Sporting pagou os 13,3M€ à Doyen; Liverpool pode atacar na Luz; Comissão do Sporting origina agressões; DIAP investiga descida de dois árbitros da última época

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da comarca de Lisboa está a investigar a descida de divisão dos árbitros Jorge Ferreira e Tiago Antunes, dois dos quatro juízes despromovidos na última temporada (os outros foram João Matos e João Mendes), escreve o Record.

O processo que está em curso teve início no passado mês de agosto, quando o MP, através da procuradora-adjunta, requereu à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) elementos respeitantes ao sistema de classificações dos árbitros durante as duas últimas temporadas, bem como toda a informação relativa ao desempenho da Comissão de Análise e Recurso (CAR). O diário diz saber que existem suspeitas de ter havido interferência no processo que levou à classificação final e consequente descida dos árbitros, em especial de Jorge Ferreira e Tiago Antunes.

Entre as pessoas que o DIAP pretende ouvir – ou que já terá mesmo ouvido – estão Paulo Costa, Bertino Miranda e Ricardo Duarte, vogais da secção profissional do Conselho de Arbitragem, bem como Ferreira Nunes, antigo vice-presidente do CA.

Tiago Antunes foi quarto árbitro no Sp. Braga-FC Porto da última temporada (1-1), disputado a 15 de abril, e queixa-se de ameaças de Luís Gonçalves, diretor-geral do FC Porto, num caso que está também sob investigação, mas na comarca de Braga. O dirigente dos dragões disse que Luís Antunes iria ter "uma carreira curta".

O Conselho de Justiça (CJ) não atendeu ao pedido de reintegração de Jorge Ferreira no quadro de árbitros da Liga, tendo rejeitado o segundo recurso do árbitro de Braga. Tiago Antunes, que também viu o CJ dar-lhe razão no primeiro recurso, ‘obrigou’ a uma nova classificação dos árbitros, mas manteve-se nos lugares de descida.

De acordo com o Record, o Sporting já regularizou a dívida à Doyen, relativa ao diferendo entre os leões e o fundo de investimento liderado por Nélio Lucas. Em causa estava o pagamento de 13,3 milhões de euros, assim ordenado pelo Supremo Tribunal da Suíça após a transferência de Marcos Rojo, ex-Sporting, para o Man. United.

Recorde-se que, antes da mudança do argentino para Inglaterra, o Sporting rescindiu unilateralmente os contratos com a Doyen, detentora de 75 por cento do passe de Rojo, o que motivou queixa por parte do fundo de investimento.

Assim, os leões já receberam 6,1 milhões de euros, verba que estava retida pela UEFA enquanto a dívida não fosse saldada e que se refere a prémios nas competições europeias, nomeadamente na Liga Europa e na Liga dos Campeões.

O Liverpool está interessado na contratação do central Francisco Ferreira, mais conhecido por Ferro. Indiscutível na equipa B do Benfica, onde até é capitão, o defesa de 20 anos há muito é seguido, garante O Jogo, pelo emblema britânico, que estuda agora a possibilidade de avançar para negociações com o Benfica de forma a assegurar a sua contratação na reabertura do mercado de janeiro. Isto depois de já ter feito um primeiro ataque no último verão, mas negado pelo presidente Luís Filipe Vieira, uma vez que o líder máximo do clube da Luz vê o camisola 97 como mais um valor com capacidade para se afirmar em breve na equipa principal, onde Rúben Dias já se está a impor.

O eixo defensivo é, reconhecidamente, uma das grandes lacunas do plantel orientado por Jurgen Klopp, com os reds a olharem para Francisco Ferreira numa perspetiva de futuro. A intenção do Liverpool é garantir um jogador que possa fazer de quarto central, integrando os trabalhos da primeira equipa, onde poderá mostrar as suas qualidades diretamente ao técnico germânico, mas jogando numa primeira fase pelo conjunto sub-23, perfil para o qual identificam Ferro como uma solução bastante interessante, até porque não faltam informações no relatório sobre o central. O jovem jogador tem sido observado há mais de um ano e, depois da primeira tentativa falhada, a formação de Anfield prepara agora novo ataque, situação que é já do conhecimento do Benfica.

Internacional sub-21 português, seleção pela qual tem feito parceria no eixo defensivo com Rúben Dias, como sucedeu nos jogos cumpridos na última semana ante Roménia e Suíça, Ferro foi promovido a capitão na equipa B precisamente após a ascensão do camisola 66 ao plantel comandado por Rui Vitória.

Confiantes no potencial do jovem central, os responsáveis encarnados pretendem, porém, segundo apurou o diário, vê-lo mais liberto e a assumir maior preponderância na gestão da equipa, algo no qual acabava por ficar tapado face à forte presença de Rúben Dias na época passada. Por isso, em 2017/18 os gestores do futebol benfiquista decidiram atribuir-lhe a braçadeira de capitão, como que obrigando-o a soltar-se. E Francisco Ferreira, que apesar de atuar do lado esquerdo pode também jogar à direita, tem correspondido às expectativas.

Catió Baldé e José Fouto protagonizaram um episódio de agressões ontem num hotel em Lisboa, próximo do Estádio José Alvalade. A polícia foi chamada ao local, identificou e autuou os dois empresários. O agente guineense, de acordo com o Record, agarrou o espanhol pelos colarinhos e projetou-o no chão. Os funcionários da unidade hoteleira travaram o confronto e expulsaram ambos das instalações. "Se a polícia não chegasse eu provavelmente a esta hora estaria na cadeia", disse Catió Baldé.

Na base do desacato está a transferência de Rúben Semedo para o Villarreal, no verão. Baldé, representante de Semedo há longa data, e Fouto, intermediário próximo do Sporting, foram parceiros no negócio e partilhavam, desde 2016, os direitos de representação do jogador. O foco de divergência está relacionado com uma comissão de 1,4 milhões de euros proveniente do Sporting. Baldé teve conhecimento de que já terão sido pagos 700 mil euros da referida comissão à empresa de Fouto (a Buttonpath) e quis saber por que não havia recebido a metade a que diz ter direito. 

"Disse-lhe que me tinha mentido, porque me tinha dito que o Sporting não pagava nada e pagou e que queria os meus 50%. O Fouto começou a alegar que eu não tinha esse direito. No calor da raiva avancei para cima dele com agressões. As pessoas do hotel chamaram a polícia e fomos autuados", detalha Baldé. Contactado pelo diário, José Fouto garante que Baldé recebeu o que lhe era devido. "Uma transferência é um trabalho de várias semanas. O Catió Baldé só conheceu as pessoas do Villarreal no dia em que o Rúben Semedo assinou contrato. Não teve nada a ver com as negociações entre os clubes. Os pagamentos do acordo que tenho com ele estão todos em dia", assegura. Fouto desvaloriza ainda o incidente. "Não foi nada de grave."