17 novembro 2020

Afinal quem quis tramar o Sporting? PJ imputa ao Correio da Manhã alegados pagamentos ao arguido do Cashball

Segundo avança o Tribuna Expresso, o relatório final da Polícia Judiciária (PJ) sobre o Cashball revela que o empresário Paulo Silva, único arguido do processo, recebeu 30 mil euros do Correio da Manhã, alegadamente com a finalidade de "dar uma entrevista sobre os alegados pagamentos corruptos a árbitros de andebol e jogadores de futebol".
Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, considera a alegação "uma loucura" e "surreal" e garante, em declarações ao Tribuna Expresso, que "não paga, nem pagou por entrevistas ou declarações".
"Do orçamento do Correio da Manhã não saíram 30 mil, três mil, ou sequer três cêntimos", acrescenta Octávio Ribeiro, à mesma fonte. 
De acordo com o relatório final da Polícia Judiciária, "é possível verificar que Paulo Silva estabeleceu contactos com jornalistas no sentido de dar uma entrevista sobre os factos em investigação no qual terá sido estipulado uma contrapartida no valor de 30 mil euros (20 mil para falar de futebol e 10 mil por falar do andebol).”
“Apesar de Paulo Silva ter sido notificado sobre o facto do processo se encontrar em segredo de justiça, este concedeu uma entrevista ao jornal Correio da Manhã em que revelou todo o conteúdo do objeto de investigação dos presentes autos, o que corrobora o teor das interceções telefónicas acima descritas”, cita o Tribuna Expresso.
Seis dos sete arguidos do caso Cashball, entre os quais André Geraldes, diretor desportivo do Sporting à data dos factos, foram ilibados de responsabilidades, por falta de provas, na investigação da PJ.
De acordo com o relatório final da PJ, o único arguido que não foi ilibado é precisamente Paulo Silva, empresário que em março de 2018 denunciou o caso, quando assumiu ter sido mandatado, através de intermediários, para corromper árbitros de andebol e jogadores de futebol adversários, de modo a favorecerem o Sporting.
O relatório concluiu, entre outros factos, que Paulo Silva abordou dois árbitros de andebol, em 2017, oferecendo-lhes 2500 euros, com a intenção de os levar a beneficiar o Sporting em jogos com o ABC de Braga e o FC Porto.
No que se refere ao futebol, o documento, divulgado na segunda-feira pela TVI, concluiu que Paulo Silva terá oferecido a Leandro Freire, jogador do Desportivo de Chaves, 25 mil euros para que este prejudicasse o seu clube nos dois jogos com o Sporting, “proposta que não foi aceite”.
A investigação considerou válida a possível relação entre uma verba em numerário de 60.405 euros, apreendida no gabinete de André Geraldes, à data diretor desportivo para o futebol profissional do Sporting, e a venda de bilhetes a grupos organizados de adeptos.
No documento, datado de 15 de julho, é considerado ainda que “não é possível estabelecer conexão entre as abordagens” feitas por Paulo Silva a árbitros e jogadores e os arguidos no processo André Geraldes, Gonçalo Rodrigues, funcionário do Sporting, e João Gonçalves, empresário.
No processo, que aguarda o despacho final do Ministério Público, são ainda arguidos Roberto Martins, Ivan Caçador e Fernando Costa.

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