O extremo que entra na mira leonina. Conversações confirmadas; Um milhão de euros separa Darwin Núñez ainda do Benfica. Deverá custar 25M€ + 20%. Empresário garante que o problema é entre os clubes e que o jogador vai vestir a camisola...9 e fazer esquecer Cavani;Sérgio Conceição explica 'processo Nakajima'. "Os colegas fizeram muita força para que o Nakajima voltasse"

Na primeira grande entrevista depois da dobradinha, Sérgio Conceição falou de futebol jogado sem se desviar das balas, mas reclamando também os méritos que, na sua opinião, ficaram por reconhecer. Mas um dos temas em destaque foi Nakajima. O técnico explicou o processo e lembrou que o regresso se deu muito pela vontade dos seus colegas de equipa.

"Se como profissional de futebol a autoexclusão foi estranha? Daí a nossa azia, de todos. Um dos princípios básicos de qualquer clube é haver esse compromisso. O Nakajima vem de uma cultura totalmente diferente. Houve um problema depois de ele sair daqui e, a partir desse momento, já não posso fazer nada porque deixa de fazer parte do meu trabalho. Foi uma situação que a SAD teve de resolver com o jogador. Depois disso, achei que foi muito mau para o grupo de trabalho e ele teve de resolver com o grupo. A seguir, entrei eu para decidir o que fazer. Ele sentiu que não esteve bem. Foi um momento difícil para todo o mundo e continua a ser, porque isto ainda não acabou", começou por explicar.

"Sofreu um bocado porque, no momento em que se sentia psicologicamente apto, teve de sofrer a consequência do seu gesto. Isso é normal. E só está aqui porque temos um grupo de trabalho fantástico. Os colegas fizeram muita força para que o Nakajima voltasse. E agora se está no mesmo patamar dos outros? A partir do momento que entra aqui e treina está no mesmo patamar, mas tem é de treinar como os outros, se não, deixa de estar no mesmo patamar. O Nakajima tem uma forma de estar que as pessoas não conhecem. Vêm o Nakajima tecnicamente apetecível, mas o futebol não é só isso. É preciso esse compromisso, o trabalho dentro do campo. O Nakajima não tem de fazer o mesmo que o Pepe ou o Mbemba. Se ele fizer o seu trabalho, dentro da equipa, emprestando a sua qualidade técnica, muito bem. Se não o faz, desce de patamar em relação aos que jogam habitualmente, que são os que me dão mais garantias. Se gosto de ver o Nakajima? Se estiver numa tarde com os amigos, se calhar é o jogador mais brilhante, não tenho dúvidas. É pequenino, é engraçado, vira-se bem, gira... Hoje em dia, toda a gente fala de futebol e acha que percebe de futebol, mas o problema é o que dizem e passam para as pessoas. É inacreditável, e acontece cada vez mais. Há muito pouca qualidade nos nossos comentadores. Mesmo nos que foram jogadores? Mesmo. Conheço muitos ex-jogadores e que têm dificuldade em ver o jogo. Veem à sua maneira, têm a sua ideia, mas há coisas ditas que são absurdas e cada vez menos qualidade em quem comenta futebol, não aquilo que gravita à volta do futebol. Aí já são ases, fantásticos", disse.

Não está fácil para o Benfica a concretização de um negócio que envolva uruguaios. Depois de falhar a contratação de Edinson Cavani, dificuldades para encerrar o processo daquele que é conhecido como novo Cavani, o avançado de 21 anos Darwin Núñez, jogador do Almería, que continua a um passo de ser o futebolista mais caro da história do Benfica e, até, do futebol português, com custo de €24 milhões. €24 M ou... €25 M, pois foi isso que esteve em causa e impediu a apresentação formal do futebolista ontem à tarde no centro de estágio do Seixal. Apresentação que, garantiu o Benfica, avança hoje, sem qualquer sombra de dúvida, garante A Bola.
O Mecanismo de Solidariedade da FIFA, que premeia os clubes formadores, obriga ao pagamento de verba a rondar o milhão de euros. Normalmente é o clube vendedor que assume, neste caso o Almería defendia que deveria ser o Benfica. Se os encarnados tiverem mesmo de pagar a Peñarol e Carbonero, então o negócio terá ficado resolvido por €25 milhões e não pelos €24 que o Benfica acordou inicialmente. Além da mais-valia de 20 por cento em futura transferência do atacante de 21 anos.
Ontem, este braço de ferro e o pagamento das taxas de transferência ainda dividiam emblemas português e espanhol, pois o Almería defendia que o contrato que estava alinhavado não correspondia ao acordado com as águias. Sucede muitas vezes nos grandes negócios, é ultrapassável, mas não deixa de causar problemas.
Ontem, o Benfica informou ainda cedo, antes de almoço, os jornalistas de que iria apresentar Darwin no centro de estágio do Seixal às 19 horas. As coisas começaram a correr mal logo de manhã, com atrasos nos exames médicos realizados no Hospital da Luz. Depois, passagem pelo hotel em Lisboa que o Benfica lhe reservou e nova corrida, então até ao Seixal, para fazer os testes físicos. Mas só chegou depois das 17 horas à segunda casa encarnada e logo aí já se admitia que a apresentação começasse com atraso.
O golpe fatal foi, no entanto, o desacordo entre Benfica e Almería, até porque foi garantido ao diário que entre jogador, agentes e encarnados estava tudo certo e encerrado, não havendo lugar a qualquer tipo de atrito relacionado com ordenados ou comissões. Se tudo o resto correr bem, então o Benfica pagará salário líquido anual de €1,4 milhões, estabelecerá um contrato válido por cinco temporadas e conseguirá blindar o futebolista com uma cláusula milionária, 150 milhões de euros, idêntica à do reforço brasileiro Everton Cebolinha.

O agente de Darwin Núñez cansou-se das notícias que davam conta de que o impasse na apresentação do jogador esteve ligado às comissões a pagar aos empresários que tiveram participação no negócio e decidiu atender finalmente o telefone ao jornal A Bola, no sentido de esclarecer a situação: «Está tudo certo com o jogador, está tudo certo com os empresários, está tudo certo quanto a salários, está tudo certo em relação a comissões. Não há qualquer problema entre nós e o Benfica, mas há um problema para resolver. Os clubes ainda não se entenderam em relação ao mecanismo de solidariedade [cerca de €1 milhão] e isso está a provocar alguma ansiedade no jogador.» «Estamos num hotel que o Benfica nos reservou perto de Lisboa, muito bonito, o jogador está feliz, mas também sente alguma ansiedade por não ter assinado como estava previsto. Mas Rui Costa prometeu-nos que o Darwin vai assinar contrato. Ele só quer vestir a camisola do Benfica, está cheio de vontade, muito ansioso», revelou, sem receio de ver negócio cair: «Não, creio que tudo se vai resolver, mas é tudo entre os dois clubes.»
E garantiu que o jogador vai ficar com o 9 que seria para Cavani: «Sim, vai ficar com o número 9, mas não é o 9 de Cavani. Será o 9 de Darwin, ele vai fazer esquecer Cavani, verão.»

Duván Vergara, habilidoso extremo destro colombiano de 23 anos que atua de pé trocado na ala esquerda do América de Cali, está no radar do Sporting. Segundo O Jogo, a SAD leonina está a par do talento do atacante há algum tempo, graças a um protocolo de cooperação entre os dois clubes, na área da formação, e que gerou uma afinidade entre as duas entidades que pode ser vantajosa perante a concorrência forte de clubes alemães e italianos. O Wolfsburgo já ofereceu cerca de 5,5 milhões de euros, e Leipzig e Hertha de Berlim também estão interessados no jogador que explodiu na última metade da temporada, na qual foi decisivo para a conquista do campeonato daquele país.
O América de Cali pretende de seis a sete milhões de euros por 70% dos seus direitos, de forma a poder realizar ainda um encaixe futuro com a valorização do atleta numa liga europeia. No entanto, a urgência em vender devido à quebra de receitas nos últimos meses pode ditar um negócio por valores inferiores.
“Sim, o Sporting está interessado em Duván Vergara. Há pessoas que estão a falar com o Sporting sobre o jogador, mas ainda não nos chegou uma proposta formal. É um jogador muito jovem, com enorme talento, ao estilo de Neymar, muito habilidoso, com velocidade e golo. Gostava muito que fosse para Portugal, não o queremos em ligas como da China, Catar ou Arábia”, revelou o acionista maioritário do América de Cali, Tulio Gómez.
Após aparecer muito jovem no Envigado, Duván Vergara deu o salto para a Argentina (Rosário Central), no início de 2019, mas a experiência correu mal, passou até dificuldades financeiras e foi finalmente repatriado a meio do ano pelo América de Cali. Começou 2020 com dois golos em oito jogos, até os campeonatos pararem... Aos 23 anos, apontava à seleção da Colômbia, orientada por Carlos Queiroz, mas perdeu continuidade com a pandemia e é com o salto para a Europa que pretende entrar nas escolhas do técnico português. O bom arranque no América de Cali em 2019 (22 jogos e seis golos) fez com que aquele emblema reforçasse a aposta no seu talento, tendo no início deste ano colocado no papel a renovação contratual, até dezembro de 2022.