Unânime: Petrovic mal expulso; Descida aos juniores de três jogadores do Benfica gera discórdia na Luz

Unânime: Petrovic foi mal expulso. De resto nenhum erro a apontar pelos analistas de arbitragem no encontro de Alvalade. Gelson foi bem expulso.

João Félix, Nuno Santos e João Filipe foram reforços dos juniores do Benfica nos dois jogos da fase de apuramento de campeão já realizados. Utilizados na equipa B ao longo da temporada, desceram agora um degrau, numa aposta clara dos encarnados em vencer o campeonato da categoria. No entanto, esta estratégia, que algumas fontes contactadas pelo jornal Record consideram que visa "ganhar a qualquer preço", está longe de ser consensual internamente, gerando discussão.

Esta política do futebol de formação, área liderada por Pedro Mil-Homens desde setembro passado, representa uma mudança de paradigma. Até aqui, os jogadores que fossem já não voltavam atrás, salvo situações pontuais e muito específicas – neste caso, é preciso referir o afastamento precoce da Youth League, também com natural ligação ao atual cenário.

Explicando, nos anos anteriores, os encarnados sempre entenderam que os melhores jogadores, aqueles a quem reconheciam talento acima da média e características para poderem impor-se no plantel principal, fariam parte do denominado ‘grupo de elite’. Ou seja, andariam um escalão à frente dos outros, por forma a experimentarem níveis de exigência superiores rumo à tentativa de salto para o plantel principal.

Um exemplo recente é do Renato Sanches: com 17 anos, já jogava na equipa B; com 18, estreou-se na formação comandada por Rui Vitória. No final dessa época (2015/16), seria transferido para o Bayern Munique, a troco de 35 milhões de euros a pronto (mais 45 milhões por objetivos), e integraria a Seleção que se sagrou campeã europeia. Agora, há uma nova pérola no Seixal, precisamente João Félix. Em dezembro passado, o médio de 18 anos, que fez grande parte da sua formação no FC Porto, assinou novo contrato profissional (até 2022), ficando agora blindado por uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros. Esteio do conjunto de Hélder Cristóvão, o talentoso jogador tinha na 2ª Liga o espaço de evolução, competição em que marcou 3 golos em 15 jogos, 11 dos quais como titular. Estava na rampa de lançamento para a formação principal. Os casos de João Filipe e Nuno Santos não são tão vincados, pois haviam feito jogos nos juniores, apesar de serem opção na equipa B. Há algumas semanas que estão às ordens de João Tralhão.

Os encarnados procuram conquistar o título de campeão nacional de juniores cinco anos depois depois do último festejo no escalão. Nessa equipa, comandada por João Tralhão, pontificavam jogadores como Bruno Varela, Bernardo Silva, João Cancelo, João Teixeira e Hélder Costa, entre outros. Victor Lindelöf chegou a fazer quatro jogos pelos juniores em 2012/13. Desde então, o Benfica ficou em segundo, quarto, sexto e quinto lugar. Neste período, Sp. Braga e Sporting conquistaram um título cada e o FC Porto dois. De resto, o triunfo de 2013 já havia colocado ponto final a um jejum de oito anos. A águia voltou a apostar tudo por esse título.

O Benfica venceu os dois jogos da fase de apuramento de campeão, algo que só encontra paralelo no Sp. Braga, que lidera. E pode-se dizer-se que os ‘reforços’ deram seis pontos. Na primeira ronda, o Benfica derrotou o V. Setúbal, por 3-2. Os golos das águias foram marcados por João Félix, João Filipe e Nuno Tavares. Os sadinos haveriam de reduzir a diferença para um golo. No último domingo, o mesmo Félix abriu o livro na visita ao FC Porto, clube onde passou grande parte da sua formação. No centro de treinos de Olival/Crestuma, os dragões colocaram-se em vantagem, mas o criativo dos encarnados bisaria, resolvendo assim o clássico.