Vieira abre o livro: JJ nunca mais. Mourinho rejeitou proposta e Lage foi a opção. De Tomás inflacionado devido à má relação com o Real. A mudança de emblema, a Rádio, o Hotel, o desinvestimento nas modalidades, as Federações, o CAR e as escolas; Kevin Trapp na mira do FC Porto; Extremo a caminho do Sporting

A comitiva do Sporting partiu ontem para o estágio de pré-temporada que realizará em Feusisberg, na Suíça, sem Frederico Varandas e Hugo Viana. Segundo o jornal O Jogo, a cúpula da estrutura de futebol do Sporting ficou em terra, pois está a fechar o sexto reforço do plantel de Marcel Keizer para 2019/20, neste caso um extremo que joga nos dois corredores.

Depois de encerrar o moroso processo do médio Eduardo, presidente e diretor desportivo dos leões, respetivamente, viraram-se para as alas e querem dar ao técnico holandês mais uma opção, apesar depara a preparação em solo helvético terem seguido cinco elementos para a posição (Gonzalo Plata, Jovane, Matheus Pereira, Rafael Camacho e Raphinha), para lá de ainda haver quer Diaby (está a disputar a CAN) quer Acuña (terminou sábado a participação na Copa América). Porque vai então o Sporting contratar mais um?

Segundo o diário, Keizer pretende um plantel com pelo menos cinco alas e neste lote não deve caber Diaby, considerado como transferível, e Gonzalo Plata, que deverá começar com um período de adaptação na formação de sub-23. Falta Acuña, que apesar de dar ao treinador a garantia de fazer mais do que uma posição à esquerda, tem mercado e pode valer um encaixe considerável aos verdes e brancos. No sentido contrário está, por exemplo, Jovane, que apesar de ter preço fixado no mercado (15 milhões de euros), deverá manter-se no plantel a pedido expresso da estrutura.

A fechar, o perfil de quem vai chegar: sendo Antony, do São Paulo, uma oportunidade noutros termos, o reforço dificilmente chegará das Américas, onde a carga fiscal é elevada. A Europa tem sido o mercado preferencial da SAD.

O FC Porto está na corrida pela contratação de Kevin Trapp. O guarda-redes alemão, que completa hoje 29 anos, surge como um alvo de ocasião que pode não apenas constituir uma solução imediata para cobrir a baixa de Casillas, como conferir alguma estabilidade à baliza, sem colocar fora de questão a possibilidade de retorno financeiro futuro, escreve o Record.

A SAD já realizou contactos pelo guardião que representou o Eintracht Frankfurt na última época, por empréstimo do Paris Saint-Germain, mas o agente Pini Zahavi, que passou a representar Trapp há poucos meses, aguarda por um sinal decisivo que lhe seja direcionado por Pinto da Costa. O tempo urge e, com o estágio do Algarve já no horizonte, a resolução de um dossiê crucial como o da baliza não pode esperar, sobretudo quando a cobiça aponta a alvos de topo.

Segundo o diário, o negócio pode ser fechado por 7,5 milhões de euros, explorando o facto de Kevin Trapp estar a entrar no último ano de contrato com o Paris Saint-Germain, não incluindo os planos de Thomas Tuchel nem se mostrando disposto a renovar com o emblema gaulês. A fasquia salarial do guardião situa-se nos 2,5 milhões de euros limpos, o que supera a tabela em vigor por parte da SAD, mas sem afastar a possibilidade de acordo financeiro.

Neste momento, e com a contagem decrescente para o arranque da temporada oficial a apertar, o FC Porto terá de realizar uma investida determinada para garantir Kevin Trapp. Existe concorrência forte, como seria de esperar em face da sua projeção, mas as balizas dos principais clubes europeus encontram-se preenchidas, pelo que existe margem para que os dragões consigam seduzir o alemão. O simples facto de surgir como sucessor de Casillas e ocupar uma vaga que chegou a ser apontada a Buffon confere-lhe um estatuto superior que vem detendo nas últimas épocas, além de que o FC Porto é cabeça-de-série no acesso aos grupos da Champions, um patamar essencial para quem esteve na Liga Europa.

Luís Filipe Vieira abriu o livro numa reunião com sócios do Benfica, no Seixal, na tarde do último sábado. O presidente dos encarnado e outros dirigentes esclareceram os associados que ficaram sem resposta na assembleia geral de 7 de junho passado.
O jornal Record apurou, neste encontro com 18 sócios, realizado no Caixa Futebol Campus (CFC), Vieira fez-se acompanhar de diretores de outras áreas do universo encarnado, nomeadamente Tiago Pinto (futebol), Miguel Bento (marketing), Miguel Moreira (finanças) Luís Costa (sócios) e Luís Bernardo (comunicação), além de Nuno Costa (chefe de gabinete da presidência), que tratou da organização da reunião.
Durante mais de seis horas, os responsáveis benfiquistas deram todos os esclarecimentos, abordando temas tão diversos como futebol, formação, modalidades, marketing ou infraestruturas, e falando do presente e do futuro.

- Jorge Jesus não voltará a ser treinador do Benfica durante a presidência de Luís Filipe Vieira. A garantia foi dada pelo líder das águias e seus pares aos sócios presentes na reunião do Seixal. Por esse motivo, o amadorense não foi opção para ser o substituto de Rui Vitória.

- A sucessão de Rui Vitória foi um dos assuntos que mereceu várias explicações, desde logo com Vieira a esclarecer que não sabe como é que a notícia da saída do treinador veio parar aos jornais. Uma situação que, internamente, parece ter causado algum incómodo. Contudo, quando a decisão foi tomada, o primeiro nome na linha de sucessão – como oportunamente referimos – era o de José Mourinho. Só após o Special One ter declinado o convite e de Bruno Lage ter conquistado de forma convincente os dois primeiros encontros é que o setubalense passou a efetivo.
Sobre a atual equipa técnica benfiquista, Vieira confirmou que a cláusula de rescisão de Bruno Lage está fixada nos 20 milhões de euros. A novidade prendeu-se com a revelação sobre os valores com que os seus adjuntos estão blindados: cinco milhões de euros.

- Vieira explicou aos sócios que o valor pago (20 milhões de euros) por Raul de Tomas foi inflacionado pelo azedar das relações entre Benfica e Real Madrid, após a transferência de Garay para o Zenit, em 2014, a troco de 6 milhões, como foi comunicado à CMVM, tendo os merengues recebido metade daquela verba por terem 50 por cento do passe. O Real apresentou queixa no Tribunal Arbitral do Desporto, que daria razão às águias.

- Os responsáveis encarnados informaram os 18 sócios presentes na reunião do Seixal que está em aberto a possibilidade de serem feitas alterações no emblema. Embora não seja ainda um tema fechado, gerou alguma surpresa e pode vir a causar alguma discussão, a avaliar por diversas reações nas redes sociais.
O emblema do Benfica foi ajustado em 1999. A águia deixou de estar a agarrar a divisa - "E pluribus unum" - e passou a estar em cima da roda, uma alteração ainda hoje reprovada por muitos.

- Federações. Houve uma aproximação a todas. Relativamente à de hóquei em patins, ainda não foi possível agendar uma reunião com a nova direção.

- Rádio Benfica. Está previsto avançar, mas em formato digital, face aos custos elevados de um sistema analógico.

- Hotel. A infraestrutura anunciada em janeiro de 2017 vai avançar. Irá localizar-se na Rua Jardim do Regedor , onde funcionou, em tempos, a secretaria do clube.

- CAR. O centro de alto rendimento, em Oeiras, não está esquecido. O presidente referiu que objetivo é que possa estar pronto daqui a dois anos.

- Modalidades. O Benfica vai continuar a reduzir o orçamento, confirmando-se o que o coordenador estratégico das modalidades profissionais de pavilhão, Rui Lança, disse recentemente em entrevista ao nosso jornal.

- Escolas. O clube vai prosseguir a expansão de escolas de futebol nos EUA e na China. Foi referido, ainda, que há, no departamento de scouting, pessoas destacadas para vários mercados.