Benfica contrata lateral brasileiro a custo zero; FC Porto faz novo ataque à arbitragem e deixa recado ao jornal A Bola

O lateral-esquerdo Marcelo Hermes, de 21 anos, entra nas contas do Benfica já a partir de janeiro, tendo os números apresentados ao jogador sido suficientes para assinar um pré-contrato, numa contratação que não implica custos de transferência para os cofres dos encarnados, avança O Jogo.

Em final de contrato com o Grémio, Hermes não chegou a acordo financeiro com o emblema gaúcho e fica com o passe na mão a partir do último dia do ano, tendo assim total liberdade para assinar por outro clube logo a 1 de janeiro.

Sem renovação, foi colocado a treinar à parte do plantel, no chamado grupo de transição – inclui jogadores das camadas jovens e outros que não entram nas contas do treinador –, situação que se mantém há cinco meses.

Os dirigentes do Grémio ofereceram ao lateral de 1,77 m formado no clube um aumento dos sete mil euros auferidos mensalmente para cerca de onze mil, mas o defesa pediu 30 mil euros, quase quatro vezes mais do que recebia. “Não queríamos pagar o que ele pediu, pelo que não chegámos a acordo. Gerou-se um impasse e agora não temos qualquer esperança na renovação. Depois do fim do ano, poderá ir para onde quiser”, afirmou Romildo Bolzan, presidente do Grémio, que, sem confirmar o destino, se limita a dizer-se “surpreendido por ele assinar por um clube como o Benfica”. E não explicou o âmbito da surpresa:“Digo apenas que é um bom jogador, um jogador regular.”

Também pretendido por um clube alemão, Hermes configura negócio de oportunidade. Por um lado, e tendo em conta a cobiça em torno de Grimaldo e ainda que Eliseu está em fim de contrato, garante uma opção sem custos, além de se tratar, por outro, de um jovem com margem de progressão.

Revolta. O FC Porto é que não está a deixar passar em claro a arbitragem de João Capela em Chaves. Esta segunda-feira, assim como fez nos últimos dois dias, voltou a dar cor à revolta da nação azul e branca através da sua Newsletter. Sobrou ainda espaço para enviar um recado ao jornal A Bola.

E ontem à noite isso voltou a ficar bem evidente. Jorge Sousa assinalou - e bem - uma grande penalidade a favor do Guimarães, no jogo com o Boavista, por um defesa cortar a bola com o braço. Fica assim mais uma vez evidente as instruções que o Conselho de Arbitragem dá aos árbitros, com a exceção do FC Porto, em que esse critério não se aplica e penálti só quando arrancam a cabeça ou partem uma perna, como bem diz o presidente Pinto da Costa. Jorge Sousa e João Capela decidiram de forma oposta, um esteve certo e outro esteve errado. Todos nós sabemos quem esteve errado, duplamente errado, mas o que é extraordinário é que para o Conselho de Arbitragem ninguém esteve errado, que é uma forma pouca elaborada de chamar estúpidos a todos os adeptos de futebol. Se não acreditam esperem para ver, ou lembrem-se do que aconteceu a esse talento precoce chamado João Pinheiro que, depois de meter a pata na poça em Setúbal, foi nomeado na semana seguinte para um jogo da Segunda Liga. Meus senhores, se querem ser sérios só têm uma coisa a fazer: quem comete erros grosseiros fica sem arbitrar. Quem comete muitos erros grosseiros fica muito tempo sem arbitrar. Enquanto não o fizerem andam a brincar.

O fiel amigo

O jornal "A Bola" tem uma longa tradição em matéria de arbitragem. Até manchetes já se fizeram assumindo as dores do dono. Nessa altura nunca o diretor Vítor Serpa veio com a ladaínha do editorial de ontem, em que desvalorizava as críticas à arbitragem do FC Porto. É intelectualmente desonesto, para não ir mais longe, e tem de haver limites na falta de seriedade. Já agora, consultem especialistas independentes, comummente aceites como imparciais, e façam a análise da época e publiquem as conclusões. Tudo rematado com um editorialzinho. Combinado?