António Salvador denuncia favores ao Sporting; Benfica deseja avançado do Shakhtar Donetsk; Conti reage ao interesse do Benfica; "O FC Porto não se deixa capturar pelo poder do Benfica"

Francisco J. Marques, em mais uma sessão do Universo Porto da Bancada, no Porto Canal, foi o último interveniente a tomar a palavra para fazer um balanço do triunfo no clássico da Luz. 

"O FC Porto não se deixa capturar pelo poder do Benfica. Há muita gente que tem atitude subserviente no futebol português. No período em que o Benfica teve grande sucesso ao ganhar quatro campeonatos venceu uma única vez o FC Porto, logo no início dessa fase.
Não deixa de ser motivo de reflexão o Benfica ter iniciado o clássico na frente da classificação, o mesmo que não consegue ganhar um jogo ao FC Porto há quatro anos, que faz zero pontos num grupo acessível da Liga dos Campeões e beneficia de equipas que não lhe fazem oposição. E, se fizerem, há sempre um Luís Godinho salvador", lamentou o responsável dos azuis e brancos.

A seu ver, "o clássico começou depois de um série de truques: o de Setúbal, o da dupla operação stop antes dos jogadores partirem para Lisboa… quando permitimos que os jogos sejam decididos pelos jogadores e treinadores o FC Porto não tem medo. Joga para ganhar. Na 1.ª parte não foi melhor, mas na globalidade do jogo foi muito melhor. O FC Porto teve atitude de conquista, a equipa e os técnicos estão de parabéns. A equipa quis ganhar, ganhou, e agora bastam 10 pontos para sermos campeões", concluiu Marques.

António Salvador não cala a sua revolta, registando o "sentimento de indignação por factos ocorridos nos jogos em que são intervenientes Sp. Braga e Sporting, cujas recentes arbitragens têm desvirtuado os resultados e, consequentemente, a classificação". Em carta assinada pelo seu líder que a SAD minhota dirigiu a Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e a que o jornal Record teve acesso, não ficou nada por dizer, sendo escalpelizado como ponto de partida "o que se verificou no Restelo".

"Foi mais uma machadada na verdade desportiva e mais um retrocesso naquilo que pode e deve ser uma ferramenta de apoio, tendo-se verificado uma vez mais que o VAR só é importante se houver competência de quem o utiliza", destaca o Sp. Braga, completando com um exemplo: "Questionamos o Conselho de Arbitragem como é possível validar o 3.º golo do Sporting quando existe uma infração clara no início da jogada por mão deliberada de Ristovski?"

Os arsenalistas sublinham ainda que Acuña devia ter visto o cartão vermelho no lance que cometeu falta para grande penalidade sobre Licá. "Como se explica isto, senhor presidente?", fica a interrogação, complementada pela queixa de que "já são várias as decisões direcionadas sempre de forma favorável ao mesmo clube, notando-se uma clara influência externa na classificação que desvirtua a mesma".

"Esta missiva não resulta da pretensão de quelquer benefício, mas sim que se reforce o trabalho conjunto para que haja maior isenção, rigor e, acima de tudo, verdade desportiva", acrescenta o documento que Salvador subscreve, lembrando a Fontelas Gomes que "o Sp. Braga, está, como se sabe, na linha da frente por mais e melhores condições para que a arbitragem nacional atinja patamares mais elevados. Não queremos dois pesos e duas medidas", é garantido como reflexão final.

A SAD fez as contas, analisando "jogo a jogo" e chegando à conclusão que o Sp. Braga foi prejudicado em quatro partidas, incluindo o duelo de Alvalade, pelo que deveria ter mais cinco pontos na tabela . Já o Sporting "tem nove pontos a mais na sua classificação", segundo detalham os minhotos, focando erros que favoreceram os lesões em 5 jogos.

Por tudo isto, António Salvador não tem dúvidas e fala numa luta pelo título que lhe tem sido negada: "Sr. Presidente, em condições normais o Sp. Braga estaria numa posição classificativa bem diferente, a disputar o título nacional. Temos sido impedidos de aspirar a tal objetivo, mas não podemos aceitar que nos retirem a possibilidade de aspirar à melhor posição possível, traduzindo em pontos aquilo que efetivamente tem sido feito por cada uma das equipas."

Facundo Ferreyra, avançado do Shakhtar Donestsk, é um dos nomes que mais agrada à SAD benfiquista para reforçar o ataque a partir da próxima época, avança o Record. No entanto, ao que foi possível apurar, o dianteiro argentino é um desejo caro para a realidade das águias, o que desde logo dificulta a tarefa de Luís Filipe Vieira e seus pares.

Aos 27 anos, o argentino termina contrato no final de próximo mês de junho e não tem sequer em perspetiva a renovação com o emblema ucraniano. Desde o último mês de janeiro que Ferreyra pode assinar um pré-acordo com um novo emblema. É precisamente desde essa altura que os tetracampeões estão em cima do goleador, procurando também antecipar-se de alguma forma à concorrência. Segundo o diário, Vieira deu indicações para avançar com este dossiê e foram vários os intermediários a movimentar-se neste sentido. Sabendo ter em mãos um jogador livre, o empresário do jogador desde início colocou a fasquia num salário de cerca de 2,5 milhões de euros líquidos, aos quais ainda será necessário adicionar mais 5 milhões de prémio de assinatura – aqui, já com a fatia do agente incluída.

E se a SAD benfiquista até está disposta a fazer um esforço financeiro para garantir o dito salário – tendo em conta que também não tem de desembolsar nada pela contratação –, já a verba extra das chamadas ‘luvas’ é vista como proibitiva na Luz. Caso Ferreyra venha ainda a baixar as pretensões financeiras neste capítulo, este é um dossiê que ainda poderá ter pernas para andar. No entanto, Vieira não deposita por esta altura muita esperança em tal cenário, até porque já ter sido informado de que há clubes como Inter Milão e Roma também na luta e mais dispostos a cobrir as ditas exigências.

Em julho de 2013, o internacional sub-20 argentino custou ao Shakhtar cerca de 7 milhões de euros. Um ano depois, os ucranianos cederam o goleador ao Newcastle, onde a experiência não foi bem sucedida. No regresso a ‘casa’, porém, o rendimento foi sempre aumentando, tendo Ferreyra apontado 28 golos em 38 jogos na presente temporada sob o comando de Paulo Fonseca.

Olhando para as exigências do atleta, este obrigaria a desembolsar cerca 10 milhões de euros só no primeiro ano de contrato, valor que a SAD não quer gastar. É preciso ‘emagrecer’ esta fasquia para tornar o negócio exequível.

Negociado pelo Benfica para reforçar o eixo da defesa na próxima temporada, como revelou O Jogo, Germán Conti não quer pensar para já na possível mudança para a Luz. Com o campeonato argentino a um mês do final (fecha a 13 de maio), o central de 23 anos, que já esteve na mira do Sporting em 2016, prefere focar-se em ajudar o Colón a atingir a sua melhor classificação no atual modelo da liga argentina. “O meu futuro é um tema que está a ser tratado pelo meu representante. Neste momento estou concentrado no que falta disputar no campeonato, porque ainda temos muitas coisas por que lutar”, refere ao jornal O Jogo o já capitão do Colón, que ocupa nesta fase o 13.º lugar do campeonato, procurando superar o 11.º que regista como melhor desempenho.

Com 1,93 metros, Conti é visto na Luz como um atleta muito promissor, face ao seu poderio físico e capacidade também de posicionamento e antecipação, razão pela qual as águias decidiram avançar para negociações com os responsáveis do clube de Santa Fé. Contactado pelo jornal, Silvio Villalba, empresário do atleta, escusou-se também a tecer comentários sobre o andamento do processo.