Vieira quer subir cláusula de Félix até perto dos 200M€; Sporting afinal encaixou 'apenas' 12M€ com Patrício. Saiba para onde foram os outros 2M€; Futuro leonino construído à volta de Bruno Fernandes. Outros que o Sporting quer 'agarrar'

Não há volta a dar: o Sporting e Bruno Fernandes confundem-se nas últimas semanas, pois é através dos golos e assistências do capitão que os leões têm vivido. Nesse sentido, escreve o Record, o presidente verde e branco, Frederico Varandas, não tem a mínima dúvida: manter o internacional português é a mais importante tarefa que a direção leonina tem pela frente nas próximas semanas.

A ideia de Frederico Varandas e companhia é, no plano teórico, extremamente simples: a importância que Bruno Fernandes tem na equipa – dentro e fora de campo – é por demais evidente e, por isso, o futuro do Sporting terá de ser construído à sua volta. A base do plantel da próxima temporada – e, na ideia do presidente sportinguistas, dos anos vindouros – terá o capitão como principal e mais importante figura. Por isso mesmo, Varandas já encetou negociações com vista à renovação do contrato do jogador, vínculo que, nesta altura, termina em 2023. Porém, mais do que aumentar os anos de ligação ou inflacionar a cláusula de rescisão (100 M€), Bruno Fernandes verá o seu salário revisto em alta, passando a ser o jogador mais bem pago do atual plantel, à frente de Mathieu ou de Bas Dost, por exemplo.

Além de Bruno Fernandes, há outros elementos que a direção liderada por Frederico Varandas deseja manter, nomeadamente aqueles que fazem parte do núcleo duro do plantel verde e branco. Coates, Battaglia e Gudelj, por exemplo, são elementos nos quais existe grande confiança por parte da SAD e nos quais será feito um investimento suplementar. Os casos de Mathieu e Bas Dost, dois jogadores que auferem ordenados considerados demasiado elevados para o atual estado das contas leoninas, serão avaliados cuidadosamente no final da temporada. 

Abrir porta da China custou 2 milhões. O relatório e contas relativo ao 1º semestre atualizou para 12 milhões de euros o encaixe do Sporting com a venda de Rui Patrício ao Wolverhampton. A diferença de 2 milhões de euros, a menos, comparativamente ao valor líquido que era público (14 M€), deve-se ao custo de um protocolo estabelecido entre os leões e o clube inglês, no âmbito da transferência do guarda-redes, tendo em vista a exploração do mercado... chinês.

Com fortes ligações a Jorge Mendes, o Wolverhampton tem como acionista maioritária a chinesa Fosun. Dois milhões de euros foi o preço que a SAD concordou em pagar pela parceria que, segundo o jornal Record apurou, prevê a realização de um jogo particular na China, ainda não agendado. Contratos, contactos comerciais, patrocínios e venda de serviços no gigante asiático são outras vantagens de que o Sporting poderá usufruir em virtude do protocolo, que objetivamente fez baixar o encaixe monetário por Rui Patrício, embora com estas contrapartidas.

O negócio foi fechado por 18 milhões de euros. Destes, 4 milhões foram usados para saldar uma dívida à Gestifute e mais 2 milhões aplicados no acordo que pretende abrir as portas da China e cuja existência foi revelada na quinta-feira pelo administrador Francisco Salgado Zenha. Em janeiro, David Wang chegou do Wolves por empréstimo para a equipa de sub-23.

Para o Sporting encaixar 12 milhões de euros com Rui Patrício, após a rescisão de contrato, a Gestifute abdicou de parte considerável do dinheiro que teria a receber (baixou as exigências de 9 para 4 M€) e o próprio guarda-redes abriu mão de um prémio (1 M€). Na fase final das conversas, o Wolverhampton alegou que não poderia pagar 18 milhões devido às regras do fair play financeiro e, escreve o Record, propôs ao Sporting o protocolo de entrada no mercado chinês. A alternativa foi aceite mas teve um custo avaliado em 2 milhões de euros.

O Benfica quer aumentar o valor da cláusula de rescisão de João Félix, atualmente cifrada nos 120 milhões de euros. Segundo o Record, Luís Filipe Vieira tem em mente um valor entre os 150 milhões e os 200 milhões de euros.

Esta decisão resulta do apertar do cerco dos tubarões europeus. Manchester United e Juventus já iniciaram negociações com os encarnados, tendo em vista as contratações de Rúben Dias e Félix. Os clubes inglês e italiano estão mesmo dispostos a desembolsar 180 milhões, correspondentes às cláusulas de rescisão de central (60 milhões) e avançado.

Neste sentido, Vieira está igualmente em conversações com o empresário Jorge Mendes para rever a blindagem de Félix – no caso de Rúben Dias, os 60 milhões de euros em vigor são para manter. O líder das águias quer blindar o avançado com uma cláusula astronómica, pois é sua intenção segurar o jovem por, pelo menos, mais uma época.

A cláusula atual, acordada em novembro passado, quando Félix renovou até 2023, é já a mais alta de sempre em Portugal – ao nível desta, apenas a de Gedson. Agora, Vieira projeta colocar o camisola 79 num patamar ainda mais alto, procurando capitalizar o interesse dos emblemas endinheirados.