03 março 2018

Em Espanha têm uma certeza. "Portugal? Futebolistas mais pacíficos e dirigentes mais violentos”; Empresário de Talisca corrige o médio; "Jackson Martínez nunca mais vai ser aquele que brilhava no FC Porto"

Com contrato renovado até 2020 com o Benfica, Talisca diz ter sido "meio ameaçado" a estender o seu vínculo com as águias, tendo sublinhado, no final do Besiktas-Fenerbahçe da última quinta-feira, que o fez "contra a vontade". No entanto, ao jornal O Jogo, o seu empresário, Carlos Leite, garante que "não houve problema nenhum na renovação" do atleta. "O Talisca não foi forçado a nada, não foi forçado a renovar", garante.
O Benfica confirmou no seu Relatório e Contas do 1.º semestre de 2017/18 a renovação do contrato do atleta estudando nesta altura as várias propostas que já surgiram para vender o seu passe no final da temporada, ainda que o Besiktas tenha opção de compra válida até 31 de maio.

"Jackson Martínez nunca mais vai ser aquele que brilhava no FC Porto". A rescisão unilateral do clube chinês Guangzhou Evergrande com Jackson Martínez causou alguma surpresa na comunidade futebolística. No entanto, a condição física do internacional colombiano já não é novidade para ninguém, uma vez que o avançado sofre de uma lesão que o impede de jogar desde outubro de 2016.
Ao jornal Marca, o compatriota Faustino Asprilla, ex-futebolista, comentou o sucedido. "Infelizmente ninguém voltará a ver o Jackson que brilhou no FC Porto. Com a lesão crónica que tem nos tornozelos, é quase impossível que volte a estar bem e a ser o mesmo jogador que foi em Portugal. Aquele avançado que cumpriu o sonho de chegar à Liga espanhola, mas que teve a infelicidade de se lesionar a poucos meses de chegar ao Atlético de Madrid [novembro de 2015, no Chile-Colômbia], nunca voltará a ser o que as pessoas querem ou pretendem, porque o seu rendimento não vai ser igual", explicou.
"O Jackson vem arrastando esse problema crónico, mais ou menos com aconteceu com Van Basten, que teve de se retirar muito jovem, porque ele mesmo reconhecia que não conseguia suportar a dor. E há outro problema, a dor não desaparece, vai crescendo, fica mais forte, e o rendimento se continuar a jogar, diminui", concluiu.
O último jogo de Jackson aconteceu a 26 outubro de 2016, depois do avançado ter disputado apenas 15 partidas pelo campeão chinês (quatro golos).

O diário espanhol El País traça uma imagem muito negativa dos dirigentes do futebol português, especialmente os do Benfica, FC Porto e Sporting, num artigo publicado nesta sexta-feira. O artigo começa por dizer que “provavelmente não há no mundo um país com futebolistas mais pacíficos e dirigentes mais violentos”. “Falamos de Portugal.”
“Além de conhecerem o caminho para seus estádios, os três presidentes também conhecem bem a sede dos tribunais. O último foi o do Benfica, Luis Filipe Vieira, por alegada lavagem de dinheiro; antes tinha sido o do Porto, Pinto da Cosa, por associação criminosa; Bruno de Carvalho por tráfico de influências. Eles [os processos] tendem a não dar em nada, mas servem para aquecer os lobbies de ambos os lados”, escreve Javier Martin del Barrio, correspondente do El País em Portugal.
O jornalista lembra também palavras do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, num recente artigo de opinião, publicado nos três diários desportivos publicados em Portugal: “A constante crítica à arbitragem é imprópria de um país civilizado. (…). Estas críticas, muitas vezes vindas de dirigentes com as mais altas responsabilidades, potenciam o ódio e a violência. (…) Existem sinais de alarme no futebol português.”
O texto desta sexta-feira está disponível na página online do El País, com o título “Os incendiários do futebol português”. Nele são citados diversos episódios que envolvem presidentes de diversos clubes, com destaque para as recentes declarações de Bruno de Carvalho, feitas após a assembleia geral em que teve o apoio de larga maioria dos sócios presentes. Declarações que mereceram muitas críticas, como por exemplo do Sindicato dos Jornalistas, que acusou o dirigente leonino de tentar condicionar a liberdade de informação em Portugal.
São também relatados confrontos entre claques – sugerindo-se diversas vezes no artigo que a violência é instigada pelos dirigentes – e aborda-se o caso dos emails do Benfica (revelados pelo Porto Canal) e as consequências judiciais que está a ter.
“Portugal vive o melhor momento da sua história futebolística: campeão europeu de futebol e de futsal e com as maiores estrelas do mundo, Cristiano e Ricardinho. Os problemas não são nos relvados, os sarilhos do futebol português, nascem, crescem e multiplicam-se noutros palcos”, conclui o artigo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Regras dos comentários

O Fora-de-Jogo mantém um sistema de comentários para estimular a troca de ideias e informações entre seus leitores, além de aprofundar debates sobre assuntos abordados nos artigos.

Este espaço respeita as opiniões dos leitores, independentemente das suas ideias ou divergência das mesmas, no entanto não pode tolerar constantes insultos e ameaças.

Assim o FDJ não aceita (ou apagará) comentários que:

- Contenham cunho racistas, discriminatórios ou ofensivos de qualquer natureza contra pessoas;
- Configurem qualquer outro tipo de crime de acordo com a legislação do país;
- Contenham insultos, agressões, ofensas;
- Contenham links externos;
- Reúnam informações (e-mail, endereço, telefone e outras) de natureza nitidamente pessoais do próprio ou de terceiros;

Não cumpridas essas regras, o FDJ reserva-se o direito de excluir o comentário sem aviso prévio.

Avisos:

- Respeitadas as regras, é livre o debate dos assuntos aqui postados.
- Os comentários são de exclusiva responsabilidade civil e penal de seus autores e/ou “reprodutores”, participantes que reproduzam a matéria de terceiros.
- Ao postarem suas mensagens, os comentadores autorizam o FDJ a reproduzi-los no blog;

Não fique Fora-de-jogo nas suas palavras...