JJ não queria Wendel no Sporting. "O PSG não ficou com ele porque não quis"; "Quem é que quer jogar no Sporting com um presidente que insulta daquela maneira?"; Maquina da NASA para recuperar Jonas

Jonas ainda não se treina com os companheiros de equipa, mas mantém a capacidade de correr, especialmente por ter à disposição uma passadeira antigravitacional AlterG no Seixal. Esta máquina, considerada uma ferramenta de vanguarda na prevenção e recuperação de lesões, muito popular nos Estados Unidos e já indispensável nos clubes de topo europeu, permite ao avançado brasileiro correr sem os efeitos negativos do impacto desse exercício físico nas costas, escreve A Bola.

A passadeira é contributo em todo o processo de recuperação, que inclui, naturalmente, os tratamentos médicos e os exercícios das muitas sessões de fisioterapia.

Criada pela NASA, agência espacial dos Estados Unidos, para responder à necessidade de recuperação da massa muscular dos astronautas que regressavam do espaço, vítimas de atrofia muscular, depressa começou a ser utilizada em clínicas médicas, ginásios e equipas profissionais das mais diversas modalidades.

A AlterG, com custo aproximado de 30 mil euros, é adequada a pacientes ou atletas que recuperam de lesões ou operações, que necessitam de reforço muscular ou de treinar sem dor. Ao reduzir a gravidade até aos 80 por cento, diminui, substancialmente, o efeito do impacto da corrida nas articulações ou músculos durante o exercício, permitindo reabilitações mais precoces, exercícios com mais intensidade, reforçando a confiança do atleta lesionado.

O portal brasileiro UOL dedica, esta terça-feira, extenso artigo à situação de Wendel no Sporting, onde tem merecido poucas oportunidades por parte de Jorge Jesus para se mostrar na equipa principal dos leões. «Wendel poderia estar a jogar mais. Ao longo do último ano, demonstrou ter potencial para isso e, inclusive, entrou no radar de Tite na seleção brasileira. É natural, portanto, que cause incómodo a sua ausência recorrente na lista de convocados da equipa de Alvalade», lê-se no artigo, sublinhando-se que a situação do jovem «não deixa de ser inusitada por coincidir com um momento em que o treinador Jorge Jesus reclama do desgaste gerado pelo calendário no plantel.»

Adianta o UOL que, no Sporting, há quem atribua as escassas presenças de Wendel entre as opções de Jorge Jesus ao facto de o jovem, de 20 anos, ter rumado a Alvalade por «indicação» da SAD e «sem o aval do treinador». Neste contexto, são recuperadas as declarações do treinador leonino aquando da contratação do brasileiro.

«O PSG não ficou com o Wendel porque não quis. O Sporting não tem hipóteses de competir com o PSG. O negócio surgiu porque o presidente e quem quis investir na qualidade do jogador decidiu que era melhor», lê-se.

Não obstante, e já depois de superar uma «disputa silenciosa» entre familiares e agentes motivada pela gestão da sua carreira, Wendel «conquistou rapidamente» a admiração dos adeptos leoninos.

Carlos Barbosa da Cruz, antigo elemento do Conselho Diretivo do Sporting, não tem dúvidas de que o comportamento de Bruno de Carvalho para com os jogadores choca frontalmente com os superiores interesses do clube. «Quem é o jogador que quer jogar no Sporting, neste momento, com um presidente que os insulta daquela maneira? Se fosse jogador de futebol, não queria jogar no Sporting. Ver-me-ia confrontado com uma situação de desprestígio e desequilíbrio que nenhum jogador de futebol pretende», sublinhou, citado pelo site da Rádio Renascença, argumentando, noutro plano, que «dentro dos princípios de estabilidade e qualidade que o Sporting deve ter na sua equipa profissional de futebol, a manutenção de Jorge Jesus é uma situação desejável.»

«O problema é se há dinheiro para lhe pagar», ressalvou Carlos Barbosa da Cruz, apreensivo com «a circunstância de a SAD não pagar o empréstimo obrigacionista, que se vence proximamente, de 30 milhões, e de ter de ir ao mercado arranjar subscritores para um empréstimo de 60 milhões.»