Dragões ao ataque. "Grave atentado à verdade desportiva. A atual classificação da Liga é uma mentira”; Repórter de imagem da TVI agredido no final do Moreirense-FC Porto; A confusão em Braga devido a decoração do Sporting; Paulo Gonçalves notificado para arranque do julgamento do processo ‘E-Toupeira’

Um repórter de imagem da TVI queixou-se de ter sido agredido no final do jogo de ontem, no momento em que Pinto da Costa e Vítor Baía, por exemplo, se dirigiam para a saída do estádio. O presidente portista parou para falar com um repórter de imagem no parque de estacionamento do recinto, tendo depois outro profissional de comunicação social, que o filmava, sido agredido, de acordo com o relatado pela estação de televisão. O que se percebe pelas imagens exibidas é que o material de trabalho (terá ficado danificado), nomeadamente a câmara, caiu depois de uma ação física deliberada, aparentemente um empurrão. Depois, a imagem é recuperada e vê-se Pedro Pinho, empresário de jogadores. Nesse instante, Pinho está a ameaçar o repórter em causa que lhe dá um “soco”.

Também de acordo com a TVI, Vítor Baía dirigiu-se mais tarde à equipa de reportagem em causa e pediu desculpas.

A GNR dirigiu-se imediatamente ao local e procedeu à identificação de Pedro Pinho, como se percebe por outras imagens exibidas mais tarde, pela CMTV, já com os ânimos mais serenos.

"Grave atentado à verdade desportiva". O FC Porto reage ao empate da última noite em Moreira de Cónegos, através do Dragões Diário, e fala em "grave atentado à verdade desportiva".

O Moreirense-FC Porto de ontem pode muito bem ser explicado através de um único lance: ao minuto 81, Francisco Conceição foi atropelado na área do Moreirense. O árbitro Hugo Miguel nada assinalou. O videoárbitro António Nobre, confortavelmente instalado, com acesso a imagens que não deixam margem para qualquer dúvida, não interveio. Um penálti indiscutível ficou por marcar – em linha com o que já se tinha passado antes e com o que ainda viria a acontecer depois.

 

O que torna este lance ilustrativo do que foi a globalidade do jogo que terminou empatado a uma bola é, por isso, o facto de não ter sido caso único. A última jogada do encontro, uma falta sobre Luis Díaz cometida já dentro da área, resultou apenas em livre direto. E muito mais haveria a discutir, desde um toque de Abdoulaye na perna de Pepe, também dentro da área, num lance em que o central do Moreirense não jogou a bola, até à fiabilidade da colocação de linhas para descortinar um alegado fora de jogo de dez centímetros - que invalidou o 1-2 marcado por Toni Martínez já depois dos 90 - num estádio com as características do de Moreira de Cónegos.

 

O que se passou ontem, por azar ou incompetência do árbitro e, especialmente, do videoárbitro, foi um grave atentado à verdade desportiva, que teve como consequências diretas a perda de dois pontos pelo FC Porto e o alargamento para seis da distância para o primeiro classificado. Não há cortina de fumo que o possa mascarar: a atual classificação da Liga é uma mentira.

A confusão em Braga devido a decoração do Sporting. A tensão em Braga foi visível pelos incidentes no camarote mas também percorreu os bastidores do estádio e nomeadamente o túnel. Segundo o jornal Record apurou, a comitiva do Sporting decorou o corredor de acesso ao respetivo balneário com imagens festivas alusivas ao clube, tendo agrafado as mesmas por cima de imagens do Sp. Braga. Ora, os donos da casa não gostaram e mandaram retirar, gerando-se uma confusão, com intervenientes de ambas as equipas. Os bracarenses alegaram que os leões danificaram a decoração existente (e documentaram fotograficamente a situação). O Corpo de Intervenção da PSP ficou no local durante todo o jogo. As tarjas do Sporting foram retiradas já perto do final.

Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, foi notificado para se apresentar no arranque do julgamento do processo ‘E-Toupeira’, a 15 de setembro, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. Estão ainda marcados os dias 29 de setembro, 6, 20 e 27 de outubro e 3 de novembro. O advogado irá responder pelos crimes de corrupção, violação do segredo de justiça, violação do segredo de sigilo e acesso indevido. O funcionário judicial José Silva será julgado pelos mesmos crimes e de peculato.
Na base do processo está o facto de José Silva alegadamente ter tido acesso a processos e documentos em segredo de justiça, partilhando-os com Paulo Gonçalves a troco de camisolas e bilhetes para partidas do Benfica. Ambos vão ser julgados, estando as sessões do julgamento marcadas para Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
A SAD dos encarnados e o funcionário judicial Júlio Loureiro não foram pronunciados, pois viram os crimes de que eram indiciados cair na fase de instrução.