O guarda-redes na mira do Sporting; Gabriel insatisfeito com Lage não ficou para jantar com os colegas; Arbitragem para o clássico sob fogo cruzado; As opções para arbitrar o clássico

Está dado o tom para o clássico de sábado no que à arbitragem diz respeito. Na ressaca dos respetivos jogos na Taça de Portugal, FC Porto e Benfica esgrimiram ontem argumentos sobre o tema através das suas newsletters digitais.
O FC Porto, através do Dragões Diário, teve João Pinheiro e Carlos Xistra, árbitro e VAR do duelo de anteontem com o Ac. Viseu, em ponto de mira. A decisão do juiz de campo de não assinalar um penálti sobre Corona, consideram os portistas, foi um "erro flagrante", assim como "a inação" do VAR, "inexplicável à luz da razão, das leis do jogo e dos princípios básicos da oftalmologia".
Elencando anteriores decisões de Carlos Xistra, nomeadamente na receção do Benfica ao Aves, para o campeonato nacional, o FC Porto considerou que "em pouco tempo", o árbitro "oscilou entre a cegueira de uma toupeira e olho clínico de uma águia".
Pelo seu lado e também no seguimento do desejo anunciado por Sérgio Conceição de que se registem "melhorias tanto no árbitro como no VAR" do clássico, o Benfica, através da News Benfica, foi cáustico: "Lá regressam em força as pressões, ameaças e coação sobre tudo e todos, em especial sobre as equipas de arbitragem. Só falta mesmo mais uma nova invasão do centro de treinos de árbitros."
Para lá do seu jogo com o Ac. Viseu, o FC Porto também se debruçou sobre a arbitragem do duelo entre Benfica e Famalicão, apontando baterias a uma decisão com consequências no clássico. "Hugo Miguel e Bruno Esteves pouparam um cartão vermelho a Gabriel, do Benfica, numa altura em que o jogo estava empatado a uma bola. Se a verdade desportiva tivesse imperado, o médio falharia a próxima jornada do campeonato", referiram os portistas, sem dúvidas quanto a uma "noite negra" da arbitragem nacional: "Só contamina ainda mais a já precária credibilidade das competições nacionais". O histórico, vincaram, é "recorrentemente prejudicial ao FC Porto e favorável ao Benfica".

Soares Dias corre para o clássico. O clássico entre FC Porto e Benfica assume enorme importância na corrida ao título, pelo que tudo aponta para um dos dois árbitros mais experientes como a escolha do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. Segundo o Record, Artur Soares Dias é quem está mais bem colocado para dirigir o encontro de sábado no Estádio do Dragão, embora Tiago Martins seja outra opção forte para o desafio. Aliás, existe a hipótese de um ser o juiz de campo e o outro desempenhar as funções de VAR.
Certo é que há dois árbitros que não podem, garantidamente, ser nomeados pelo CA, liderado pelo José Fontelas Gomes. Falamos de Hugo Miguel e João Pinheiro, por terem apitado, respetivamente, os encontros de Benfica e FC Porto na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Essa dupla está fora das opções por questões regulamentares, enquanto Jorge Sousa já dirigiu dois clássicos esta época (Benfica-FC Porto e Sporting-FC Porto) e vem do Sp. Braga-Sporting. Por essas razões, também é carta quase certamente fora do baralho, tendo em conta a política de gestão feita pelo CA na atribuição dos clássicos à sua categoria principal.
Desta forma, sobram seis internacionais: Artur Soares Dias, Tiago Martins, Fábio Veríssimo, Luís Godinho, António Nobre e Vítor Ferreira. Os dois últimos não têm experiência em clássicos, enquanto Veríssimo e Godinho são ‘outsiders’ na corrida à nomeação para o duelo agendado para as 20h30.

O Sporting está atento aos desempenhos de Robin Olsen, habitual titular da seleção da Suécia, que representa o Cagliari, 6º classificado da Serie A, por empréstimo da Roma. O guarda-redes, que completou recentemente 30 anos, não entra nos planos do emblema romano, com o qual tem contrato até 2023.

Refira-se, aliás, que o guardião, que agrada particularmente ao diretor desportivo, Hugo Viana, já esteve no mercado no último verão, mas a Roma não recebeu nenhuma proposta suficiente para a compra do passe e optou por cedê-lo dentro da Serie A. No entanto, deverá voltar ao mercado no verão. Segundo o Record, o Sporting não deu ainda qualquer passo concreto com vista à contratação de Olsen, que rumou ao futebol italiano, depois de ter ajudado a Suécia a atingir os quartos-de-final no Mundial de 2018.

Após uma época pouco feliz na Roma – com 58 golos sofridos em 35 jogos –, o sueco não conseguiu convencer o novo ‘imperador’ romano, o português Paulo Fonseca, e acabou cedido ao emblema da Sardenha, onde tem rubricado uma época de altos e baixos. A concretizar-se o interesse dos leões, a próxima paragem do possante guardião (1,96 m) poderá ser... Alvalade.

A confirmar-se a contratação de Robin Olsen, tratar-se-ia de um regresso dos leões ao mercado sueco, do qual já teve dois representantes: Eskilson, que esteve em Alvalade em 1988/89; e Farnerud, médio que esteve no Sporting entre 2006 e 2008.

Gabriel não festejou o golo que selou triunfo, diante do Famalicão, como sinal de insatisfação. Segundo o Record, as correções feitas por Bruno Lage durante a partida deixaram o médio aborrecido, daí que no final também não tenha ficado para jantar no espaço destinado aos jogadores e familiares, embora não tivesse sido o único a sair.

Preterido do onze frente ao Belenenses SAD, por opção, Gabriel voltou na partida da Taça de Portugal. Em período de compensação, apontou, de cabeça, o golo que dá vantagem aos encarnados nas meias-finais. Após bater Vaná, o médio ficou parado, enquanto era agarrado pelos companheiros, tendo depois corrido à procura de uma câmara, para dedicar o golo ao filho bebé, que nasceu em dezembro. Essa foi a única manifestação de maior euforia do luso-brasileiro.

Ainda que tal não tenha passado de uma reação momentânea e que tudo esteja resolvido entre as partes, Gabriel não jantou com os companheiros, saindo logo do Estádio da Luz, escreve o diário.