Sporting com a Europa em risco por dívida ao Vitória. Prazo de pagamento até ao final do mês; Leões equacionam corte de relações e Mattheus não continua no Berço; Caso dos emails: testemunhas são ouvidas esta quinta-feira

O processo que opõe Benfica a FC Porto, pela divulgação de emails das águias por parte dos azuis e brancos, começa a ser julgado hoje, no Palácio da Justiça da Cidade Invicta. Os encarnados reclamam uma indemnização de 17,7 milhões de euros ao clube liderado por Pinto da Costa.

Na primeira sessão, de acordo com as nossas informações, serão ouvidas testemunhas arroladas pelas águias. Entre elas estão o diretor financeiro Miguel Moreira, e o diretor de comunicação Luís Bernardo.
A defesa do Benfica é assegurada por Armando Martins Ferreira e Gonçalo Malheiro, da Abreu Advogados. O clube liderado por Luís Filipe Vieira alega prejuízos causados pela divulgação dos emails e investimento feito na defesa, desde que o caso rebentou, em 2017.

O processo chega a julgamento, depois de Benfica e FC Porto terem falhado o acordo. A 11 de janeiro passado, os representantes dos rivais estiveram no Juízo Central Cível do Porto, sem que dessa audiência tenha saído qualquer entendimento. O Benfica referiu, então, que o rival iria "sentar-se no banco dos réus". O FC Porto ripostou, anunciando um pedido de reconvenção – solicitação de indemnização em sentido contrário.

Este processo começou com uma providência cautelar interposta pelo Benfica, em setembro de 2017, no Tribunal Cível do Porto, solicitando que fosse proibida a divulgação de emails, sob pena de pagamento de um milhão de euros por cada violação. Em outubro desse ano, o Tribunal da Comarca do Porto deu nega às pretensões das águias, que recorreram para a Relação.

Em fevereiro de 2018, chegou a decisão favorável, embora cada infração fosse punida com 200 mil euros. Em abril, o Benfica entrou então com um pedido de indemnização, visando FC Porto, o seu presidente, Pinto da Costa, os administradores Adelino Caldeira e Fernando Gomes e o diretor de comunicação Francisco J. Marques.

Dívida põe Europa em risco. O Sporting tem de acordar o pagamento de 4,1 milhões de euros (M€) ao Vitória de Guimarães no âmbito da transferência de Raphinha (que custou 6,5 M€) até dia 31, sob pena de não conseguir o licenciamento para participar nas competições de clubes organizadas pela UEFA, no caso a Liga dos Campeões e a Liga Europa, escreve O Jogo. É no último dia do mês que os clubes têm de apresentar os pressupostos legais que lhes permitam competir nas provas, os quais englobam, como é possível verificar no regulamento disponibilizado pela UEFA (Artº 49), a inexistência de dívidas vencidas a clubes de futebol, a trabalhadores ou autoridades tributárias e sociais.

Ora, é precisamente devido a dívidas vencidas aos vimaranenses – 4,1 M€ referentes à mudança de Raphinha para Alvalade –, que estes avançaram ontem com o pedido de insolvência de pessoa coletiva, a Sporting, SAD, que deu entrada no Juízo de Comércio de Lisboa. Os 30 mil euros colocados na ação são o valor mínimo exigido para a instauração da mesma, uma formalidade não relacionada com um pedido de indemnização. De acordo com o relatório e contas do primeiro semestre do exercício de 2018/19, o Vitória de Guimarães é o principal credor dos leões, no que diz respeito a clubes, devido a transferências de atletas, cujo montante a pagar ascende a 29,9 M€ – no caso de empresários atinge os 24,3 M€. O elenco diretivo liderado por Frederico Varandas terá agora de estabelecer um plano de pagamentos com mútuo acordo com os responsáveis do Vitória de Guimarães, de modo a licenciar o Sporting e obter a desistência do pedido de insolvência da sociedade.

Sporting equaciona cortar relações com V. Guimarães e Mattheus não continua no Berço. O pedido de insolvência apresentado pelo V. Guimarães contra a Sporting SAD, segundo o Record, poderá levar ao corte de relações entre os dois clubes. A decisão tomada pelos vimaranenses causou grande estranheza em Alvalade e, nesse sentido, já estão a ser equacionadas medidas de retaliação. Além do regresso do médio Mattheus Oliveira, que está emprestado ao clube minhoto até ao final da temporada, a suspensão de quaisquer contactos institucionais também está sobre a mesa e deverá mesmo ser formalizada nas próximas horas.