29 maio 2020

"As equipas portuguesas estão a dar uma imagem banal no futebol europeu"; Marítimo trava as 5 substituições no regresso da Liga

Carlos Pereira, presidente do Marítimo, quebrou a unanimidade na votação da Liga que visava a introdução de cinco substituições e a presença de nove jogadores suplentes no banco, nas restantes jornadas da época 2019/20.
O líder do emblema insular mostrou-se irredutível nas reuniões que decorreram, por videoconferência, na manhã e tarde desta sexta-feira, impedindo assim um acordo sobre esta matéria.
Desta forma, a Liga vai arrancar, a próxima jornada irá realizar-se nos moldes habituais, com três substituições e sete jogadores no banco.
O tema voltará a ser discutido na Assembleia Geral da Liga, agendada para 9 de junho.

"As equipas portuguesas estão a dar uma imagem banal no futebol europeu". José Mota, um dos mais experientes treinadores portugueses, afirmou que os clubes portugueses que participam em provas europeias têm dificuldades em "se adaptar à realidade".
Numa entrevista à Bola na Rede, o técnico que levou o Paços de Ferreira à Taça UEFA usou como exemplo a participação do Benfica na última Liga dos Campeões (duas vitórias, um empate e três derrotas na fase de grupos).
"O Benfica, quando vai para a Champions, não vai jogar com o Aves ou o Paços de Ferreira. Tem de perceber que vai jogar com equipas que estão na Champions com todo o mérito e que se preparam para lá chegar", sustentou.
De acordo com José Mota, as equipas portuguesas estão "a dar uma imagem banal no futebol europeu", com a agravante da mesma não corresponder à verdade, "porque o nosso futebol tem muita qualidade".
"Atualmente, perdemos com equipas de leste com muita facilidade. Isto não era assim", atirou, recusando que a vertente financeira seja utilizada como desculpa.
"Há 10 e 15 anos também existia a vertente financeira, nunca deixou de existir. Temos é que entender que muitas vezes temos de jogar para o resultado. Se aqui o Benfica e as outras equipas grandes têm de adotar um sistema muito ofensivo, lá fora tem de se jogar como o Mourinho", frisou.
"Há que perceber que, muitas vezes, temos de jogar para o resultado. Daqui a uns anos ninguém se lembra como se jogou, mas lembram-se do que se ganhou", reforçou.
O técnico que criou o 'jogar à Paços' e foi elogiado pela pressão asfixiante por Louis van Gaal, após a eliminatória europeia com o AZ Alkmaar, insistiu que mesmo as melhores equipas precisam de saber adaptar-se ao adversário.
"Mesmo as grandes equipas, quando percebem que o adversário está numa fase boa, baixam o bloco e não se expõem em demasia", complementou.
Muitas vezes, as equipas portuguesas tentam jogar 'de igual para igual' perante oponentes bem mais cotados. Um erro, no entender de José Mota.
"Se o adversário é melhor eu tenho que me adaptar. Quando se sabe que são superiores não é menosprezo por ninguém, é sinal de inteligência. Se tenho um lateral muito ofensivo mas vou jogar com o Cristiano Ronaldo vou meter esse lateral? Tenho é que meter um que se preocupe com o Cristiano Ronaldo", exemplificou.
Um conselho de quem, há anos, transformou a Mata Real no "terreno mais difícil" para os grandes, como assumiram, entre outros, Jesualdo Ferreira, Toni e o próprio José Mourinho, como contou José Mota.

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