Benfica "não viu nada de especial nele". Hoje será titular no Dragão

O clássico desta noite marca o batismo de João Palhinha em jogos grandes do futebol português. Foi no Sacavenense que começou a dar nas vistas e quem o conhece bem fala de um miúdo pacato, que não gosta de excentricidades, mas que, quando a bola começa a rolar, vira uma fera. Um lobo na pele de um cordeiro, poderia dizer-se.

A carreira de Palhinha é marcada por várias pessoas. Além da família, o grande apoio, também foram importantes o professor Miguel (seu primeiro treinador, na equipa da escola), Aurélio Pereira e os olheiros leoninos Akil Momade e Luís Curado, bem como o padrinho, José Nogueira. 

Uma grande exibição frente aos juniores leoninos, então orientados por Abel Ferreira, convenceu o Sporting e traçou o destino do médio. No entanto, com uma proposta interessante do Braga em cima da mesa, prevaleceu a vontade do próprio João Palhinha, sportinguista desde criança – Aurélio Pereira “ajudou” a persuadir os pais. E o Sacavenense cumpriu a promessa de não lhe cortar as pernas, libertando-o de borla... a troco de receitas futuras. “O Braga dava dinheiro na hora, seis mil euros, mas ele escolheu o Sporting e recebemos zero. Mas vamos receber 1,75% de uma transferência. Já nos pagaram cerca de sete mil euros quando chegou a oito convocatórias na equipa B e vamos encaixar à volta de 30 mil euros quando atingir as oito na equipa principal”, revela Manuel do Carmo, presidente do Sacavenense.. O salto na carreira era algo esperado por quem acompanhava Palhinha. “Uma vez disse ao pai: ‘Tens de tirar daqui o João, tem qualidade acima da média e está a perder-se. É altura de dar o salto’”, contou ao jornal O Jogo, Nuno Sampaio, que o treinou nos juniores. “Ele era sportinguista, e depois apareceu o Aurélio Pereira e fez o seu papel”, graceja o pai, João Palhinha. Já Luís Nunes, seu treinador nos juvenis, não percebe como o Benfica o deixou escapar: “Não viram nada de especial nele, o que eu achei estranho.”