De acordo com a edição online do Corriere dello Sport, a Lazio está interessada em Jean-Clair Todibo. O defesa-central de 21 anos, atualmente emprestado pelo Barcelona ao Benfica, é visto como uma alternativa ao brasileiro Luiz Felipe, operado a um tornozelo que o vai afastar durante três meses.
O jornal italiano revela que Todibo já está a par do interesse da Lazio, que vê como uma oportunidade para ter mais tempo de jogo e a possibilidade de atuar na Liga dos Campeões (vão defrontar o Bayern Munique nos oitavos de final). Além do emblema romano, também Parma e Verona tentam resgatar o francês da Luz.
Formado no Toulouse, Jean-Clair Todibo foi contratado pelo Barcelona em janeiro de 2019. Depois de um empréstimo ao Schalke na temporada passada, o central foi cedido ao Benfica no início da esta época, mas realizou apenas duas partidas.
“Bernardo não quis ter paciência". Renato Paiva, técnico que trabalhou na formação do Benfica desde 2006 e que saiu já nesta época para o Independiente del Valle, concedeu uma entrevista ao canal 11, onde abordou a temática da formação, com enfoque na falta de paciência dos jovens em corrigirem lacunas antes de almejarem chegar às principais equipas. E o caso de Bernardo Silva, que Renato Paiva acompanhou de perto, foi o ponto de partida para esse raciocínio.
“A história do Bernardo é específica. O Bernardo não quis esperar. O Bernardo não quis ter paciência e esperar”, diz, lembrando que o clube da Luz – orientado por Jorge Jesus quando o jovem decidiu sair – tinha forte concorrência para as posições onde Bernardo jogava, desde Gaitán a Salvio, passando por Enzo Pérez.
“Esses jogadores, inegavelmente, tinham qualidade. Estamos a falar de internacionais argentinos que deram muito ao Benfica. Que me digam que o Bernardo poderia ser uma alternativa em termos de gestão de jogo, poderia. Poderia até ser titular em muitos jogos. Agora, acredito que, olhando para o Bernardo naquela altura, um miúdo acabado de sair da equipa B, e olhar para o rendimento que aqueles jogadores davam, quer dizer...”, realça Renato Paiva.
O técnico ex-Benfica faz uma comparação com a entrada retumbante de João Félix no onze de Bruno Lage, mas coloca o jovem do Atlético Madrid na categoria dos astros, sendo que a concorrência de Félix no Benfica não era a mesma de Bernardo.
“Com João Félix, a concorrência não eram Gaitán, Salvio e Enzo Pérez... A concorrência não era essa. A oportunidade e a ocasião é que fazem as coisas acontecer. O entorno do João não era o entorno do Bernardo... E a questão do Bernardo é essa. Como muitos jovens hoje em dia, não querem ter paciência”, repete o técnico.
Renato Paiva não compreende a forma como os jogadores das segundas equipas encaram uma chamada ao plantel principal. O técnico partilha as experiências que teve com os jovens, que regressam sem entusiasmo.
“Os jogadores vão treinar à equipa A e dizem-me: ‘Correu mais ou menos... não treinei na minha posição’. Uma explicação. ‘Dos três exercícios, só fiz dois’. Duas explicações. Eles vão treinar à equipa A do Benfica... Isto perdeu-se. Por culpa de quem? Não sei. Mas isto perdeu-se. Eu, em 1980, até ia à baliza. Eu, canhoto, a jogar numa ala, eu ia à baliza. Os jogadores estão muito egoístas. Os jogadores são muito egoístas”, lamenta.
Mas não são os únicos culpados deste cenário: “Eles são pressionados por empresários, por familiares. ‘Não dás no Benfica, vamos já não sei para onde, para um clube da Premier League, do Championship’. Os jogadores não têm paciência para esperar um bocadinho mais, não têm paciência para querer aprender um bocadinho mais”, reitera.
Renato Paiva insiste na teoria de que o processo de formação tem de ser bem pensado e só se completa após 50 jogos, no mínimo, numa equipa B, exceção feita aos “prodígios como o João Félix”.
“Quem vem da equipa B, se não for um prodígio como o João Félix, não está preparado para a equipa A. Desculpem... Desculpem... No contexto português, tirando os prodígios, são precisos 50 jogos na equipa B para dar resposta numa equipa A do Benfica. Ponto final, parágrafo. Disto, eu não saio, nem um bocadinho”, explica o técnico que dedicou quase toda a carreira à formação.
Paiva dá exemplo de jogadores que não cumpriram este período de desenvolvimento e acabaram por entrar no plantel do Benfica, para serem emprestados e verem estagnado o processo de formação.
“Assisti a isto e passei por isto, com as mãos na massa. E houve uma vítima, chamada Tomás Tavares, que fez dois jogos na equipa B. Dois jogos. Depois foi para a equipa A. O Tomás é muito bom jogador, mas tem lacunas que a II Liga iria corrigir. E não se fez isso. Não se esperou por isso”, lamenta, citando outro caso, de Florentino, mas lembrando que o médio fez muitos jogos na equipa B e estaria pronto para ‘dar o salto’.
“Florentino é um caso à parte. Estranho que não jogue no Mónaco. Rúben Dias, Gonçalo Guedes, Florentino, Lindelof, entre outros, jogaram muitos jogos na equipa B. E esse facto corrigiu-lhes muitos problemas, técnicos e táticos”, esclarece.
Renato Paiva fala ainda no processo de transição dos escalões jovens para o futebol profissional, dos juniores para as equipas B. “Nos juniores, perdes uma bola, corres cinco metros e ganhas a bola outra vez. Fazem cinco golos por jogo e depois chegam à B e às vezes nem conseguem driblar um adversário. É preciso tempo e jogos. Os jogos na II Liga fazem deles muito melhores jogadores”, conclui.
“A história do Bernardo é específica. O Bernardo não quis esperar. O Bernardo não quis ter paciência e esperar”, diz, lembrando que o clube da Luz – orientado por Jorge Jesus quando o jovem decidiu sair – tinha forte concorrência para as posições onde Bernardo jogava, desde Gaitán a Salvio, passando por Enzo Pérez.
“Esses jogadores, inegavelmente, tinham qualidade. Estamos a falar de internacionais argentinos que deram muito ao Benfica. Que me digam que o Bernardo poderia ser uma alternativa em termos de gestão de jogo, poderia. Poderia até ser titular em muitos jogos. Agora, acredito que, olhando para o Bernardo naquela altura, um miúdo acabado de sair da equipa B, e olhar para o rendimento que aqueles jogadores davam, quer dizer...”, realça Renato Paiva.
O técnico ex-Benfica faz uma comparação com a entrada retumbante de João Félix no onze de Bruno Lage, mas coloca o jovem do Atlético Madrid na categoria dos astros, sendo que a concorrência de Félix no Benfica não era a mesma de Bernardo.
“Com João Félix, a concorrência não eram Gaitán, Salvio e Enzo Pérez... A concorrência não era essa. A oportunidade e a ocasião é que fazem as coisas acontecer. O entorno do João não era o entorno do Bernardo... E a questão do Bernardo é essa. Como muitos jovens hoje em dia, não querem ter paciência”, repete o técnico.
Renato Paiva não compreende a forma como os jogadores das segundas equipas encaram uma chamada ao plantel principal. O técnico partilha as experiências que teve com os jovens, que regressam sem entusiasmo.
“Os jogadores vão treinar à equipa A e dizem-me: ‘Correu mais ou menos... não treinei na minha posição’. Uma explicação. ‘Dos três exercícios, só fiz dois’. Duas explicações. Eles vão treinar à equipa A do Benfica... Isto perdeu-se. Por culpa de quem? Não sei. Mas isto perdeu-se. Eu, em 1980, até ia à baliza. Eu, canhoto, a jogar numa ala, eu ia à baliza. Os jogadores estão muito egoístas. Os jogadores são muito egoístas”, lamenta.
Mas não são os únicos culpados deste cenário: “Eles são pressionados por empresários, por familiares. ‘Não dás no Benfica, vamos já não sei para onde, para um clube da Premier League, do Championship’. Os jogadores não têm paciência para esperar um bocadinho mais, não têm paciência para querer aprender um bocadinho mais”, reitera.
Renato Paiva insiste na teoria de que o processo de formação tem de ser bem pensado e só se completa após 50 jogos, no mínimo, numa equipa B, exceção feita aos “prodígios como o João Félix”.
“Quem vem da equipa B, se não for um prodígio como o João Félix, não está preparado para a equipa A. Desculpem... Desculpem... No contexto português, tirando os prodígios, são precisos 50 jogos na equipa B para dar resposta numa equipa A do Benfica. Ponto final, parágrafo. Disto, eu não saio, nem um bocadinho”, explica o técnico que dedicou quase toda a carreira à formação.
Paiva dá exemplo de jogadores que não cumpriram este período de desenvolvimento e acabaram por entrar no plantel do Benfica, para serem emprestados e verem estagnado o processo de formação.
“Assisti a isto e passei por isto, com as mãos na massa. E houve uma vítima, chamada Tomás Tavares, que fez dois jogos na equipa B. Dois jogos. Depois foi para a equipa A. O Tomás é muito bom jogador, mas tem lacunas que a II Liga iria corrigir. E não se fez isso. Não se esperou por isso”, lamenta, citando outro caso, de Florentino, mas lembrando que o médio fez muitos jogos na equipa B e estaria pronto para ‘dar o salto’.
“Florentino é um caso à parte. Estranho que não jogue no Mónaco. Rúben Dias, Gonçalo Guedes, Florentino, Lindelof, entre outros, jogaram muitos jogos na equipa B. E esse facto corrigiu-lhes muitos problemas, técnicos e táticos”, esclarece.
Renato Paiva fala ainda no processo de transição dos escalões jovens para o futebol profissional, dos juniores para as equipas B. “Nos juniores, perdes uma bola, corres cinco metros e ganhas a bola outra vez. Fazem cinco golos por jogo e depois chegam à B e às vezes nem conseguem driblar um adversário. É preciso tempo e jogos. Os jogos na II Liga fazem deles muito melhores jogadores”, conclui.
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