28 outubro 2021

Investidor externo gera expectativa no Dragão; "Aviários não são parceiros estratégicos. Benfica tem de fazer coisas com rigor"; Pote com fome de matar o maior jejum desde que chegou ao Sporting

Numa altura em que o tema do investimento externo nas sociedades que gerem os clubes vai tomando conta das discussões do futebol, alguns emblemas vão alinhando estratégias, abordando caminhos, percebendo lógicas e objetivos de possíveis investidores e abrindo, no fundo, um horizonte que, embora seja já comum em alguns emblemas internacionais, em Portugal, salvo uma ou outra exceção, ainda é uma espécie de 'mundo novo' na realidade desportiva.
O Benfica tem avançado nesse sentido, recentemente, sobretudo com as investidas de John Textor, um milionário norte-americano que, há pouco tempo, foi recebido no Estádio da Luz para explicar os objetivos que tem com o desejo de entrada no negócio encarnado. A SAD liderada por Rui Costa já fez saber que foi pedida mais informação a Textor para que o emblema lisboeta possa continuar a estudar possibilidades.
Pedro Adão e Silva, antigo candidato à vice-presidência do Benfica, recomenda "rigor, exigência e seriedade" no caminho que o Benfica fará no sentido de estudar a possibilidade de entrada de um investidor externo na sociedade que gere o futebol encarnado.
No entanto, avisa que é preciso detalhar tudo pois o Benfica tem de compreender que há parceiros com os quais não deveria trabalhar. "Os aviários não são parceiros estratégicos", disse, aludindo ao negócio de José António dos Santos, conhecido por 'rei dos frangos', que é o acionista individual com o maior número de ações na Benfica SAD.
"As coisas têm de ser feitas de forma clara, transparente, sem negócios laterais e sem coisas, no mínimo, bizarras", esclareceu Pedro Adão e Silva, dizendo que o clube encarnado está no início de uma conversa com eventuais investidores mas trata-se de uma conversa que é preciso "tê-la".
Porém, Adão e Silva lembra que os benfiquistas devem estar atentos e serem informados dos passos que a direção vai dando, seja em que sentido for, e também eles refletirem. "É uma conversa que os benfiquistas devem ter. Há muitas formas de se fazerem estas reflexões coletivas. Não estou a dizer que é preciso convocar uma Assembleia Geral para se discutir o tema. Mas é preciso que seja partilhada informação sobre qual é o objetivo estratégico do clube e o que é que o clube procura para a SAD".
Além disso, Pedro Adão e Silva entende que o Benfica deverá também explicar aos seus sócios como ficará a administração, se entrar um investidor, e como ficará a relação clube-SAD.
"É uma dimensão importante de transformação e que tem de estar ligada à eventual entrada de parceiros estratégicos. Há um dever de exigência em relação a quem são os parceiros estratégicos".
Em comentário na Sport TV, Pedro Adão e Silva disse ser útil que os benfiquistas saibam e conheçam se o dito parceiro estratégico que possa entrar tem ideias de "modernizar o negócio e procurar a internacionalização da marca Benfica" que é, a seu ver, "forte em Portugal, na lusofionia e na diáspora" mas "globalmente não é forte". Para o ser, Adão e Silva entende que as exibições na Liga dos Campeões são fundamentais.

Pote com fome de matar o maior jejum desde que chegou ao Sporting. Pedro Gonçalves tem tido uma temporada afetada por uma lesão no pé esquerdo que o deixou fora de combate mês e meio, mas já somou quatro jogos desde esse problema... não conseguindo encontrar a baliza. Assim, o jogador de 23 anos agravou um jejum que dura agora há seis encontros, mais concretamente desde 14 de agosto, quando fez um golo em Braga, na jornada 2 da Liga. Por isso mesmo, Pote entra diante do V. Guimarães com a vontade de matar o maior jejum pelos leões, numa partida em que os verdes e brancos já deverão contar com outros pesos pesados como Adán, Porro, Coates, Palhinha e Paulinho.
O avançado está há 483 minutos sem marcar, o maior período sem golos desde que assinou pelo Sporting em 2020. Na última temporada, só esteve quatro encontros consecutivos sem faturar, mais concretamente de 9 a 27 de fevereiro, da jornada 18 à 21. Nessa altura, o Sporting venceu o Portimonense, o Paços de Ferreira e o Gil Vicente, empatando com o FC Porto, período que tem muitos contornos parecidos com o jejum em vigor, já que nos últimos seis jogos com Pedro Gonçalves em campo os leões foram capazes de bater Belenenses e Moreirense para a Liga, o Besiktas, na Liga dos Campeões, Os Belenenses na Taça de Portugal e o Famalicão na Taça da Liga. Só mesmo contra o antigo clube dele, o Famalicão, fora e a contar para o campeonato, é que o Sporting não venceu. Nesse período chegou aos 395’ sem golos pelos leões.
Na temporada passada, esteve brilhante em termos de finalizações, marcando 23 vezes nos 37 encontros realizados, sagrando-se o melhor marcador do campeonato. Conseguiu, até, uma sequência de seis encontros a marcar. Esta época arrancou bem, marcando na Supertaça contra o Braga, bisando com o Vizela e voltando a festejar um golo contra os arsenalistas, mas para a Liga. Os quatro golos ainda fazem de Pote o melhor marcador leonino – em igualdade com Nuno Santos – e o reencontro com o V. Guimarães pode ser mais um ingrediente para matar a fome: contra o rival marcou duas vezes e somou uma assistência, todas no mesmo jogo, valendo um 4-0 confortável ao Sporting na viagem ao Berço em novembro. Mais um golo colocaria o clube do Minho no pódio de maiores vítimas: Pedro Gonçalves já fez três golos a Santa Clara e Braga e cinco a Marítimo, de longe a maior presa.
“Somos mais fortes com o Pote, mas não estamos dependentes dele”, disse, há uma semana, Rúben Amorim, refletindo sobre a importância do jogador. No entanto, mesmo sem marcar, o efeito do camisola 28 sentese nos golos... dos colegas. O Sporting tem 27 marcados em 2021/22: oito foram obtidos no arranque da temporada, ainda quando Pote estava em campo. Já depois do regresso do jogador, mesmo sem faturar, o criativo viu do relvado sete dos 11 tentos marcados pela equipa: saiu frente a Os Belenenses quando ainda estava 1-0 (terminou 4-0), e contra o Famalicão, na terça-feira, foi chamado a campo quando os leões já venciam por 1-0.

Investidor externo gera expectativa no Dragão. Está aberta a corrida às ações do FC Porto. Na sequência das notícias que deram conta de que a entrada de investimento exterior na SAD pode vir a ser realidade num futuro não muito longínquo, a transação de ações da sociedade subiu a pique nos últimos dias, envolvendo valores que há muito não se viam no Estádio do Dragão. Desde 2ª feira até ao fecho da bolsa de Lisboa no dia de ontem, foram transacionadas 65.464 ações do FC Porto, o que representa, apenas no espaço de três dias, 24,4 por cento dos movimentos registados durante todo o ano – 268.256. Esta movimentação levou inevitavelmente à subida do preço das ações, que registou o máximo dos últimos 10 anos. A sessão fechou com os títulos a serem transacionados por 0,99 euros, algo que não se via desde novembro de 2010. À altura, mais precisamente no dia 10, o preço mais alto registado foi de um euro por ação.
Ao jornal Record, fonte identificada com o mercado de capitais no futebol português apontou como natural, face às notícias conhecidas nos últimos dias, que os pequenos investidores (não se conhecendo uma entidade que esteja a concentrar este fluxo recente) estejam a comprar ações na expectativa de que, aquando da chegada de um grande investidor, possam lucrar. Recorde-se que nesta 2ª feira, a Bloomberg noticiou uma ligação entre o FC Porto e a Certus Capital Partners, com sede em Londres, tendo em vista a avaliação e até a abordagem de possíveis investidores na sociedade azul e branca.

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