Depois das críticas ao FC Porto, Vieira quer Medina no Benfica; Guarda-redes polaco apontado ao Benfica; Aves quer encerrar relação envenenada com o Benfica; Paulo Gonçalves explica negócio com o Benfica; Sporting quer reforços experientes

“A aposta desportiva passa por uma continuação do investimento em jogadores jovens”, na certeza de que “ justifica paralelamente a contratação de atletas com maior experiência e com provas dadas”. As palavras são retiradas do último relatório e contas da SAD e traduzem não só um plano da administração de Frederico Varandas como também, escreve o Record, uma vontade partilhada internamente por Rúben Amorim.
O treinador entende que a aquisição de jogadores de créditos firmados será essencial, no sentido de fornecer uma base de apoio sólida aos (muitos) jovens que estão a tentar conquistar o seu espaço na equipa principal. Essa estratégia deverá fazer com que o plantel da próxima época tenha entre metade e um terço de elementos formados na Academia, sem esquecer Gonzalo Plata (19 anos) ou Wendel (22), que é apenas um ano mais velho do que Matheus Nunes (21), por exemplo.

Para equilibrar a irreverência dos miúdos, Amorim considera que o Sporting terá de procurar reforços não necessariamente veteranos mas de maior tarimba, que possam contribuir ainda para o próprio processo de crescimento dos mais novos, uma mensagem que o técnico já transmitiu à restante estrutura de futebol. A ideia será conjugar as duas realidades e preencher apenas posições-chave, onde a Academia não garanta alternativas. Ou seja, sem prejuízo de poderem aproveitar uma qualquer oportunidade de mercado na linha de Plata, os leões vão apontar preferencialmente a alvos para ‘consumo’ imediato e capazes de valorizar a prata da casa.

A pandemia do novo coronavírus afetou severamente a indústria do futebol. Por esse motivo, o Sporting decidiu aguardar e perceber como é que o mercado de transferências será afetado pela Covid-19, quer por razões financeiras – receitas com compras e vendas de passes –, quer desportivas – análise ao plantel na reta final da Liga. A cautela adotada com estes processos, ainda assim, não anula os planos prioritários da SAD no que diz respeito especificamente às contratações. Como Record noticiou a 25 de maio, os leões querem contratar um defesa-central e um trinco e já estão atentos a oportunidades. A experiência será um dos critérios da escolha.

Rafal Gikiewicz, guardião do Union Berlin, estará referenciado pelo Benfica, de acordo com o portal alemão BZ. O guarda-redes titular do 13º classificado da Bundesliga está em final de contrato e, de acordo com a mesma publicação, estará de saída do emblema germânico e à procura de novo clube. A BZ, além de apontar o Benfica, refere que há outros clubes da Bundesliga interessados no polaco. 

Todavia, segundo o que o jornal Record apurou, o guardião que faz 33 anos em outubro não está nos planos do Benfica.

Paulo Gonçalves nega que fosse secretário da SAD do Benfica quando intermediou a transferência de Luquinhas, do Aves para o Legia Varsóvia, em julho de 2019, como noticiou o ‘Público’. “Desde 31 de julho de 2009 que não sou secretário, como consta da certidão de registo comercial da sociedade, que é pública”, refere ao jornal Record o agora agente, que deixou a Luz em setembro de 2018 no seguimento do processo E-Toupeira. O responsável da Profute explica a intervenção no negócio Luquinhas. 

“Fui contratado como intermediário pelo Legia, que me pagou a comissão. Na parte final, devido à existência de dívida, o Aves solicitou que os 450 mil euros fossem transferidos para o Benfica. O contrato da Profute com o Legia está registado no FIFA TMS, a que FPF tem acesso.” 

Pedro Torrão, representante da Eurofoot, que agencia o extremo, diz que “Gonçalves surge no negócio por ter chegado com a oferta”. A sua empresa faturou 45 mil euros, pois tinha acordado com o Aves receber 10 por cento de uma futura transferência.

Aves encerrar relação envenenada com o Benfica. Foram vários os jogadores que transitaram entre o Benfica e o Aves nas últimas épocas (Luquinhas, Derley, Fariña, André Ferreira, Hamdou Elhouni, Mato Milos, Carlos Ponck, Zidane Banjaqui, Ricardo Mangas, Arango, Salvador Agra e Hélder Baldé) e que, de acordo com o jornal “Público” contornaram a lei e lesaram o clube nortenho. Dos jogadores já transferidos pouco haverá a fazer, no entanto, a atual administração da SAD procura encontrar forma de anular a cláusula de recompra que existe nas adendas aos contratos dos jogadores, atualmente na posse da Polícia Judiciária (arrestadas aquando das buscas do processo Mala Ciao), sendo que o clube terá consigo apenas as minutas.
Já nesta paragem de campeonato imposta pela pandemia, em abril, o Benfica informou o Aves que iria acionar a cláusula de recompra do lateral-esquerdo Ricardo Mangas. Acontece que também a pandemia impediu que a recompra fosse assinada, embora os dois emblemas dessem o facto como consumado.
Agora, com a investigação tornada pública e a possibilidade de os contratos serem considerados ilegais, os responsáveis pela Galaxy Believers (detentora de 90% da sociedade desportiva avense) procuram reverter a situação. “Estamos a tentar, em conjunto com os advogados, perceber se conseguimos invalidar a cláusula, até porque temos a possibilidade de transferir o Mangas por um valor superior ao contratualizado com o Benfica [100 mil euros]”, revelou Estrela Costa, acionista da Galaxy Belivers e ex-diretora da SAD, ao jornal O Jogo.
A Galaxy entrou no capital da SAD do Aves em 2015, cuja presidência foi entregue a Luiz Andrade. Wei Zhao, atual presidente, assumiu a liderança em 2018, depois da saída de Luiz Andrade, numa altura em que teve de lidar com buscas da PJ e com o processo Mala Ciao. “A SAD do CD Aves tinha já pedido uma auditoria externa ao exercício de administrações anteriores (...). A atual administração sublinha ainda que a sua gestão ao longo da presente temporada foi muito penalizada por força da herança recebida das gestões anteriores”, vincou a SAD, em comunicado.

Vieira quer Fernando Medina no Benfica. O presidente do Benfica está de olho em Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa, para colaborar no clube, avança o Correio da Manhã. Sendo pouco provável que o autarca aceite entrar nos órgãos sociais, a ideia de Luís Filipe Vieira, se for reeleito nas próximas eleições, será avançar com um Conselho Estratégico, um órgão consultivo que está previsto nos estatutos do clube.
É uma entidade que tem como “principal função auxiliar os órgãos sociais em geral e, em particular, o presidente da Direção na prossecução das atividades do clube e na defesa dos legítimos interesses dos sócios, tendo competências de natureza consultiva”, segundo os estatutos. Para fazer parte deste Conselho basta ser sócio efetivo dos encarnados, o que, de acordo com o diário, Medina já é.
Medina já mostrou reservas sobre políticos no exercício de funções ocuparem cargos dirigentes num clube de futebol, sendo também por isso que o convite poderá passar pelo órgão consultivo, cujos membros não são remunerados. A ideia terá surgido na sequência de Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, ter sido eleito para o Conselho Superior do FC Porto na lista de Pinto da Costa, algo que o Benfica contestou bastante durante a última semana...