03 abril 2020

Alvo do Benfica custa 10M€ e tem a porta aberta para sair; Sporting só decide continuidade de Mathieu no final da época; FIFA dá razão ao Sporting; Liga admite treinos em estado emergência...se o Governo deixar; Prazo para Rafael Leão recorrer da decisão do TAD termina hoje; Benfica quer risco zero. Águias aceitam jogar à porta fechada se for essa a única via mas só o admitem mediante fortes medidas preventivas

Os representantes dos clubes reuniram ontem à tarde com a Liga de Clubes e desse encontro via videoconferência resultou uma proposta do organismo liderado por Pedro Proença para o regresso aos treinos. No documento é admitida a possibilidade de os trabalhos recomeçarem em pleno estado de emergência decretado para combater o coronavírus, mas apenas após autorização do Governo.
"Início após o estado de emergência terminar ou caso seja possível iniciar os trabalhos individuais (por serem de muito baixo risco de transmissão) ainda durante o estado de emergência", sugere a Liga de Clubes na nota distribuída aos clubes, que contém medidas que podem sofrer alterações em virtude da evolução da pandemia.
A preparação dos jogadores arranca com sessões individuais e será obrigatório realizar testes aos jogadores e ao staff. A Liga estima que serão necessários 30 a 40 testes por clube. Se recomeçarem os treinos durante o estado emergência – estimado até ao próximo dia 16 ou 30 – a Liga aponta o avanço para treino colectivo "assim que for legalmente possível". E 21 dias depois, se os treinos individuais decorrerem por mais de 7 dias, começam os jogos.
No outro plano mais comedido, com o recomeço das competições após o fim do estado de emergência, o organismo que tutela as provas profissionais no nosso país admite ser "necessário mais tempo de treino após a retoma e até iniciar os jogos". Estimam-se dois ou três dias de trabalho individual. O treino, no sentido coletivo do termo, durará, por seu turno, 27 ou 28 dias. A preparação será desta forma de 30 dias e a Liga, escreve o Record, apontou para o último fim-de-semana de maio o regresso em pleno da sua principal prova.
E em ambos os cenários, a Liga propôs o máximo de duas partidas por semana, o que é suficiente para cumprir o prazo estabelecido pela UEFA (3 de agosto) para lhe serem comunicados os nomes dos clubes que vão participar nas competições europeias.
Para não deixar nada ao acaso e mesmo fazendo boa fé ao comportamento dos jogadores e do staff de cada emblema profissional, a Liga de Clubes, no documento a que Record teve acesso, indicou que o cumprimento das regras de isolamento social e boas práticas de higiene geral, bem como as de gestão dos casos de Covid-19 "deve ser assegurado por uma equipa ou autoridade da Liga".
Caso algum elemento teste positivo fará isolamento obrigatório de 14 dias e só volta após realizar dois testes negativos em mais de 24 horas. O organismo liderado por Pedro Proença deixou ainda a possibilidade de serem realizados testes antes de cada jogo ou antes de cada semana desportivo. Ou seja, de dois em dois jogos.

O Sporting vai receber meio milhão de euros, mais juros, relativos à queixa apresentada na FIFA contra o Zamalek, por Shikabala. Em causa estava o incumprimento daquilo que tinha sido acordado, em agosto de 2015, para que o atacante pudesse regressar ao clube de origem, após oito meses em Portugal, que não deixaram saudades aos adeptos leoninos, escreve o Record.
Um ano antes, numa fase em que a SAD liderada por Bruno de Carvalho parecia ter descoberto um filão no Egito, o Sporting pagara ao Zamalek e aos empresários cerca de 300 mil euros. A aventura não correu bem e Shikabala acabaria por fazer o caminho inverso, após a SAD acordar o seu regresso para o Zamalek por 570 mil euros, que seriam pagos em tranches, mediante um plano estabelecido.
Shikabala regressou ao Egito - onde, até, já se encontrava, após ter ‘desaparecido’ de Alvalade durante alguns meses - e o clube do Cairo pagou a metade da primeira prestação. O remanescente... nunca chegou a Alvalade.
Em 2016, a sociedade que gere os destinos do futebol verde e branco, ainda sob liderança do anterior presidente, decidiu avançar com uma queixa para FIFA – que agora dá razão aos argumentos leoninos – com o objetivo de ver… a cor do dinheiro.
Dado o parecer da FIFA, resta agora apurar qual será, perante a pandemia da Covid-19, o prazo que o organismo que superintende o futebol mundial dará ao clube egípcio para saldar a dívida. O Sporting esfrega as mãos.

Sporting só decide continuidade de Mathieu no final da época. O processo de renovação do contrato de Jérémy Mathieu, segundo O Jogo, só deverá conhecer avanços no final da presente temporada desportiva, algo que, como é conhecido, ainda não está definido. De acordo com informações recolhidas pelo jornal, a SAD liderada por Frederico Varandas admite prolongar o vínculo laboral do defesa-central de 36 anos por mais uma temporada, porém será necessário discutir as condições salariais e perceber, entre os dirigentes leoninos, se a vontade demonstrada anteontem ao jornal “L’Équipe” em prosseguir a carreira mantém-se firme após os dez jogos que previsivelmente podem ainda ser realizados pelos leões na estação 2019/20. Diga-se, aliás, que o desejo do atleta, depois de um período de ponderação, surpreendeu mesmo os responsáveis do emblema de Alvalade.
Entre os leões, importa perceber se Mathieu está disponível para prolongar o vínculo por um valor distinto do milhão de euros livres de impostos que aufere atualmente, assim como as definições em torno dos outros centrais que estão vinculados ao clube. Coates pode sair, mediante uma proposta atrativa, mas é o atual capitão; depois, Rúben Amorim tem no plantel Tiago Ilori e Luís Neto. Além disso, Ivanildo Fernandes regressará para fazer a pré-temporada, tendo possibilidades de permanecer no plantel, assim como Eduardo Quaresma. Isto sem esquecer a vontade dos leões em avançar para a contratação de mais um atleta para o setor, que deverá implicar saídas.
Mathieu olha para a atual situação como inadequada para o que pretendia: acabar a carreira em campo. O internacional francês deixou clara a sua intenção no jornal francês. “Dadas as circunstâncias seria uma pena parar assim, especialmente se o campeonato não retomar. Sinto menos dor no tendão de Aquiles e sinto-me capaz de continuar por mais um ano. Este período de descanso forçado ainda me faz bem fisicamente. Agora, também vai depender das oportunidades que terei”, disse.

Prazo para Rafael Leão recorrer da decisão do TAD termina hoje. Termina esta sexta-feira o prazo para Rafael Leão recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), que o condenou a pagar 16,5 milhões de euros ao Sporting, por conta da decisão de rescindir unilateralmente com os leões após o ataque à Academia do Sporting em Alcochete registado a 15 de maio de 2018.
Embora o TAD reconhecesse que Leão tinha direito a ser indemnizado por assédio moral, também entendeu que o avançado do AC Milan poderia ter continuado no Sporting, condenando-o a pagar 16,5 milhões ao clube de Alvalade.
Refira-se que Rafael Leão foi um dos nove jogadores que rescindiram contrato com o Sporting de forma unilateral, alegando justa causa. O jovem avançado assinou, mais tarde, pelo Lille e na época seguinte foi transferido para o AC Milan.

Benfica quer risco zero. Da reunião entre Liga e Federação Portuguesa de Futebol realizada anteontem saiu um limite para terminar as competições nacionais até final de julho, muito provavelmente com a disputa dos jogos à porta fechada. Ora, segundo o Record, o Benfica até aceita cumprir os compromissos que restam sem público nas bancadas, mas tudo fará para garantir que o risco de contágio é… praticamente zero.
Os encarnados já mostraram abertura para atuar nestas condições se assim for o caso, exigindo, porém, garantias de que tudo irá proceder com a máxima cautela. Para já, ponto assente é que o campeão nacional quer terminar as provas nacionais logo que estejam reunidas as melhores condições. E se existe preocupação com os encontros a disputar na Luz, a maior dose de apreensão está sempre nas partidas fora de portas. Afinal, em casa os encarnados controlam melhor todas as condições e é já ponto assente que os comandados de Bruno Lage tudo farão para evitar todo e qualquer contacto com elementos que não tenham sido testados. A ideia é reduzir ao máximo os simples cumprimentos nos túneis de acesso ao relvado e/ou balneários, evitar a presença nas habituais flash-interviews e até conferências de imprensa.
A maior preocupação das águias está naturalmente nas deslocações, uma vez que o controlo sobre as operações e instalações é muito reduzido, ampliando assim o risco (do ponto de vista dos encarnados, claro) de um potencial contágio pelo novo coronavírus. A preocupação é extrema com os atletas, mas arrasta-se naturalmente a todo o staff que acompanha regularmente a equipa principal, desde a equipa técnica, ao restante pessoal técnico.
Mesmo na Luz, diga-se, há toda uma logística de risco para gerir. Afinal, ainda que um encontro ali seja disputado à porta fechada, com facilidade marcam presença obrigatória duas centenas de pessoas, contabilizando jogadores, equipas técnicas, delegados da Liga, árbitros… Isto, além de pessoal da segurança e também as equipas responsáveis pelas transmissões televisivas, que incluem várias dezenas de pessoas. Todo um registo que implicará enormes adaptações no reduto benfiquista.

Martínez Quarta pronto para rumar à Europa. O defesa-central do River Plate, que tem sido associado ao Benfica, está pronto para a Europa e o clube necessita de vender. Entretanto o empresário do jogador já abriu a porta para uma saída em junho.
“O River precisa de dinheiro, Quarta está num óptimo nível e os clubes do mundo procuram centrais. Estão aqui reunidos todos os fatores”, disse Gustavo Goni.
O River Plate precisa fazer dinheiro e pretenderá faturar pelo menos dez milhões de euros com o defesa-central. Esse será o valor que o Benfica terá de desembolsar para ficar com o jogador.

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