Desorientação de JJ preocupa SAD do Benfica; "O mesmo jogador que foi para o Benfica por 20M€, se calhar ia para os rivais por cinco ou sete milhões"; "Não existe uma estrutura no Benfica”; No Brasil, Vasco pede anulação de jogo por erro do...VAR

O Vasco da Gama vai pedir a anulação do jogo de anteontem frente ao Internacional – derrota por 2-0 –, alegando um erro do VAR, que não conseguiu utilizar as linhas de fora de jogo no golo de Rodrigo Dourado. Alexandre Pássaro, diretor dos vascaínos, quer contestar junto da Confederação Brasileira de Futebol e do Tribunal Superior de Justiça Desportiva, explicando: “O que disseram foi que a linha não estava calibrada e prevaleceu a decisão do árbitro do campo. Tinham de parar o jogo até estar bem.” Porém, a regra diz que havendo “defeito no sistema”, os árbitros devem “sempre tomar uma decisão”. Ontem, a CBF esclareceu que a empresa responsável pelo VAR já analisou o lance e que a decisão foi correta.

Refira-se que o Internacional é líder com mais um ponto que o Flamengo, já o Vasco está em zona de descida.

"Não existe uma estrutura no Benfica”. Gaspar Ramos considera que o principal problema do Benfica não se prende com os resultados desportivos desta época e garante que “esta situação não é de agora”. “Não apoiei o regresso do Jorge Jesus, mas a culpa não é unicamente dele. Não existe uma estrutura”, vincou o antigo dirigente das águias.

A desorientação demonstrada por Jorge Jesus ao admitir que “pensava que tinha mais tempo” para colocar Cervi em campo está a gerar grande preocupação nos dirigentes do Benfica, escreve o CM. O treinador das águia colocou o extremo a aquecer durante toda a segunda parte e ainda se preparou para o colocar em campo, o que não aconteceu porque o jogo terminou. Jesus admitiu que se terá distraído com o tempo e que depois já não valia a pena colocar o extremo em campo. “Nem tempo tinha para lá chegar”, disse Jesus no final da partida.
Esta declaração não caiu bem no seio das águias. Há quem considere que Rui Costa e Luisão, que estavam no banco, podiam ter alertado o técnico, mas estes entenderam que se tratava apenas de uma decisão de Jesus, apurou o Correio da Manhã. Os dirigentes benfiquistas contactados pelo CM mostraram-se preocupados com este sinal de desorientação.
Já houve outros jogos que Jesus demorou a mexer na equipa, ou fê-lo demasiado tarde, apesar do resultado não ser favorável. O exemplo mais gritante é o da Supertaça com o FC Porto. Perdeu por 2-0 e fez três substituições nos dois últimos minutos.
No entanto, o CM sabe que Jesus tem todo o apoio da SAD e teve a sua solidariedade quando foi contaminado com a Covid-19. Os dirigentes encarnados sabem que se trata de uma temporada atípica, devido aos problemas causados pela pandemia. Houve vários jogadores e elementos da equipa técnica contaminados que acabaram por impedir o desempenho máximo da equipa. Contudo, não ilibam Jesus da sua quota parte de culpa no insucesso desta época.
Ontem, a direção do Benfica reuniu-se ao final da tarde para abordar vários assuntos, mas o atual mau momento da equipa de futebol, que ocupa o 4º lugar na Liga, não foi discutido.

"Benfica começou a pensar de fraque, como se fosse rico e os outros pobretanas". António Bagão Félix, antigo membro dos corpos sociais do Benfica e conhecido adepto, lança duras críticas à estrutura liderada por Luís Filipe Vieira e aponta vários 'pecados', sobretudo desde a venda de João Félix.
'Mergulhado' numa crise de resultados que deixa o Benfica longe dos lugares cimeiros da classificação, o ex-ministro, que no último ato eleitoral apoiou João Noronha Lopes, não percebe o silêncio de Luís Filipe Vieira.
"Admito que, de facto, não faz sentido aparecer num dia o Rui Costa, no outro o treinador, o Luisão. Ele [Luís Filipe Vieira] deveria dar a cara num momento difícil", desafiou Bagão Félix, percebendo que a covid-19 poderá estar na origem deste silêncio de Vieira.
O Benfica vai-se 'afundando' na classificação e Bagão Félix diz que há várias situações que explicam este momento que a águia atravessa, identificando a venda de João Félix para o Atlético de Madrid como o 'ponto de viragem'.
"O momento mais negativo nas últimas épocas foi a venda do João Félix. A transação foi notável. Mas os 100 milhões líquidos fizeram, por outro lado, o Benfica perder um jogador que ainda estava a começar e a estrutura passou a pensar de fraque, como se fosse uma entidade rica e os outros todos pobretanas".
O antigo ministro das Finanças, especialista em matérias económicas, destaca que a venda de Félix estabeleceu um patamar na Luz na abordagem ao mercado que, analisa, tem sido prejudicial.
"O mercado não é cego e percebeu isso. A partir daí, qualquer jogador mesmo que meramente razoável foi tabelado por 15 ou 20 milhões. O mesmo jogador que foi para o Benfica por 20 milhões, se calhar ia para os rivais por cinco ou sete milhões", comentou Bagão Félix, não percebendo os valores que o Benfica gastou em vários jogadores que, recentemente, chegaram à Luz.
"O Pedrinho, o Cebolinha, o Darwin, o Weigl, o Waldschmidt na casa dos 20 milhões ou na volta disso", identificou, lamentando, por outro lado, que jogadores 'da casa' estejam 'tapados'.
"Jogadores como Gonçalo Ramos ou jogam ou é melhor irem para a equipa B jogar", disse Bagão Félix, não percebendo como é que a comunicação encarnada está a trabalhar.
"Cervi, Samaris, Gabriel, Chiquinho, Seferovic, o próprio Weigl, que agora é querido, são jogadores que apareceram nas notícias para serem dispensados... em janeiro saem. De repente, entram nas opções. Eles são jovens mas imagino o alento com que vão treinar e jogar depois de lerem os jornais", lamentou Bagão Félix, não percebendo como é que Vieira geriu a mudança de diretor do futebol, com a saída de Tiago Pinto para a Roma, de Itália.
"Não faz sentido que o diretor do futebol, em novembro, diga que vá para outro clube italiano e, em dezembro, perca autoridade porque está simplesmente a prazo. A sair, sai no mesmo dia."
O ex-dirigente das águias diz que "não faz sentido os diretores mudarem a meio da época e não faz sentido num clube como o Benfica". "Não faz sentido nenhum", insiste Bagão Félix, em declarações na Antena 1, afastando o cenário de eleições para já.
"Não faz sentido que se pensem no cenário de outras eleições passados três meses de um ato eleitoral. Juntar perturbação à perturbação não é o melhor caminho. Acho adequada a posição de João Noronha Lopes".