Nápoles pode 'atacar' pérola do Sporting; 'Naming' do Estádio da Luz vai avançar; Bancos abdicam de 94,5M€ na reestruturação financeira do Sporting

O Sporting negociou um novo acordo de reestruturação financeira que obriga o clube a recomprar a totalidade dos VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) adquiridos por Novo Banco e Millennium BCP nos últimos anos.

A recompra será feita até 2026 não por 135 milhões de euros, quantia correspondente às emissões de VMOC feitas desde 2011 (55 M€+80 M€) e que foram financiadas pelos bancos parceiros, mas por 40,5 milhões de euros, ou seja, por 30% do montante investido pelas duas instituições de crédito.
Dito de outra forma, os bancos aceitaram vender ao Sporting, por 30 cêntimos cada, VMOC (que seriam convertidos em ações da SAD) que custaram 1 euro por unidade; entre os 135 milhões que pagaram e os 40,5 M€ que vão receber estão... 94,5 milhões de diferença.

O acordo foi obtido e assinado a 6 de abril, pelas administrações das três entidades envolvidas, tendo começado a ser trabalhado há meses, apurou o jornal Record junto de fonte oficial do Sporting. Parte destes elementos foram, de resto, partilhados ontem pelo presidente Bruno de Carvalho, em artigo de opinião no ‘Diário de Notícias’. O anterior acordo com a banca só permitia ao Sporting recomprar o valor suficiente de VMOC para manter a maioria da sociedade e não o total (por 1 euro e não por 30 cêntimos). A SAD avançará em novembro com uma emissão obrigacionista que pode realizar um encaixe máximo de 60 milhões.

Segundo o diário, a única contrapartida desta renegociação foi a constituição de uma conta penhor que nesta altura tem 5,115 milhões de euros (e que os bancos podem utilizar para gerar capital). Os leões comprometeram-se a chegar aos 17,5 milhões de reserva quando a nova época começar (o equivalente ao que seria necessário para manter a maioria da SAD através da recompra dos VMOC ao valor renegociado). Os fundos poderão resultar ou da venda de jogadores ou de outras receitas como a primeira prestação do novo contrato com a NOS.

A venda do 'naming' do Estádio da Luz vai mesmo avançar, garante o Record, e o acordo de milhões, que está praticamente fechado, será divulgado nas próximas semanas pela SAD liderada por Luís Filipe Vieira. Segundo as informações recolhidas pelo diário, as negociações neste processo, que têm decorrido ao longo dos últimos dois anos e que têm sido geridas com todos os cuidados por parte da sociedade benfiquista, estão perto de chegar a bom porto, mas as águias querem esperar mais alguns dias até comunicarem o novo nome do Estádio da Luz e os valores que estão envolvidos no processo.

Recorde-se que este é um tema abordado há vários anos no seio do clube da Luz e a verdade é que, recentemente, tanto Luís Filipe Vieira como Domingos Soares de Oliveira falaram publicamente sobre o 'naming'. O administrador executivo da SAD deixou mesmo claro que tem de existir um entendimento total com o novo patrocinador. "Temos de analisar quantas pessoas são impactadas pelo nome do estádio. Tentamos valorizar a nossa exposição mediática, nomeadamente nos jogos europeus. Hoje sabemos que, em média, 78 milhões de pessoas veem os jogos do Benfica na Europa. O que nos importa é que o patrocinador perceba o retorno que lhe damos", disse à BTV, em outubro de 2017.

Um mês antes, em assembleia geral, já o presidente do clube da Luz tinha abordado essa questão. "Não é fácil ter um ‘naming’ no estádio. Não é tão fácil como vocês dizem. É verdade que toda a nossa estrutura comercial está a tentar vender o 'naming', mas quando chega ao quase vem uma verba à qual o Benfica diz ‘não quero’, porque isto ainda não está em saldo, felizmente. É preferível ter lá a marca Benfica do que ter outra marca em saldo. Para isso fica como está, que está muito bem", afirmou então Luís Filipe Vieira.

Meios italianos próximos do Nápoles juntaram Gelson Martins à lista de desejos do emblema transalpino que esteve em Lisboa a negociar o guarda-redes Rui Patrício. As ditas publicações falam, porém, nas dificuldades para chegar a um acordo pelo alto preço, “sem descontos”, e pela forte concorrência de Bayern, Juventus e ingleses.