26 fevereiro 2020

Interesse do Sporting em Rúben Amorim irrita Salvador; Empresário de jogadores do Benfica suspeito de fraudes com transferências; Dragões alvos de processo devido a racismo. GNR menciona no seu relatório insultos

A Comissão de Instrutores (CI) da Liga encontra-se a investigar um caso de cânticos racistas que terá sido protagonizado por adeptos do FC Porto ao defesa do Moreirense Abdu Conté. O processo disciplinar foi instaurado a 17 de janeiro – uma semana depois do jogo – pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol, com base no relatório das forças de segurança. Antes, portanto, do caso mediático ocorrido com Marega, em Guimarães.
Nem Artur Soares Dias, árbitro desse encontro relativo à 16.ª jornada, nem os delegados Fernando Silva e António Reis fizeram qualquer referência ao incidente que terá acontecido ao minuto 37, altura em que o jogador do Moreirense, de 21 anos, cometeu uma grande penalidade sobre Corona. Situados na bancada de topo do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, adeptos portistas terão dirigido insultos ao internacional sub-19 português, natural da Guiné-Bissau, que foram registados pelas forças de segurança destacadas para o encontro. A palavra “racismo” constará mesmo do relatório de segurança da GNR, que, no final do jogo, terá logo reportado o incidente aos delegados da Liga.
A CI estará agora a recolher elementos de prova ou a registar a sua inexistência, assim como a ouvir testemunhos para o processo, nomeadamente o do Abdu Conté (esteve na Liga na quinta-feira), não sendo de descartar que o árbitro Artur Soares Dias, assim como os dois delegados também sejam inquiridos. Agora, é necessário aguardar pela conclusão desta fase de inquérito para depois o CD decidir se existe matéria que comprove os alegados insultos racistas e que justifique uma sanção disciplinar ao FC Porto que pode passar por um a três jogos à porta fechada ou apenas por multa entre 20 mil e 100 mil euros. O FC Porto, para já, não faz qualquer comentário à instauração deste inquérito.
Os dragões arriscam a “sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos”, conforme refere o artigo 113 do regulamento disciplinar do CD, sobre“Comportamentos discriminatórios em função da raça, religião ou ideologia”. A recolha de prova, porém, não é simples e isso mesmo foi admitido por José Manuel Meirim, presidente do CD, quando emitiu um comunicado a propósito do caso Marega em que explicou que para sancionar um clube ou uma sociedade desportiva é necessária a existência de prova, “a recolher ou não na instrução disciplinar, pelo órgão próprio, que não o Conselho”, de que tenha ocorrido uma situação de promoção, consentimento ou tolerância.
Refira-se que, na semana passada, o FC Porto foi punido com um jogo à porta fechada pelo CD devido a um ato de ofensa corporal a agente desportivo na final da Taça de Portugal, a 29 de maio de 2019.

O interesse do Sporting em Rúben Amorim não agradou a António Salvador, que tenciona manter o técnico no Sp. Braga. Aliás, o líder do clube bracarense sabe que estas notícias podem causar alguma desestabilização numa fase em que os dois clubes estão envolvidos na luta pela terceira posição que, recorde-se, dá acesso direto à Liga Europa na próxima temporada.
O técnico, aos 35 anos, está a surpreender, devido ao rendimento que o Sp. Braga está a apresentar, e é justamente este sucesso que o colocou no radar do clube leonino. Silas só tem contrato até ao final da temporada e a SAD leonina está a estudar todas as alternativas que tem em cima da mesa de forma a preparar a próxima época, escreve o Record.
A decisão sobre a continuidade do atual técnico leonino, muito provavelmente, só será anunciada em maio, mas os dirigentes leoninos têm consciência de que a planificação do Sporting 2020/21 não pode esperar mais três meses.
É neste contexto que surge o nome de Rúben Amorim, um treinador jovem que já mostrou no Minho que não hesita em apostar em jovens oriundos da formação. Hugo Viana, que curiosamente jogou com o treinador em Braga, conhece bem as suas qualidades, e pode fazer valer esta relação pessoal para fazer pender os pratos da balança para o lado do clube de Alvalade.
Um trunfo que está no lado de António Salvador é a cláusula de rescisão que consta no contrato de Rúben Amorim que, no passado mês dezembro, assinou um vínculo válido por duas temporadas e meia. Se o treinador decidir sair, o clube bracarense terá de ser indemnizado em 10 milhões de euros, um valor que António Salvador não tenciona baixar, sobretudo quando o interessado é um dos rivais.
A SAD leonina está ciente deste obstáculo, mas acredita que caso decida avançar para as conversações oficiais poderá tentar convencer António Salvador a baixar esta fasquia com jogadores. Contudo, de momento, tudo isto não passa de uma mera hipótese pois a única coisa que existe é o interesse leonino, escreve o diário.
Frederico Varandas e Micael Sequeira foram ontem confrontados com a possibilidade de Rúben Amorim trocar Braga por Alvalade na próxima temporada, mas nem o presidente dos leões, à partida para Istambul, nem o treinador adjunto dos bracarenses, na conferência de imprensa de lançamento do encontro de hoje, com o Glasgow Rangers, quiseram fazer comentários. Parece existir, em torno deste assunto, um muro de silêncio, respeitado por ambas as partes.

Empresário de jogadores do Benfica suspeito de fraudes com transferências. Fali Ramadani, o empresário albanês de futebol cuja empresa representa o ponta de lança do Benfica Haris Seferovic e vários antigos atletas do clube da Luz, está no centro de uma investigação das autoridades espanholas e da Europol por fraude e evasão fiscal, assim como branqueamento de capitais, alegadamente cometidos através de contratações fictícias de jogadores. Na mira das polícias há cinco indivíduos que terão conseguido desviar cerca de 10 milhões de euros.
A operação “Lanigan” resulta de uma das revelações contidas na massiva exposição de ilegalidades no mundo do futebol, o “Football Leaks”, da responsabilidade de Rui Pinto, atualmente preso em Portugal por tentativa de extorsão e crimes informáticos. A informação permitiu às autoridades espanholas detetar suspeitas de contratos fictícios nos quais agentes de futebol como Fali Ramani ocultaram rendimentos para fugir ao pagamento de impostos.
De acordo com a Guardia Civil e a imprensa espanholas, as investigações começaram em 2017, com a informação de que dois empresários de futebol da agência Lian Sports, de Fali Radamani, que presta serviços entre outros a Seferovic, Ljubomir Fejsa, Lazar Marcovic e Luka Jovic, compraram vivendas de luxo na ilha de Maiorca através de supostas empresas de fachada com sede em Malta.
Ainda de acordo com a investigação, os empresários terão usado o clube cipriota Apollon Limasol para realizar contratações-fantasma. Foi precisamente a este clube que, em janeiro de 2016, o Benfica comprou, por dois milhões de euros, Luka Jovic, um jovem avançado natural da Sérvia que viria a ser emprestado e depois – através da cláusula de opção de compra – vendido ao Eintracht Frankfurt, da Alemanha, em 2019, por sete milhões de euros. No mesmo ano, o jogador foi vendido por 60 milhões ao Real Madrid. Com esta operação o Benfica viria a encaixar 22 milhões, graças às mais-valias obtidas pelo clube alemão.
“Após a monitorização exaustiva da origem do dinheiro a nível internacional, foi possível descobrir como esses agentes faziam parte de uma organização criminosa capaz de controlar vários clubes de futebol em países como a Sérvia, Chipre ou a Bélgica, realizando contratações fictícias, cujo conhecimento foi possível através do ‘Football Leaks’”, explica a Guardia Civil em comunicado ontem divulgado. Na mesma nota, aquela Polícia refere que o esquema permitiu a obtenção de “grandes benefícios monetários”, à custa de “grandes danos económicos aos clubes mencionados, bem como às autoridades tributárias dos países envolvidos”.
A operação desenrolou-se nas ilhas Baleares, Barcelona, Madrid, Málaga, Sevilha, Almeria, Valência, Astúrias, Guipúzcoa, Vitória e Pontevedra, onde decorreram buscas em residências e empresas. Não se sabe, ainda, se foi pedido o apoio das autoridades portuguesas, uma vez que a Lian Sports também fez negócios em Portugal. Na mira das autoridades está um escritório de contabilidade, com sede em Malta e delegações em outros países, que daria apoio aos suspeitos na ocultação de rendimentos e criação de empresas de fachada.

5 comentários:

  1. Racismo no FCPorto?....
    Querem ver que o assunto agora deixou de ter importância e passou a coisa normal...

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  2. O Sporting tem "interesse" no Ruben Amorim?
    Claro que tem interesse, como tem interesse no Guardiola ou no Kloop. O que não tem é pilim para lhes pagar, nem esses treinadores aceitariam ir para um clube de malucos.
    Assim, tal como aqueles miúdos que se babam em frente da montra de doces, ficam-se pelo interesse...

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  3. Ora deixa cá ver o que o pessoal do Porto Canal tem a dizer sobre os insultos racistas de adeptos do FC Porto a um jogador do Moreirense...
    Nada, niente, rien, nothing?
    E os outros "indignados" pelos cânticos racistas ao Marega por onde andam que só se ouve silencio?
    Santa hipocrisia. Até no combate ao racismo são hipócritas.

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    Respostas
    1. Caro anonimo, até ao fim vamos ver que não aparecem "provas" e que os GNR é que inventaram isso tudo!!!! Se calhar até eram do Benfica!

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  4. se ha merda o fifica ta la!!!! encornados desdentados a comedia de portugal

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