Vieira é arguido na Operação Lex. Acusado de oferta indevida de vantagem; Benfica pede ajuda a Mendes para vender jogadores; Saída do Sporting explicada: "Era o momento de dar um salto"; Pai de Labyad recorre e exige 691,4 mil euros ao Sporting; Claques leoninas não deixaram as sedes (mas uma delas protegeu bens mais valiosos). Clube pode avançar para tribunal; FC Porto não cede: 30M€ ou não há negócio

Terminou ontem o prazo de cinco dias concedido pela direção a Juventude Leonina e Diretivo Ultras XXI para deixarem as instalações que ocupam em Alvalade, à luz do protocolo com os grupos organizados de adeptos, que não foi renovado para a época 2020/21. 

Esta é a segunda vez que os responsáveis solicitam às claques que abandonem os referidos espaços e, tal como da primeira, a resposta foi negativa. 

Ganha força a possibilidade, há muito equacionada, de o clube recorrer aos tribunais, para forçar a saída com base numa decisão judicial sustentada agora em duas notificações por carta, sem resultados práticos. 

Os dois grupos têm sublinhado que os dois espaços não pertencem ao Sporting. Porém, não há dúvidas de que foi o clube que lhes possibilitou a sua utilização. Apesar de insistir que não deixará a sede, pelo sim pelo não, o Directivo Ultra XXI retirou os bens mais valiosos do local durante o dia de ontem.

Pai de Labyad recorre contra o Sporting. O pai de Zakarya Labyad, internacional marroquino que representou o Sporting entre 2012 e 2016, continua a reclamar uma indemnização de 691,4 mil euros e, nesse sentido, recorreu para o Tribunal da Relação da decisão da 1ª Instância que deu razão à SAD verde e branca. Mohamed Labyad, que chegou a assinar contrato como olheiro, pretende desta forma receber verbas relacionadas com a transferência do atacante, de 27 anos, do PSV para Alvalade, que supostamente teria acontecido a custo zero, mas que, como revelam os relatórios e contas divulgados após a sua chegada, terá tido “custos inerentes” de 3,5 milhões de euros.

"Era o momento de dar um salto". Emprestado ao Alavés pelo Sporting até final da temporada, com uma opção de compra cifrada nos cinco milhões de euros, Rodrigo Battaglia concedeu uma entrevista ao jornal espanhol El Correo, na qual explicou os motivos que o levaram a abandonar Alvalade.

O internacional argentino explica que o nível competitivo de La Liga foi um fator fundamental na hora de tomar a decisão de rumar ao país-vizinho, assim como o projeto desportivo que lhe foi apresentado pelo conjunto basco.

"Foi uma das razões pelas quais vim. Levava sete anos em Portugal, conquistei a Taça, joguei na Liga dos Campeões, na Liga Europa... Foi o que me permitiu chegar à seleção", começou por dizer o médio natual de Morón.

"Era o momento de dar um salto de qualidade, jogar num campeonato mais competitivo. Também era um objetivo pessoal. O Alavés abriu-me as portas, apresentou-me o projeto, gostei e não demorei muito a decidir", completou.

Sem cedências: 30 milhões por Corona... ou nada. Intensificam-se as informações, essencialmente com origem em Espanha, de que o Sevilha ainda não desistiu de contratar Corona. O interesse dos andaluzes já é conhecido há algumas semanas, Julen Lopetegui, treinador dos sevilhistas, já admitiu publicamente a sua admiração por Tecatito, mas o valor exigido pelo FC Porto continua a ser incomportável para o clube.

De acordo com as informações recolhidas pelo Record, tanto Monchi, diretor desportivo do Sevilha, como Julen Lopetegui já foram informados de que a SAD azul e branca não abdicará de um dos intocáveis do plantel por nada que não seja a sua cláusula de rescisão, que se cifra nos 30 milhões de euros.

Uma fasquia demasiado elevada para aquele que costuma ser o nível de investimento da equipa da Andaluzia e que deverá desaguar na continuidade de Corona na Invicta. Outros interessados mais endinheirados, como o Inter, de Itália, têm a palavra...

Benfica pede ajuda a Mendes para vender jogadores. Luís Filipe Vieira deve falar nos próximos dias com o empresário Jorge Mendes para acelerar algumas saídas do plantel até ao fecho do mercado (6 de outubro), garante o CM.

Carlos Vinícius é, logo à partida, o ativo com mais mercado no plantel às ordens de Jorge Jesus. O avançado brasileiro tem uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, mas a crise gerada pela pandemia e a necessidade de vender depois da eliminação na Champions vão obrigar a SAD a vender por valores muito inferiores.

Em todo este processo entra o superagente Jorge Mendes, que gere o futuro de Vinícius. O Wolverhampton foi sempre um dos possíveis destinos do avançado, mas tal só deverá acontecer se a equipa de Nuno Espírito Santo vender o goleador Raul Jiménez.

Nesta altura, sabe o CM, as sondagens pelo melhor marcador da Liga na última época não superam os 30 milhões de euros, valor que as águias querem ver aumentado com a ajuda de Mendes. Rúben Dias é outro dos jogadores que tem mercado mas, neste caso a SAD, só deixaria sair o central por um valor a rondar os 80 milhões (cláusula é de 100 milhões).

Gabriel e Cervi são outros dos jogadores com interessados e que podem sair até ao final do mercado. Tanto o médio brasileiro como extremo argentino não são agenciados por Mendes, mas a direção acredita que uma intervenção do empresário pode aumentar o valor na transação. Só depois de vender alguns dos seus ativos é que o Benfica poderá avançar para o reforço do ataque, sendo que Bruno Henrique (Flamengo) continua a ser a prioridade.

Luís Filipe Vieira é arguido na Operação Lex. O presidente do Benfica foi acusado de oferta indevida de vantagem, apurou a Sábado.

Dezassete arguidos da operação Lex, que envolve os juízes Rui Rangel, Fátima Galante e Vaz das Neves e o presidente do Benfica, entre outros, foram acusados de corrupção, abuso de poder, usurpação de funções, fraude fiscal e branqueamento.Uma nota da Procuradoria Geral da República (PGR) indica que três dos 17 arguidos eram magistrados judiciais no Tribunal da Relação de Lisboa, "sendo que um mantém a qualidade de juiz desembargador, ainda que jubilado", aludindo ao antigo presidente daquele tribunal, Luis Vaz das Neves.

Em causa neste processo estão crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento.

Segundo a nota da PGR, para que seja garantido o pagamento das vantagens obtidas pelos acusados, num montante superior a 1,5 milhões de euros, foi requerido o arresto do seu património.

O Ministério Público formulou ainda um pedido indemnização civil a favor do Estado, para a condenação solidária de três dos arguidos, de 393.466 euros e de outros dois arguidos no pagamento do valor de mais de 81.089 euros.

Tais montantes, acrescenta a nota, correspondem ao prejuízo causado ao erário público pela falta da declaração de IRS de rendimentos auferidos entre 2012 a 2017.

O MP decidiu também extrair várias certidões "para abertura de inquéritos e investigação de factos conexos com os indiciados no processo ou de factos autónomos" e determinou o arquivamento por insuficiência de indícios probatórios relativamente a um dos arguidos.

O inquérito teve início no Supremo Tribunal de Justiça em setembro de 2016 e a investigação centrou-se na atividade desenvolvida por três juízes desembargadores do TRL, incluindo Rui Rangel, Fátima Galante, que utilizaram tais funções para a obtenção de vantagens indevidas, para si ou para terceiros, que os respetivos beneficiários dissimularam.

Durante a investigação foram cumpridos cinco mandados de busca em empresas, 26 mandados de busca em veículos, 18 buscas domiciliárias, três buscas em escritórios de advogados e uma busca no TRL e posteriormente houve mais quatro buscas.

Indica a nota que foram inquiridas 89 testemunhas, realizadas perícias informáticas, contabilísticas, financeiras e patrimoniais a um universo alargado de indivíduos e de empresas também por um extenso período temporal.

Rui Rangel foi, entretanto, demitido da magistratura e Fátima Galante foi penalizada com aposentação compulsiva.