"Carrillo tem de esquecer Nani e fazer melhor do que ele"

Para grandes males, grandes remédios, ou seja, não havendo Nani, a solução é encontrar quem faça... melhor do que ele. A fasquia dificilmente poderia ser colocada mais alta, mas Teófilo Cubillas não se fica por meias palavras. Aquele que é considerado o maior jogador peruano de todos os tempos aconselha o compatriota André Carrillo a desfrutar do momento hoje contra o Chelsea, em Stamford Bridge. “A vida está cheia de oportunidades e esta é uma grande oportunidade para Carrillo. Tem de chegar a Londres, esquecer Nani, esquecer o facto de ele não poder jogar, e tratar de fazer melhor do que Nani. Essa é a missão de um jogador. Se ele pensar que isso não vai ser possível, então não tem lugar na equipa”, afirma o antigo médio-ofensivo, de 65 anos, em declarações ao jornal Record.

A mensagem é simples: “Como amigo, referência, companheiro e compatriota, quero desejar-lhe a maior sorte e felicidade. Que desfrute, que goze, que viva o jogo com o Chelsea. Ele sabe o que tem de fazer para ter êxito e que contribua para um grande resultado do Sporting em Londres”, completa. Bem identificado com Nani, Cubillas admite que o internacional português é “um tremendo, tremendo jogador”, e avisa Carrillo que, “se vai substituí-lo, tem de tratar, não de riscar Nani da equipa”, mas antes de “assumir-se como referência do ataque” do Sporting, pois “tem qualidade” para render o camisola 77. “Não pode entrar a pensar que não vai ser capaz”, adverte.

Cubillas diz que La Culebra tem de melhorar no último passe e no capítulo da finalização.

O craque que passou pelo FC Porto na década de 1970 diz que acompanha Carrillo “mais de perto na seleção do Peru” e não deixa de congratular-se pelas origens de La Culebra. “Fico contente por ele, porque é um miúdo que saiu do meu clube no Peru, o Alianza [Lima ]. Tenho-o visto nos últimos jogos e tem vindo a crescer cada vez mais”, constata, certo, porém, de que o número 18 dos leões ainda tem margem para progredir. “Ele é jovem, nota-se que tem vontade de evoluir e grande desejo de fazer parte de uma equipa, porque não quer ganhar os jogos sozinho. Pelo que tenho observado, e digo-o com honestidade, acho que lhe falta definição nos lances. Ele cria muitas e muito boas jogadas. Mas, no último passe para um companheiro ou na finalização, tem de trabalhar um pouco mais”, analisa.

Os cinco golos de Carrillo em 2014/15, um recorde, não significam que o problema esteja resolvido. El Nene aponta para... o topo. “Ele que não pense que por ter marcado cinco golos já está tudo feito! Tem de querer mais. Que olhe para Messi, Ronaldo, que a cada domingo querem fazer mais e mais golos. O êxito de um avançado mede-se pelos golos que faz”, advoga.