Benfica tenta travar acordo entre Rui Pinto e as autoridades; "Jogar à Porto é entrar na agressividade a roçar a violência"; Benfica ainda pode resolver 'problema' de mercado

Manuel Fernandes, histórica figura do Sporting, não se conforma com a arbitragem do jogo contra o FC Porto e acusa o árbitro e o VAR de permitirem aos jogadores do FC Porto um comportamento para lá do que é admissível.

"Jogar à Porto é entrar na agressividade a roçar a violência", criticou Manuel Fernandes, em declarações na Sporting TV, destacando que "há leis para se jogar futebol".

O ex-avançado verde e branco lamenta que as decisões tomadas pelas equipas de arbitragem sejam tomadas "sempre mais para uns que para outros" e "em caso de dúvida o Sporting seja sempre prejudicado".

Manuel Fernandes aproveitou ainda a presença no programa Raio X da Sporting TV para manifestar o seu descontemento com o comportamento dos dragões não apenas dentro de campo mas também fora dele, em Alvalade.

"Respeito muito a instituição do FC Porto", deixou claro, antes de criticar o comportamento dos elementos do banco de suplentes dos azuis e brancos, no embate do último sábado.

"Na casa deles já é normal 'atacarem' o quarto árbitro mas na nossa? Os delegados da Liga não podem permitir que eles pressionem o árbitro", revelou Manuel Fernandes, não percebendo a agitação no banco do FC Porto nos lances de dúvida.

Manuel Fernandes sustenta que "não podem brincar com o Sporting que é uma instituição muito grande" e criticou ainda Sérgio Conceição pelas declarações que teve no final do encontro.

O treinador dos dragões admitiu estar insatisfeito com o empate mas, porventura, o mesmo não aconteceria com os leões. "O Sporting deve estar contente, mas eu estou desiludido. Perdi dois pontos importantes", disse Conceição, criticando ainda a atitude dos seus jogadores.

Ora, Manuel Fernandes salienta que "os sportinguistas não ficam satisfeitos com empates em casa" e o que Sérgio Conceição disse foi de uma "falta de respeito com o Sporting".

Manuel Fernandes aproveitou ainda para lembrar que ficou por assinalar uma grande penalidade por falta de Zaidu sobre Pedro Gonçalves num lance que tem gerado muita polémica.

"É um penálti nítido. Quem jogou futebol sabe que quando estamos no ar qualquer toque é suficiente para criar um desiquilíbrio no adversário e até pode provocar uma lesão grave", referiu ainda Manuel Fernandes.

No mesmo programa, recorde-se, Miguel Braga, responsável pela comunicação do Sporting, teceu também duras críticas à arbitragem do clássico do último sábado, entre os leões e o FC Porto, que terminou com uma igualdade a duas bolas. 

Miguel Braga 'apontou o dedo' à dualidade de critérios, nomeadamente no que toca às decisões do VAR. 

"Lances destes [referência a uma entrada de Otávio sobre Coates] sem cartão amarelo é a tal dualidade de critérios que continua a imperar nos jogos do Sporting. (...) É impossível aos árbitros verem tudo, mas a figura do VAR - que é a que está em foco neste jogo - servirá para ajudar os árbitros. No caso da entrada do Zaidu sobre o Porro, como é que o VAR não disse nada no sentido da expulsão?", questionou. 

Benfica tenta travar acordo entre Rui Pinto e as autoridades. O Benfica quer travar o acordo de colaboração em investigações selado entre o Ministério Público (MP) e Rui Pinto, que permitirá ao criador do “Football Leaks” beneficiar, em contrapartida, da suspensão provisória do processo referente às publicações no blogue “Mercado do Benfica”, dos endereços de correio eletrónico das casas do Benfica. O caso está agora nas mãos do juiz Carlos Alexandre, que já tinha autorizado a suspensão do processo, em julho.

De acordo com um requerimento remetido, há oito dias, ao Tribunal Central de Instrução Criminal, os três advogados do clube da Luz consideram que deveriam ter sido informados da proposta de acordo para poderem pronunciar-se sobre a suspensão provisória do processo de Rui Pinto.

Para João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício, o inquérito em causa nasceu de uma outra investigação na qual o Benfica é assistente. Trata-se da queixa-crime contra o Porto Canal e o F. C. Porto, depois de o diretor de comunicação dos azuis e brancos ter iniciado a divulgação dos emails dos encarnados.

Este inquérito, em que os encarnados são assistentes, já levou o MP a acusar Francisco J. Marques, Júlio Magalhães e Diogo Faria de crimes de violação de correspondência, acesso indevido e devassa da vida privada.

As cinco suspensões provisórias de processo são relativas a intrusões na Presidência do Conselho de Ministros, no Ministério da Justiça, mas também ao Benfica e F. C. Porto.

Estas suspensões provisórias não interferem nem com o atual processo em que Rui Pinto está a ser julgado, nem com outras investigações em curso, como a dos emails do SLB.

Como o inquérito sobre as publicações no “Mercado do Benfica” foi extraído deste processo, os advogados entendem que o Benfica também deve assumir o papel de assistente.

Ora, aquando da elaboração do acordo com Rui Pinto, o procurador Carlos Casimiro escreveu, em despacho, que não havia assistentes a quem teria, por lei, de ser pedida a concordância com a suspensão provisória do processo.

“A divulgação de emails do SLB obtidos através de acessos indevidos nomeadamente os constantes do site mercadodebenfica.com em que se incluía a lista de trabalhadores do SLB, endereços electrónicos e palavras passe, foi subtraído à assistente [SLB] o seu legítimo direito de se manifestar quanto à possibilidade de suspensão provisória do processo, entretanto, proposta”, argumenta o Benfica, no requerimento a que o JN teve acesso.

É de prever que, caso Carlos Alexandre negue a invalidade da suspensão do processo, os advogados irão recorrer para a Relação.

Benfica ainda pode resolver 'problema' de mercado. Apesar de ter sido integrado no plantel, Facundo Ferreyra ainda poderá ser negociado. No Brasil garante-se que o Grêmio está a analisar as condições para garantir o concurso do avançado argentino.

O clube de Porto Alegre esteve nos últimos dias a tentar o também argentino Diego Churín, mas esbarrou nas pretensões do Cerro Porteño, emblema paraguaio que detém os direitos do avançado.

Perante este cenário, o portal UOL garante que os dirigentes do Grêmio viraram-se para Ferreyra, analisando junto do Benfica as condições de empréstimo.

No Brasil, refira-se, o mercado internacional está aberto até 9 de novembro.