07 novembro 2020

"Se Bruno de Carvalho se tornasse presidente do FC Porto eu era benfiquista"; Faltam 'pernas' aos centrais do Benfica?: "William não fazia aquela falta do Otamendi"; "Algo se passa no reino. Não sabemos mas Jesus saberá"

Antigo treinador do Benfica, Manuel José diz que há muito já detetou o problema que a equipa encarnada tem, mas estranha que os responsáveis da Luz não consigam encontrar o antídoto.
"Há ali um problema de personalidade competitiva", assegurou Manuel José, destacando que este Benfica tem problemas em vencer quando o FC Porto perde e, assim, não consegue angariar vantagem pontual.
Manuel José lembra que "num clube grande quando temos de ganhar, ganhamos mesmo" e não sente que isso vá acontecendo no Benfica, dando como exemplo o jogo recente frente ao Boavista em que, em caso de triunfo, depois da derrota do FC Porto em Paços de Ferreira, as águias podiam alargar a vantagem para oito pontos para os azuis e brancos.Mas o Benfica tropeçou no Bessa e tem agora cinco pontos de vantagem sobre o FC Porto, tendo perdido a liderança do campeonato para o outro rival, o Sporting.
Em declarações no programa Grande Área da RTP 3, Manuel José disse que "algo se passa no reino da Dinamarca" e considera que Jorge Jesus saberá o que se está a passar.
"Não sabemos mas Jesus saberá", sublinha Manuel José, dizendo que os sinais que a equipa vem dando são semelhantes aos que deu no ano passado, quando perdeu uma confortável vantagem e entregou o campeonato ao FC Porto e já tinha dado há três épocas em que, também aí, perdeu uma vantagem confortável e perdeu a possibilidade de conquistar o penta, acabando por ver os dragões com o título.
Questionado sobre lacunas que vê na equipa do Benfica, Manuel José não tem dúvidas de que o problema está na defesa mas o ataque também o preocupa dado que não encontra alternativas à dupla Darwin e Luca Waldschmidt.
"O Benfica não terá grandes alternativas. O Seferovic perde a bola com uma facilidade incrível. Ele parece um muro em que a bola bate e o adversário ganha a bola imediatamente", explicou o ex-treinador do Benfica.
Ideia diferente tem Manuel José sobre o avançado uruguaio Darwin. "A mobilidade, a velocidade de Darwin muda completamente o jogo. Ele tem habilidade, coisa que o Seferovic não tem", analisa.
Quem também tem desagradado a Manuel José tem sido o internacional brasileiro Everton Cebolinha. "O Everton não fez uma exibição de acordo com o preço que custou até agora. Continua sem se afirmar", destacou o ex-técnico do Benfica.

Faltam 'pernas' aos centrais do Benfica?: "William não fazia aquela falta do Otamendi". O Lincoln é o atual campeão do modesto campeonato de Gibraltar que, em setembro, defrontou o Rangers de Steven Gerrard para a 2ª eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga Europa. Foi goleado em casa (0-5), mas William, o técnico da equipa que passou por Benfica e V. Guimarães na década de 90, queria mais. Muito mais.
"O meu discurso no balneário antes do jogo foi uma mensagem muito emocional. Disse-lhes que aquele era o momento que nós recordámos para os nosso filhos e para os nossos netos. Disse aos jogadores: 'Querem ser recordados como vencedores ou perdedores?'. A equipa acabou por se portar muito bem, mas foram três golos de bola parada e a equipa perdeu-se", contou ao Record.
Na Luz, a expulsão de Otamendi aos 19 minutos acabou por condicionar a estratégia da equipa de Jorge Jesus. O argentino deixou Kent fugir e acabou por ver o vermelho direto.
"A abordagem não me parece ser a mais correta", admite William, agora com 52 anos. "O William foi sempre muito rápido e não sei se faria essa falta, mas isso é indiferente. Esta equipa do Rangers ganha muito bem a profundidade porque projetam muitas bem as laterais", disse o antigo central dos encarnados. "A expulsão acaba por ser consequência da estratégia do Benfica que foi muito bem pensada, mas há dois aspetos fundamentais, que é o controlo da profundidade e o controlo da linha defensiva".
Otamendi não teve pernas para travar Kent e acabou por ver o cartão vermelho da carreira. Já tinha visto o castigo ao serviço do FC Porto, Valencia e Manchester City.
Na temporada passada, Ferro e Rúben Dias foram os titulares da equipa orientada por Bruno Lage e mais tarde por Nélson Veríssimo. Com 23 anos, faziam uma das duplas de centrais mais jovens da história do Benfica.
Com a chegada de Jorge Jesus, Rúben Dias rumou a Manchester (em boa parte devido à eliminação na Champions frente ao PAOK) e Ferro foi para o banco. Vertonghen (33 anos) e Otamendi (32 anos) assumiram o eixo da defesa dos encarnados. Mas o que o Benfica ganhou em experiência perdeu… em velocidade.
Se na temporada passada Ferro era titular, esta época é o 4º central. Jardel (36 anos) é quem se segue na linha de sucessão depois de Otamendi e Vertonghen, mas também o brasileiro não conseguiu evitar os dois golos de ‘rajada’ dos escoceses.
"É normal que o Benfica se tivesse reforçado. O Jesus gosta de jogadores com mais experiência", conta ao Record, João Manuel Pinto, antigo central do Benfica. "O Jorge Jesus sabe que há riscos com centrais de certa idade, porque o Benfica joga sempre ofensivamente e as equipas mais pequenas podem surpreender. O Benfica fica mais exposto e as equipas esperam sempre o erro. As grandes equipas portuguesas expõem-se sempre mais. Em três dias, o Benfica sofreu seis golos, o que é muito."
A falta de Otamendi acabou por marcar a partida. João Manuel Pinto lembrou a final da Taça de Portugal de 1998, quando na altura ainda representava o FC Porto e acabou expulso.
"Quando os jogadores fazem falta sabem que vão para a rua mas se calhar eu não fazia essa falta porque continuávamos onze contra onze. Mas é muito subjetivo estarmos a falar 'se fosse eu'. Lembro-me de ter sido expulso numa final da Taça de Portugal e não foram faltas direcionadas para a baliza. Acabei por levar dois cartões amarelos. É muito subjetivo e é a 'quente'", lembra o central a partida que terminou com a vitória (3-1) dos dragões frente ao Sp. Braga com golos de Aloísio, Mário Jardel e Artur.

"Se Bruno de Carvalho se tornasse presidente do FC Porto eu era benfiquista".
Miguel Sousa Tavares assegura que nada o fará deixar de ser do FC Porto, embora, por estes tempos, ande de costas voltadas com a SAD azul e branca.
Mas há algo que, ainda num cenário hipotético, faria o conhecido escritor e comentador mudar o azul e branco e passar para o lado encarnado do futebol português, apoiando o Benfica.
"Se o Bruno de Carvalho se tornasse presidente do FC Porto eu tornava-me benfiquista", garantiu Miguel Sousa Tavares, em declarações no programa 5 Para a Meia-Noite, da RTP.
O comentador tem sido um dos maiores críticos da gestão da SAD azul e branca e aponta frequentemente o 'dedo' à forma como é realizada a liderança na estrutura do futebol azul e branco.
Ainda antes do ato eleitoral no FC Porto, Miguel Sousa Tavares lamentou que Pinto da Costa fosse recandidato à presidência, algo que acabaria por acontecer, tendo Pinto da Costa vencido por larga maioria.
Miguel Sousa Tavares aproveitou também para criticar o recurso que muitos fazem das redes sociais e lamenta o poder que estas têm angariado ao longo dos anos.
"Eu não tenho ódio. Eu acho que elas são o inimigo público número um da democracia e da vida em sociedade", referiu, nas declarações no programa da RTP.
Na passagem pelo canal público, o comentador salientou ainda que as redes sociais são "um assunto sério". "Não é uma brincadeira. Eu escrevi isso há 12 anos: é o maior inimigo da democracia. E continuo a achar."
O conhecido adepto do FC Porto, Miguel Sousa Tavares, revelou ainda que não é sócio dos dragões desde o tempo em que lhe foi movido pelo clube um processo em tribunal.
Os azuis e brancos, recorde-se, moveram um processo no Tribunal Cível de Lisboa, por conta de um texto que Miguel Sousa Tavares escreveu no jornal A Bola sobre a transferência, em tempos, do argelino Nabil Ghilas do Moreirense para o FC Porto.
"Sinto uma facada nas costas. Há 15 anos que escrevo n"A Bola, nunca levei um processo, e agora é o meu clube que me faz isto. Mas não confundo o clube com as pessoas da SAD", reagiu, na altura, o conhecido adepto portista.

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