Sporting vai reunir-se com os bancos para renegociar acordo original; Leões querem agarrar em definitivo a 'voz' de Keizer no relvado; As intimidações originais de BdC a Geraldes

A visita ao Lusitano de Vildemoinhos, para a Taça de Portugal, representou a primeira oportunidade para Marcel-Keizer colocarem prática o seu 4x3x3 e para testar as qualidades de liderança do homem de confiança que encontrou em Alvalade. De acordo com o que o jornal O Jogo apurou, Gudelj será a extensão do treinador em campo e a relação “cúmplice” entre ambos esteve bem à vista no Estádio do Fontelo, fosse pelas constantes indicações táticas passadas pelo comandante holandês ou pela preocupação do atleta em corrigir os posicionamentos dos colegas.

A preferência de Marcel Keizer pelo camisola 86 em detrimento do compatriota Dost ou dos capitães Nani, Bruno Fernandes e Coates é explicada por uma questão tática associada ao crescimento de Gudelj enquanto craque dos relvados. Apesar de ter optado por representar a Sérvia a nível internacional, o reforço contratado pelos leões no último defeso fez toda a sua formação na Holanda e está perfeitamente adaptado às especificidades da posição “6” no novo 4x3x3 do Sporting, sistema que, no país das tulipas, é quase uma religião. O facto de ambos se terem “cruzado” no Ajax – o médio representava a equipa principal na mesma época em que Keizer tomou conta dos bês – também ajudou a cimentar a escolha do sucessor de José Peseiro e do interino Tiago Fernandes no comando técnico dos leões.

Determinado a corresponder à aposta do novo treinador e a estabelecer-se como uma das figuras de proa do Sporting, já com um olho no futuro, Gudelj, escreve o diário, está a estudar português com o objetivo de facilitar a comunicação com os colegas de equipa. Essa missão até nem é difícil para o médio, que já “arranha” a nossa língua à conta dos três anos que passou em Espanha durante a sua infância: o pai Nebojsa, que também foi jogador, representou o Logroñes e o Leganés.

Sporting quer 'agarrá-lo'. Gudelj está cedido pelos Guangzhou Evergrande até ao final da presente temporada, mas, segundo O Jogo, a SAD verde e branca já está interessada em agarrar o atleta em definitivo.

Este negócio pode ser facilitado pela duração de contrato com a formação chinesa, que termina em dezembro de 2019, o que o irá tornar um jogador livre para assinar por um novo emblema a partir de junho.

Segundo o diário, o médio sente-se feliz em Alvalade e isso poderá ser decisivo para a futura negociação.

Resolvido o dossiê do(s) empréstimo(s) obrigacionista(s), liquidação do novo e reembolso do anterior, o Sporting passa a estar concentrado na renegociação da reestruturação financeira com os parceiros da banca. Segundo o jornal Record apurou, os leões vão reunir-se em breve com o Millennium bcp e com o Novo Banco, no sentido de discutir os termos do acordo quadro que está em vigor desde 2014 e que foi fechado pela administração de Bruno de Carvalho.

A intenção do novo responsável pela pasta das finanças, Francisco Salgado Zenha, é renegociar o compromisso original, mas um dos pontos-chave está relacionado com um pré-acordo assinado a 6 de abril deste ano, imediatamente antes da sequência de acontecimentos que haveria de levar à queda do ex-presidente.

O entendimento, tornado público pelo próprio BdC, permitia ao Sporting recomprar 135 milhões de euros em VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis, neste caso em ações da SAD) por apenas 40,5 milhões, ou seja, pagar 30 cêntimos por cada unidade que vendera aos bancos por 1 euro. Na prática, um perdão de dívida, de 94,5 milhões de euros.

O tema será incontornável nas reuniões de Frederico Varandas e Francisco Zenha com os bancos, na certeza de que estes estão disponíveis para manter o pré-acordo e a nova administração da SAD considera que está perante "um bom negócio", como disse Miguel Cal em entrevista ao Record.

As negociações em torno da reestruturação financeira serão abrangentes e terão de levar em conta, ainda, os 40 milhões de euros que o Sporting deveria ter entregado aos bancos no verão, ao abrigo do mesmo acordo quadro, mas que utilizou para outros fins.

Detalhes do interrogatório a André Geraldes. A SIC Notícias revelou na última noite detalhes das declarações prestadas por André Geraldes no âmbito da investigação ao ataque à Academia de Alcochete, feitas a 12 de de novembro, destacando dois momentos nos quais o antigo team manager do Sporting diz ter-se sentido intimidado por Bruno de Carvalho.

O primeiro sucede a 8 de outubro, pelas 21:30, quando em sua casa alguém vai entregar uma pizza sem que Geraldes a tenha pedido. De imediato terá questionado por que razão tinha recebido aquela encomenda, algo que o estafeta justificou dizendo que vinha da parte de Bruno de Carvalho. A indicação estaria mesmo na nota da encomenda, que foi feita de forma anónima: "Entregar a pizza ao André e informar que vem da parte do Bruno de Carvalho".

Depois, na mesma altura, Geraldes revela ter recebido uma chamada anónima em tom ameaçador. "Vê lá o que fazes e por que caminhos andas", terá ouvido nessa mesma chamada.

No mesmo interrogatório, Geraldes revela que notou alterações no comportamento de Bruno de Carvalho, falando numa pessoa que se tornou "mais agressiva, rude e desequilibrada". Em relação ao ataque a Alcochete, o atual CEO do Farense garantiu nada ter a ver com o sucedido a 15 de maio.