21 outubro 2021

Rejeitou o Benfica e agora foi colocado na equipa Sub-23; Ainda os festejos do título do Sporting. "PSP usou da força e teve de a usar, designadamente na zona do Marquês"; Gesto fascista leva a suspensão de ex-tratador da águia Vitória

A inspetora-geral da Administração Interna garantiu no parlamento que a IGAI “não omitiu informação ou branqueou factos” no relatório sobre os festejos do Sporting, sustentando que tudo o que foi investigado consta do documento.
A pedido do CDS-PP, Anabela Cabral Ferreira esteve na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias para explicar o inquérito da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) aos festejos do Sporting em Lisboa como campeão nacional de futebol.
O deputado do CDS-PP Telmo Correia considerou o relatório “detalhado, rigoroso e que dá muita informação sobre o que acontece” a 11 de maio, mas lamentou que tenha existido “alguma omissão” relativamente à atuação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Em resposta, a inspetora-geral da Administração Interna assegurou que “não houve por parte da IGAI o intuito de omitir informação ou de branquear factos”.
“Não há omissão, tudo o que o foi apurado consta do relatório”, disse, dando conta que a IGAI é uma inspeção que goza de autonomia, o que significa que “não pode, nem deve e nunca fará branquear condutas”.
“O branqueamento pode passar por diversos fatores, designadamente podia passar pela omissão no relatório de factos que tivessem sido investigados e apurados. O que eu posso garantir é que isso não aconteceu. Todos os factos ocorridos e investigados estão no relatório, não há factos que tenhamos apurado e que não constem no relatório”, frisou.
A juíza desembargadora recordou aos deputados que não pode, nem deve fazer, uma análise política a esta questão, sublinhando que o inquérito visava apurar a intervenção da PSP no quadro das celebrações promovidas pelo Sporting.
“Todas as questões que se colocam relativamente à responsabilidade do ministro da Administração Interna, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa e Sporting é algo que não é objeto do inquérito”, afirmou.
A inspetora-geral sublinhou que a Polícia de Segurança Pública atuou “num contexto extraordinariamente difícil, em que havia milhares de pessoas na rua durante muitas horas em locais distintos”, tendo existido “por vezes” a necessidade do uso da força, mas “sempre de uma forma necessária, proporcional e adequada”.
Anabela Cabral Ferreira frisou que a IGAI concluiu que “não havia censura disciplinar a fazer à PSP” e sublinhou que a polícia teve de atuar e desenvolveu sua atividade perante um quadro de manifestação.
No entanto, admitiu que “há um outro caso em que poderá eventualmente ter havido excesso e uso da força”, sendo isto que está a ser apurado num processo que está a decorrer na IGAI.
“A PSP usou da força e teve de a usar, designadamente na zona do Marquês do Pombal, mas de uma forma absolutamente necessária e adequada e genericamente sem excessos”, considerou.
O relatório sobre a atuação da PSP nos festejos do Sporting como campeão nacional de futebol, a 11 de maio, foi apresentado a 16 de julho em conferência de imprensa em que estiveram presentes o ministro Eduardo Cabrita e a inspetora-geral Anabela Cabral Ferreira, tendo sido posteriormente divulgado o documento na página da internet da IGAI.
Questionada pelo deputado do PSD Duarte Marques sobre a sua presença na conferência de imprensa com o ministro, o que não é comum, a inspetora-geral justificou com "impacto que o caso teve junto da população".
O relatório da IGAI refere que os festejos, nas imediações do estádio e o cortejo até ao Marquês de Pombal, foram subordinados “a um modelo acordado entre o Sporting Clube de Portugal e a Câmara Municipal de Lisboa”, não tendo sido aceites as propostas da PSP sobre modelos distintos, designadamente o de celebração inteiramente no interior do estádio.
Após a divulgação do relatório, Eduardo Cabrita foi fortemente criticado por alguns partidos da oposição, nomeadamente CDS-PP e PSD, por não ter assumido a responsabilidade pela forma como decorreram os festejos.

Ex-tratador da águia do Benfica suspenso da Lazio após gesto fascista. A Lazio, da Série A italiana de futebol, informou hoje que suspendeu temporariamente o tratador da águia que simboliza a equipa, o espanhol Juan Barnabé, depois de este efetuar gestos fascistas na celebração de uma vitória.
Barnabé, que foi despedido do Benfica em 2010, por alegadamente ter agredido um diretor dos encarnados, trabalha atualmente para a Lazio, cujo símbolo também é uma águia, e viu-se envolvido em nova polémica, que pode ditar o seu despedimento.
O tratador surge num vídeo (ver aqui)no Estádio Olímpico de Roma a celebrar a vitória diante do Inter de Milão (3-1), no sábado, efetuando a saudação nazi em direção aos adeptos da equipa romana e quando estes gritavam ‘duce’, em alusão ao ditador italiano Benito Mussolini.
“Ao inteirar-se da existência de um vídeo em que se vê Juan Barnabé (que pertence a uma empresa exterior à Lazio) a fazer gestos que ofendem o clube, os adeptos e os valores em que nos inspiramos, tomaremos medidas junto da empresa para suspender de forma imediata a pessoa, com possível resolução dos contratos em vigor”, comunicou o clube.
Também hoje, a União das comunidades judaicas em Itália (UCEI) mostrou a sua indignação em relação ao vídeo em que Juan Barnabé faz o gesto de saudação nazi, com a águia Olimpia num dos braços.
“O futebol tem de se livrar dos fascistas e dos portadores de ódio, que se espalha nos campos de futebol e em lugares públicos”, disse a presidente da UCEI, Noemi Di Segni, justificando que a atitude do tratador não deixa dúvidas.
Não é a primeira vez que os adeptos ultras da Lazio demonstram ligações de extrema direita, depois de há uns anos gozarem com a imagem da adolescente Anne Frank, um símbolo entre os muitos milhões de judeus mortos, e mais recentemente colocarem uma tarja com a inscrição “Honra a Benito Mussolini”.

Rejeitou o Benfica e agora foi colocado na equipa Sub-23. Alvo do Benfica, mas contratado pela Juventus, Kaio Jorge está a sentir dificuldades em Itália. Esta quarta-feira, a Gazzetta dello Sport deu conta que o avançado brasileiro de 19 anos foi despromovido à equipa secundária da Vecchia Signora.
Com apenas um minuto somado esta época (entrou nos últimos instantes da vitória diante do Torino, 1-0), Kaio Jorge não tem impressionado Massimilliano Allegri que optou por enviá-lo para os sub-23. O objetivo passa por colocá-lo a disputar a terceira divisão do futebol italiano de forma a facilitar a adaptação ao país transalpino.
Uma medida que, para já, se revelou acertada. O avançado fez a estreia esta quarta-feira, diante do Albinoleffe (2-2) e marcou um golo.

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