Dragões fazem forte ataque. Falam em 'farsa' e nos rostos da 'farsa' do campeonato que beneficiam o Benfica; Rui Costa assumiu erro com Rochinha no jogo com o Sporting; Leões muito atentos a avançado brasileiro; Máxima confiança em Sérgio Conceição no Dragão

O FC Porto mantém máxima confiança no trabalho de Sérgio Conceição e os responsáveis do topo do clube estão certos de que o próprio treinador não tem qualquer dúvida a esse respeito. O projeto de Pinto da Costa e Luís Gonçalves para o futuro do FC Porto assenta no técnico que renovou recentemente até 2021 e o contrato é para ser cumprido independentemente do que venha a acontecer até final da temporada, escreve o Record.

A próxima época é determinante a vários níveis para os azuis e brancos, desde logo porque a entrada na Liga dos Campeões é indispensável para que não aconteça um retrocesso no duro trabalho de recuperação financeira que foi realizado sob apertado controlo das regras de fair play da UEFA. Na perspetiva da SAD não faria sentido admitir sequer a separação em relação a um técnico que tem uma química muito forte com o balneário e com os adeptos, mudando de ciclo numa pré-temporada de alto risco caso seja mesmo necessário competir nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões após um defeso em que peças-chave do plantel deverão estar em ação em várias competições de seleções, como a Liga das Nações, Copa América, Taça das Nações Africanas e Gold Cup, complicando um eventual regresso antecipado de férias. Uma circunstância terrível porquanto, caso seja igualmente necessário discutir a Supertaça, o FC Porto terá de preparar-se para realizar nove encontros oficiais em agosto, com arranque logo nos primeiros dias desse mês e dispondo de um período de preparação que terá de ser reduzido ao mínimo. Ou seja, aconselhando à continuidade de ideias e métodos de trabalho.

Após o choque causado pelo empate em Vila do Conde, a poeira vai assentando e permite perceber com clareza que existe consenso muito forte em relação ao apoio ao treinador, da mesma forma que transparece a exigência de a equipa dar uma resposta diferente já perante o Aves, em que terá mais uma semana limpa para se preparar sem sobrecarga.

Uma maioria qualificada de participantes que se pronunciou no Inquérito do site do jornal Record discorda de que Sérgio Conceição deva sair liminarmente do clube no caso de não conquistar o bicampeonato.

Um total de 67,5% dos votos concentrou-se nas opções que vão contra a garantia dada pelo treinador no final da partida em Vila do Conde. Assim, 28,3% dos votantes entendem que Sérgio Conceição deve cumprir o compromisso assinado com o clube até 2021, ficando para recuperar o título. Um valor próximo, de 26%, acha que o técnico deve escutar a palavra final de Pinto da Costa, sejam quais forem os resultados, enquanto uma fatia de 13,2% só admite que Conceição reequacione o seu futuro no caso de, para além do campeonato, também não conseguir vencer a final da Taça de Portugal, contra o Sporting.

Sendo assim, restam 32,5% de votantes favoráveis a que Sérgio Conceição faça, por sua iniciativa, as malas caso não seja campeão. Ou seja, o desfecho que o próprio colocou sobre a mesa nas suas intervenções.

O árbitro Rui Costa reconheceu à comitiva vitoriana que avaliou mal o lance entre Acuña e Rochinha que está na origem do primeiro golo do Sporting. Confissão assumida ainda durante o período de intervalo, em que o juiz portuense também justificou aos minhotos que não recorreu às imagens de vídeo devido ao protocolo do VAR, dado que, no entendimento da equipa de arbitragem, a falta foi cometida fora da área, escreve o Record.

‘Mea culpa’ de Rui Costa, contudo, sem reflexos na revolta que o presidente Júlio Mendes fez questão de manifestar no final do jogo de Alvalade, quando revelou que "a falta de Acuña foi do tamanho de um camião".

No entanto, apesar das consequências do lapso de avaliação da equipa de arbitragem, bem como do tom cáustico do discurso de Júlio Mendes no final do encontro em Alvalade, a verdade é que os minhotos não vão enviar nenhuma exposição ao Conselho de Arbitragem da FPF, mas reforçam a esperança de todas as entidades "retirarem as devidas ilações".

O Sporting pretende reforçar a sua frente de ataque no próximo mercado de transferências e estuda aquela que poderá ser a melhor hipótese. De acordo com o jornal A Bola, os leões têm um alvo no Fluminense: Luciano, emprestado pelo Leganés, está na lista de potenciais candidatos a ocupar o lugar.

Com 12 golos apontados em 22 partidas, o avançado 25 anos tinha tudo para ficar no Brasil, porém, a falta de condições financeiras do clube para avançar com a contratação pode dar espaço aos verde e brancos.

O Fluminense tem uma preferência de compra sobre Luciano no valor de três milhões de euros, que não vai conseguir acionar.

Forte ataque do FC Porto à arbitragem, em especial ao encontro de ontem em Braga. Os dragões falam em "farsa" e 'denunciam' os "rostos da farsa". Leia o que escreveram os azuis e brancos no Dragões Diário:

A farsa
A 31.ª jornada da Liga portuguesa foi mais uma farsa e terminou com uma classificação que não espelha a verdade desportiva do que se passou no campo. Depois de o FC Porto ter empatado devido a erros próprios mas também com legítimas razões de queixa da arbitragem, ontem o Benfica beneficiou de erros crassos para vencer em Braga.

Com a equipa da casa em vantagem ao intervalo, o segundo tempo ficou marcado por uma sucessão de escândalos. As imagens falam por si:

1. O primeiro golo do Benfica resulta de um penálti inventado;

2. João Félix escapou ao segundo amarelo ainda com o jogo empatado – e só estava empatado, recorde-se, porque o Benfica beneficiou de um penálti inventado;

3. O segundo golo do Benfica resulta de um penálti por mão na bola que é menos evidente do que aquele que não foi assinalado a favor do FC Porto em Vila do Conde, quando Rúben Semedo foi particularmente ostensivo na forma como jogou a bola com a mão;

4. Mais tarde, já com o Benfica a vencer por 3-1 com esses dois penáltis, Florentino escapou duas vezes à expulsão.

Ou seja, o Benfica beneficiou de um penálti ridículo, dispôs de outro que revelou uma colossal diferença de critérios face ao que se passa nos jogos do FC Porto, conseguiu acabar o encontro com 11 jogadores quando devia ter terminado com nove, e graças a isso vai poder utilizar João Félix e Florentino, que deviam ser suspensos, na receção Portimonense.

Os rostos da farsa
Esta e outras farsas, como a que há três semanas acabou com a vitória do Benfica na Feira, só são possíveis porque há quem se disponha a protagonizá-las. E há figuras que se vão destacando.

Uma delas é João Pinheiro, o célebre Mostovoi, que ontem, no papel de videoárbitro, não reparou na grosseira simulação de João Félix que valeu o primeiro penálti ao Benfica - o clube ao qual há alguns anos chegavam as suas reclamações quando as coisas não corriam bem, com Nuno Cabral como intermediário. Também foi João Pinheiro que arbitrou o Feirense-Benfica, dessa vez no campo.

Outra figura em destaque é Bruno Esteves, que não serve para ser árbitro mas serve para ser videoárbitro. Foi ele que exerceu essa função na sexta-feira, no jogo de Vila do Conde, e não conseguiu ver nenhum penálti a favor do FC Porto. Há uns anos, era apontado como uma das grandes esperanças do clero português.

Por fim, há ainda Bruno Miguel Duarte Paixão, um clássico, que se estreou a influenciar decisivamente um campeonato há quase 20 anos, quando não viu nenhum penálti num Campomaiorense-FC Porto que ninguém esquece. Tem em comum com Bruno Esteves o facto de já só servir para videoárbitro, condição em que participou no Feirense-Benfica. E partilha com João Pinheiro o aparente hábito de se queixar a Nuno Cabral e de essas queixas acabarem nas mãos do então diretor jurídico do Benfica.

Perante estes factos, sobram duas perguntas: como é que estas figuras podem continuar a arbitrar? E, sobretudo, como é que podem continuar a participar em jogos do Benfica?