29 janeiro 2014

"Sporting deve ser herói que tenta em vez de cobarde que falha"

Num balanço à primeira metade da época, Manuel Cajuda, treinador com mais de 500 jogos na Liga Portuguesa, conclui que “o campeonato está semelhante ao país”. O treinador descaroça a opinião considerando que “os ricos estão cada vez mais ricos e o pobres cada vez são mais". "Três equipas estão cada vez mais fortes e os outros com menos possibilidades de lutar”, sustenta o treinador em declarações à RR.
Quanto aos três grandes, Cajuda saúda o regresso do Sporting à luta pelo título. E apesar do discurso dos seus responsáveis, o treinador dá ao leão epíteto de candidato. “Se eu tiver gasolina para andar 100 quilómetros de certeza que ando 80”, metaforiza. “O Sporting nesta altura tem resultados mais que suficientes. Tem o melhor marcador, melhor ataque e melhor defesa. Mesmo que não queira assumir não vai conseguir refugiar-se muito mais tempo”, antevê.
Manuel Cajuda acha que “seria preferível nesta altura o Sporting assumir-se como uma das três equipas que pode ganhar, mesmo que tenha que chegar ao fim e pedir desculpa, argumentando que lutou mas não conseguiu". "Deve-se ser um herói que tenta, em vez de um cobarde que falha”, afirma.
O FC Porto tem meia época abaixo do habitual. ”É uma equipa que não sabe porque lhe está acontecer isto. Era a melhor equipa. Não me recordo do FC Porto terminar a primeira volta em terceiro lugar e de fazer uma Liga dos Campeões tão fragilizada. Dos 16 jogos, o Porto tem indicadores que não são normais. Não ganhou cinco”, argumenta Cajuda.
Mas apesar do momento do FC Porto, o experiente treinador continua a acreditar no dragão “pela maturidade, doutrina e filosofia”.
O Benfica, actual líder do campeonato, “está forte mas permanece a imagem da última época: será que não vai falhar no fim outra vez”, questiona o treinador. Manuel Cajuda recorda que “a equipa que menos costuma falhar nos momentos decisivos é o FC Porto".
Numa conclusão mais genérica à primeira metade da época, Manuel Cajuda não esconde “satisfação por ver que o campeonato tem três candidatos ao título nesta altura”. Por outro lado, o treinador lamenta que o futebol português tenha perdido algumas das suas melhores qualidades. “Uma delas é a criatividade. O excesso de metodologia, rigor e orientação táctica vieram amordaçar a criatividade do jogador. O futebol português perdeu criatividade mas também perdeu intensidade. Ver um vídeo de um jogo português e do campeonato alemão, não tem comparação", argumenta.

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