João Félix não pensa regressar ao Benfica; Apontado mas não é prioridade no Dragão; La Liga chama por extremo do Benfica; Regulamentos facilitam desvio de pérola do FC Porto; Hjulmand sobe a capitão do Sporting; O papel incerto de Kökçü na Luz; Negociações por médio do Benfica

Todos os anos, desde que deixou o Benfica, João Félix é associado ao clube da Luz, em virtude de as coisas não correrem conforme esperado no Atlético de Madrid, que pagou €126 milhões pelo avançado, em 2019.

O verão de 2024 não é, pois, exceção, com notícias que indicam que o regresso à Luz pode estar a caminho, mais a mais depois do sucedido no Euro 2024, mas é improvável ver novamente João Félix de águia ao peito. Não é impossível, mas é, de acordo com o jornal A Bola, francamente improvável.

Em primeiro lugar, porque o plano de João Félix, do seu agente, Jorge Mendes, do Atlético de Madrid, dono do seu passe, e do Benfica, o clube do coração, não é esse. Há poucos dias, fonte do clube da Luz garantiu ao diário que o Benfica não precisa de mais avançados, dado que tem Pavlidis, Marcos Leonardo, Arthur Cabral, Casper Tengstedt, Henrique Araújo e Schjelderup. E também na linha esquerda ou atrás do ponta de lança, onde João Félix poderia jogar, há fartura, com Aursnes, João Mário, Rollheiser, Kokçu, etc... Contratar João Félix seria, pois, desnecessário e caro, independentemente do indiscutível talento.

Seria, todavia, uma bandeira e faria a felicidade dos adeptos benfiquistas, daí que a porta da Luz nunca seja fechada. Mas funciona para João Félix como funcionaria para Renato Sanches, Bernardo Silva, João Cancelo ou qualquer outra estrela das águias. Se for oferecido em condições invejáveis, então o Benfica aceita o regresso.

As qualidades de João Félix não estão em causa e o jogador tem apenas 24 anos. Este é, no entanto, o entendimento da equipa que gere o futuro do avançado, assim como da família. Tendo isso em conta, olha-se nesta altura para as grandes ligas, onde o português continua a ter mercado. Recentemente, o Aston Villa, 4.º classificado da Premier League em 2023/24, com direito a Liga dos Campeões, surgiu no radar.

Há, segundo o diário, outros interessados, mas não há ainda proposta satisfatória. Aqui entra o Atlético de Madrid, o dono do passe, o clube que pagou os tais €126 milhões e que pouco retorno tem tido.

Para os espanhóis, emprestar João Félix ao Benfica é deitar de uma vez por todas a toalha ao chão, admitir que se enganou e que não há forma de recuperar o investimento. Nem mesmo uma oferta de €20 milhões deixaria os colchoneros satisfeitos e, na realidade, se houvesse a possibilidade de contratar o jogador por tão pouco então outros candidatos, de ligas mais fortes, apareceriam imediatamente.

O jogador, claro, aguarda por melhores dias. O empréstimo ao Barcelona não foi um desastre mas não correu conforme planeado, ao ponto de a continuidade na Catalunha poder estar seriamente em risco, o Europeu correu ainda pior. E não por causa do penálti falhado frente a França que ditou o inglório afastamento de Portugal. Na realidade, Roberto Martínez, o selecionador nacional, pouco apostou em João Félix, que esteve quase sempre num patamar francamente secundário.

Não obstante, para o avançado internacional português não é ainda o momento de baixar os braços e regressar a Portugal, pois o passo seria, indiscutivelmente, atrás.

Por fim, há ainda que contar com o detalhe das questões salariais: de Espanha chegam informações de que recebe €8 milhões/ano, o que representaria uma loucura para o Benfica, que tem como teto salarial €2 milhões líquidos/ano para os jogadores, o que representa custo de €4 milhões, face a impostos. E nem mesmo as vantagens da legislação que podem ser aplicadas a jogadores que regressam ao País (João Mário e Di María, por exemplo) parecem facilitar os custos a um ponto aceitável.

O regresso de João Félix ao Benfica seria, pois, um último recurso, um plano de emergência, um sinal de que o mercado teria corrido mesmo mal. E só poderia acontecer em Agosto, depois de gorados todos os planos. A, B,C e D.

O papel incerto de Kökçü na Luz. Já fora de cena no Euro’2024, Kökçü voltará ao Seixal a de 27 de julho. Com a exceção de Otamendi, que representará a Argentina nos Jogos Olímpicos, o internacional turco será o último elemento a juntar-se aos trabalhos, mas, provavelmente, ainda terá o papel na equipa indefinido quando voltar. A missão em campo dependerá do mercado. Depois de ter reclamado mais liberdade em campo, o médio, de 23 anos, acabou a temporada como 10 e ganhou margem para se manter na função após a saída de Rafa. No entanto, um possível regresso de João Félix dificultaria a vontade de Kökçü.
Por outro lado, a presença do jogador contratado ao Feyenoord por 25 M€ (mais 5 M€ por objetivos) no duplo-pivô ganharia importância se alguém desse setor sair. Florentino e João Neves têm mercado e, se ambos deixaram as águias, Leandro Barreiro, João Mário e Aursnes seriam as únicas opções realistas - pelo menos, antes de um ataque ao mercado - sendo que os dois últimos também contam para jogar mais adiantados, a partir de uma ala (e o norueguês também tapa eventuais buracos nas laterais). As propostas também podem chegar, mas o pai de Kökçü, em março, negou uma saída. “Tem objetivos e foi contratado para cinco anos”, disse Halis Kökçü à ‘Radyospor’. Importa, de resto, recordar as datas de regresso dos outros internacionais que estiveram no Euro. Trubin volta dia 18 e Bah a 21, enquanto António Silva e João Neves estarão no Seixal dia 26.

Negociações por médio do Benfica. O Celtic e o Benfica continuam a negociar a transferência de Paulo Bernardo e, de acordo com o ‘Daily Record’, os dois emblemas estão separados por 2 milhões de euros. As águias pretendem uma verba a rondar os 7 M€, mas os escoceses não desejam ir além dos 5M€. O Celtic sabia que o valor que estava previsto na cláusula de opção de compra era superior aos 5 milhões que agora oferece, mas deseja reduzir os custos da transferência de forma a poder suportar o salário do jogador, que é considerado elevado em Glasgow. Assim, deseja poupar num lado para, dessa forma, poder manter o vencimento do médio. Segundo a referida publicação, o Benfica também quer assegurar uma percentagem numa futura venda, à semelhança do que fez com Jota. Uma estratégia que no caso do extremo rendeu 7,5 M€, quando este trocou o Celtic pelo Al-Ittihad.

La Liga chama por extremo do Benfica. Prestianni apresentou-se no arranque da pré-temporada do Benfica, mas a sua saída em 2024/25 é um cenário praticamente certo. Roger Schmidt deu indicação para que o extremo argentino seja cedido na nova temporada e o jogador desperta nesta altura forte cobiça. De Espanha, segundo O Jogo, Sevilha e Alavés (ambos do primeiro escalão) juntam-se à corrida pelo jogador, sendo que o emblema de Vitória-Gasteiz, no País Basco, já avançou mesmo, tendo feito sondagens em relação à possibilidade de contratar o atacante de 18 anos. Já em relação ao clube andaluz, este é um interesse antigo, pois o Sevilha já tinha Prestianni na mira antes de este chegar à Luz.

Contratado em janeiro ao Vélez Sarsfield, num negócio que estava já adiantado desde o verão e que custou aos cofres benfiquistas nove milhões de euros por 85 por cento do passe, Prestianni não se conseguiu afirmar nos primeiros seis meses no Benfica mas não perdeu mercado. Nos Países Baixos, Ajax e PSV estão também a movimentar-se pelo atacante, sendo que, na Argentina, River Plate e Independiente mostraram já cobiça – Julio Vaccari, novo treinador do clube de Avellaneda, que orientou o extremo no Vélez, ligou mesmo ao futebolista.

O cenário mais provável para já passa por um empréstimo, que poderá incluir uma opção de compra, até porque apesar do talento detetado pelas águias em Prestianni, Roger Schmidt não se mostrou até agora completamente convencido com as aptidões e características do jovem atacante. Por isso, segundo apurou o nosso jornal, o treinador germânico já transmitiu aos responsáveis benfiquistas que Prestianni deverá rodar em 2024/25. Isto de forma a ganhar maior andamento e também outra capacidade para corresponder às suas exigências, quer estratégicas quer físicas.

Hjulmand sobe a capitão do Sporting. “Uma equipa precisa sempre de vários capitães e não só do que usa a braçadeira. Temos isso aqui no Sporting.” As palavras pertencem a Morten Hjulmand, em entrevista a ao jornal Record, a 17 de maio, e bem podem ter sido o prenúncio do que estava para acontecer, passados menos de dois meses. Na sequência da saída inesperada de Coates, que acabara de renovar por mais uma época, o médio dinamarquês, de 25 anos, é o escolhido para ser o novo capitão dos campeões nacionais, sucedendo ao carismático defesa uruguaio, que volta ao Nacional Montevidéu, aos 33 anos, após 369 jogos e 8 troféus, incluindo dois campeonatos, de leão ao peito.

“Só me vejo pelo que sou. Não quero dizer se posso, ou não, ser o futuro capitão do Sporting, porque, neste momento, temos o capitão perfeito para a nossa equipa”, dizia Hjulmand, no final da Liga 2023/24. Segundo Record apurou, o jogador contratado ao Lecce há menos de um ano será o primeiro da hierarquia oficial, um tempo canhão para atingir o estatuto, que vai partilhar com dois escudeiros, Daniel Bragança e Gonçalo Inácio, dentro do modelo habitual. A decisão será oficializada quando Hjulmand e Inácio se juntarem ao grupo de trabalho, o que acontecerá no estágio do Sporting em Lagos, que arranca já no sábado, dia 13.

Pote (26 anos) é outro jogador que estará no grupo de capitães e que poderá usar a braçadeira, na ausência de Hjulmand, Bragança ou Inácio. O mesmo se aplica a Nuno Santos (29) ou Ricardo Esgaio (31), dois dos mais experientes do plantel. Tendo em conta que estamos no início de julho, ainda assim, o plano fica sujeito a reajustes e pendente do mercado de transferências. Bragança e Inácio, desde logo, como temos vindo a noticiar, são candidatos a sair. O próprio Esgaio está a avaliar propostas e não é certo que fique.

Hjulmand surge como um herdeiro natural de Coates, ele que é uma de quatro figuras de peso que deixa o Sporting, a par de Neto, Adán ou Paulinho. O nórdico já desempenhou estas funções no Lecce e é um... aluno dedicado nas aulas de Português, que começou a frequentar, com Gyökeres, depois da chegada ao clube. A capacidade de comunicar com os companheiros, treinadores e árbitros, durante os jogos, é uma característica fundamental para um capitão. “Gosto de conectar-me com os outros. Tenho curiosidade por perceber como vai a vida deles, gosto de brincar com todos e de ter uma conversa séria, se for necessário e existirem problemas. É a minha forma de ser. Na minha vida pessoal, tenho uma relação próxima com a minha família. Sempre fui assim desde criança. Às vezes posso ser demasiado desbocado – alguns jogadores dizem isso. Mas faz parte de mim”, admitia em maio.

Apontado mas não é prioridade no Dragão. A possibilidade de Alex Sandro voltar ao FC Porto neste verão voltou a ter eco em Itália e Espanha, falando-se inclusive de uma reunião entre as partes e dois anos de contrato em cima da mesa. O lateral-esquerdo, 33 anos, está livre, depois de se ter desvinculado da Juventus, mas garante o jornal O Jogo que o regresso ao Dragão não é um processo que esteja a ser trabalhado neste momento.

Regulamentos facilitam desvio de pérola do FC Porto. O FC Porto mantém-se irredutível e quer liderar conversas para pôr termo a um regime de exceção que já foi aproveitado noutras ocasiões. Agente Faustino Gomes diz que a vontade é da família. O FC Porto continua irredutível no acompanhamento do caso de Cardoso Varela, mesmo depois das declarações de Faustino Gomes, agente FIFA que acompanha o avançado de 15 anos na viagem à Croácia e que, ontem, refutou a tese de rapto, garantindo que é a vontade da família que está a nortear o processo. A escolha daquele país, em concreto o Dinamo Odranski Obrez, da quarta divisão, é apenas um trampolim para o futebol alemão, quando Cardoso completar 16 anos (outubro) e prende-se com as regras da federação croata. Enquanto a FIFA tem normas muito apertadas para a transferência e agenciamento de menores, na Croácia é possível que um jogador amador assine por um clube da mesma estripe. Esta brecha já foi aproveitada várias vezes em situações semelhantes, mas é inédito com um internacional jovem português e que ainda recentemente brilhou no Euro Sub-17. Este é outro ponto com o qual os dragões não se conformam, ao ponto de estarem decididos a liderarem conversações com a FIFA para abolir este regime de exceção. Para a federação croata e para o Odranski Obrez, que está a tentar registar o jogador, já seguiu um alerta do FC Porto para que a inscrição não seja aceite, à luz das regras da FIFA. Nenhuma das imposições em transferências de menores poderia ser cumprida pelo Obrez, a começar pelo facto de os pais de Cardoso viverem em Angola, e André Villas-Boas não vai abandonar este caso, mesmo que o jogador, cumpridos os 16 anos, acabe por assinar pelo clube alemão que estará no fim deste esquema. O FC Porto tem provas que Wilson Sardinha, alegado tutor do jogador e que também o acompanha na Croácia, pediu três milhões de euros para a continuidade no Dragão – não pode haver comissões com menores de idade – da mesma forma que tem testemunhas da vontade manifestada por Cardoso Varela em seguir no clube.