Iker Casillas sempre olhou para Vítor Baía como um ídolo e um guarda-redes exemplar, mesmo na altura em que o português defendia as cores do rival Barcelona. Quando tinha 15 anos, teve a coragem de lhe mandar uma carta carregada de elogios para lhe levantar o ânimo, logo após um jogo de má memória com o Atlético de Madrid. Baía sofreu quatro golos nesse encontro da Taça do Rei (5-4) e foi muito criticado pela Imprensa espanhola.
Casillas tornou público o episódio quando chegou ao F. C. Porto, mas o antigo dono da baliza azul e branca já conhecia a história sem se lembrar, contudo, de ter recebido a carta entre as muitas centenas enviadas pelos adeptos.
“Há quatro anos, fui a Madrid e estive com ele, o Mourinho, o Pepe e o Ronaldo. Falou-me dessa carta e senti-me lisonjeado por ter sido ídolo dele. Ele identificava-se com a minha forma de ser e de jogar, eu percebo isso porque também tive as minhas referências”, contou, ao JN, Vítor Baía.
A admiração do espanhol pelo antigo internacional português perpetuou-se, mesmo quando já era intocável no Real Madrid. Em 2003/04, o F. C. Porto cruzou-se com a equipa espanhola na Liga dos Campeões e ficou registado mais um gesto de estima: “No final do jogo pediu-me para trocarmos a camisola e explicou-me que já me admirava dos tempos do Barcelona. Disse-lhe que o fazia com todo o gosto”. Essa camisola de Iker pertence agora ao F. C. Porto depois de Baía ter doado todo o espólio pessoal ao museu.
O português marcou uma era nos dragões e Casillas promete seguir-lhe os passos, pelas qualidades na baliza e também por ser uma figura mediática: “É uma marca mundial, vai dar visibilidade ao F. C. Porto e ajudar o clube a internacionalizar a marca, aquilo que não conseguiu fazer após as conquistas de 2003 e 2004 [Taça UEFA e Cham- pions]”. Além disso, o espanhol vai garantir muita solidez defensiva à equipa de Lopetegui. “Aos 33 anos está no auge, é a idade da grandiosidade de um guardião. É importante o F. C. Porto ter um guarda-redes que impõe respeito aos adversários”. Baía ainda não se encontrou com Casillas, mas pretende fazê-lo “o mais depressa possível”. Então, recordarão outras histórias, para além da célebre carta que Baía nunca leu.
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