor, investidor americano, e contribuído para o acordo final celebrado entre as partes em junho último. No início deste ano, Janela terá comunicado ao ‘Rei dos Frangos’ o interesse de Textor em fazer investimentos no Benfica. Quanto ao outro cidadão português, cujo nome não foi possível apurar, terá atuado em representação do investidor americano.

A comissão de cinco milhões de euros deverá ser paga em partes iguais aos dois alegados intermediários. Uma parte dessa comissão será destinada ao pagamento do trabalho do responsável do banco de investimento que preparou a operação financeira.

Os dois alegados intermediários estiveram presentes na reunião do ‘Rei dos Frangos’ com Textor no Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa, em meados de abril último. Janela terá estado também presente no encontro que, no dia seguinte, juntou Luís Filipe Vieira e Textor no escritório de José António dos Santos, em Torres Vedras.

Neste tipo de negócios, a comissão a pagar aos intermediários varia entre 5% e 10% do valor do contrato. Regra geral, o princípio é o seguinte: quanto maior for o preço de venda, maior é a comissão. Até ao final deste ano, o contrato de aquisição de 25% das ações da Benfica SAD está suspenso. Santos e Textor decidiram aguardar pela realização das eleições do Benfica e avaliar depois se há condições para a concretização do negócio.

O CM contactou, ontem, Carlos Janela, mas este não atendeu o telemóvel, não respondeu à SMS e não devolveu a chamada.