Sporting não paga Amorim, mas recebeu na última semana 13M€; Contratos de patrocínio preocupam Benfica (Adidas já falhou pagamentos ao Flamengo). Quebras ou adiamento de receitas são possibilidades. Quotização e lugares anuais a cair

O Benfica está preocupado com a previsível quebra ou adiamento de receitas de contratos de patrocínio. O Record escreve que os encarnados têm tido conversas com os seus patrocinadores e parceiros, designadamente dois dos maiores, Adidas e Emirates.

Nesta altura, ainda não decorrem conversações formais, mas os responsáveis do Benfica estão preparados para perder receitas ou, no mínimo, renegociar prazos de pagamento, à semelhança do que sucede com outros clubes. E isto porque a multinacional alemã de material desportivo e o gigante da aviação estão a sofrer com a crise provocada pela Covid-19.

A Adidas viu o governo alemão emprestar-lhe 2,4 mil milhões de euros, verba financiada pelo banco estatal KFW, a que se somam 600 milhões provenientes de um consórcio de sete bancos alemães e estrangeiros.

Com quebras nas vendas de 60 por cento e lojas encerradas, a multinacional falhou o primeiro dos dois pagamentos anuais ao campeão brasileiro e sul-americano, o Flamengo de Jorge Jesus. O clube contava ter recebido 8,9 milhões de reais (quase 1,6 milhões de euros) no início do mês. O ‘Globo Esporte’ adiantou que a companhia tem tido "conversas com os seus parceiros" para se encontrar a melhor maneira de enfrentar os impactos económicos da crise. Na Europa, o Manchester United, também equipado pela Adidas, está na expectativa.

Considerada ‘main sponsor’ (patrocinador principal) pelo Benfica, a Emirates, que tem uma frota de 271 de aviões de grandes dimensões, suspendeu os voos de passageiros a 25 de março. O Dubai anunciou, no final do mês passado, injeção de capital na companhia, por forma a superar a crise.

As duas companhias estão ligadas a Benfica até 2021 – o contrato com a Adidas foi renovado em 2014 e o da Emirates em 2018. No primeiro acordo de três anos, a empresa de aviação fez entrar nos cofres da Luz 18,5 milhões de euros, de acordo com os contratos que caíram na Net. O montante teria chegado aos 19,5 milhões de euros se o Benfica tivesse conquistado o penta, uma vez que há contratos que preveem bónus por objetivos.

O peso destas duas empresas nas receitas de patrocínio das águias foram destacadas no relatório e contas de 2018/19. "No que se refere a patrocínios, as receitas ascendem a 23,3 milhões de euros, sendo de destacar os aumentos dos valores da Adidas e da Emirates", pode ler-se no documento.

Quotização e lugares anuais a cair no Benfica. Os responsáveis encarnados estimam uma queda acentuada do valor proveniente da quotização e dos lugares anuais vendidos, avança o Record.

Se bem que o apuramento dos impactos da crise ainda estejam a ser calculados, o Benfica tem noção de que a Covid-19 já está a ter consequências, nomeadamente ao nível do número de sócios e, por conseguinte, nas receitas daí resultantes. Considerando que há trabalhadores em desemprego ou em regime de lay-off, isso irá refletir-se nas contas das águias.

A crise será ainda visível ao nível dos lugares anuais, os chamados red pass, depois de o Benfica ter registado no ano passado uma venda recorde a rondar os 44 mil ingressos.

"As receitas com os bilhetes de época (Red Pass) ascendem a 7,7 milhões de euros e os rendimentos obtidos com o corporate atingem os 10,7 milhões de euros, representando, respetivamente, crescimentos de 3,1% e 1,8% face ao período homólogo", pode ler-se no relatório e contas de 2018/19 da SAD.

Depois de numa primeira fase terem colocado funcionários, colaboradores e atletas a trabalhar em casa, os responsáveis encarnados trabalham agora no apuramento dos prejuízos causados pelo coronavírus.

Sporting não paga Amorim, mas recebeu na última semana 13M€. As competições estão paradas, mas mesmo assim Sporting e Sp. Braga enfrentam divergências devido ao ‘Caso Amorim’. Os leões já deviam ter desembolsado o valor da primeira tranche aos minhotos – cinco milhões de euros – mas não o fizeram… e não foi por falta de liquidez financeira. Em Alvalade adotou-se por uma medida de gestão que visa a retenção de receitas, neste caso, como foi o dinheiro encaixado pela transferência de Bruno Fernandes.

De acordo com o jornal Record, o Sporting recebeu na passada semana 13 milhões de euros vindos do Manchester United a propósito do pagamento da transferência do médio internacional português. Algo que, segundo a mesma fonte, deixou António Salvador, presidente do Sp. Braga, bastante irritado.

Uma divergência que promete dar que falar nos próximos tempos e que até pode sair caro ao Sporting. Apesar de Salgado Zenha, vice-presidente do Sporting, referir que o clube está tranquilo face a toda esta situação, em Braga afirmam que a partir desta sexta-feira a contratação de Amorim passa para os 14 milhões de euros devido a uma suposta penalização no contrato assinado entre os dois clubes.

“As dificuldades de tesouraria do Sporting são públicas [...] O presidente António Salvador irá tomar as diligências necessárias e isso deixa-me tranquilo", disse António Marques, presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sp. Braga em declarações à Rádio Renascença.

Já o vice dos leões, Salgado Zenha, frisou à SportTV que “é absolutamente ridículo falarmos de atrasos no pagamento a fornecedores no contexto atual”, deixando claro que o “Sporting está a tentar criar uma almofada e condições para ultrapassar este momento, adotando medidas difíceis, para mitigar ao máximo o impacto desta crise”.