AG em Alvalade dia 23 colide com jogos das modalidades. Remarcações ou...casa emprestada são as soluções; "O clube está muito fraturado. Não é só por causa de Bruno de Carvalho. Quem pensa um bocado é logo classificado de antisportinguista"

Os associados do Sporting voltaram a chumbar o relatório e contas do clube verde e branco, seguindo um caminho que já fora tomado no ano transato, e negando também o voto positivo para o orçamento da corrente época. A decisão tomada em assembleia geral deixa a administração liderada por Frederico Varandas em dificuldades de gestão e deixa ainda presente um descontentamento dos associados, apesar dos resultados desportivos que, do futebol às modalidades, foram de sucesso em 2020/21.
Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, diz que é preciso que Frederico Varandas e os seus colaboradores faça uma reflexão ao que tem acontecido, mostrando-se até admirado que as contas fossem chumbadas pelos associados nesta altura, dado que, a nível desportivo, não têm faltado motivos de satisfação para os sportinguistas."Achei que os resultados passariam com normalidade e que tudo fosse aprovado pelos resultados desportivos, mas da forma como são feitas as assembleias não fico muito surpreendido", salienta, porém, Dias Ferreira, lamentando a forma como Frederico Varandas não capitaliza a atenção dos associados.
"Não há tentativa de mobilização. Há alterações que são precisas. Vejo uma displicência por parte dos órgãos sociais", referiu o ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral.
Dias Ferreira critica ainda a forma como as reuniões magnas vão decorrendo em Alvalade e diz que até ele, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral, não tem participado em tais momentos de discussão da vida do clube.
"Deixei de ir às Assembleias Gerais, que é o órgão mais importante do clube, e não considero que decorra com a dignidade. Já desde os tempos de Bruno de Carvalho. Só se desloca lá quem quer votar contra. Não se discute nada", sublinha José Dias Ferreira, antigo dirigente verde e branco.
Considerando que Frederico Varandas não gera consenso entre sportinguistas, Dias Ferreira salienta que não caberá a Bruno de Carvalho sustentar a culpa pelo Sporting estar dividido.
"O clube está muito fraturado. Não é só por causa de Bruno de Carvalho. O Frederico Varandas não foi eleito pela maioria absoluta dos votos, como a lei exige, e teve uma maioria relativa. Já falei da necessidade de se mudarem os estatutos. Ele manteve um discurso polémico e de crispação com associados e quem pensa um bocado é logo classificado de antisportinguista".
Em comentário ao jornal O Jogo, Dias Ferreira lamenta a forma como Frederico Varandas não consegue tirar proveitos mediáticos para a sua gestão dos resultados alcançados a nível desportivo na última época.
"Não está a capitalizar os bons resultados desportivos", referiu Dias Ferreira, lembrando que no próximo ano o Sporting vai a eleições e a posição de Frederico Varandas poderá não sair reforçada nas urnas, se for candidato. "Há eleições em 2022. Se não passarem as contas, essas terão de ser aprovadas algum dia".

A realização de nova assembleia geral, a pedido do Conselho Diretivo, no próximo dia 23, vai obrigar os leões a mudar dois jogos que estavam previstos para a tarde desse sábado no Pavilhão João Rocha. Em causa estão jornadas dos campeonatos de basquetebol e de andebol, com o CD Póvoa (15h) e o FC Gaia (18h30), respetivamente e que, devido à AG, terão de ser remarcados, ou para outro recinto ou para outra data. Neste momento, os leões estão a avaliar todas as possibilidades, na certeza, porém, de que a AG pedida pela direção deverá mesmo ir para a frente no dia indicado, que coincide também com a receção ao Moreirense, da Liga Bwin. A intenção de fazer coincidir a assembleia com um encontro da equipa principal é justamente aumentar a participação na AG, depois de, a 30 de setembro, a maioria dos 750 associados que compareceram na reunião magna terem chumbado as contas das duas últimas épocas e o orçamento para 2021/22. A alteração dos jogos do andebol e do basquetebol é tida, pois, como inevitável, na medida em que o objetivo será criar as melhores condições para que os sócios que se desloquem a Alvalade possam votar os documentos que, nas palavras de Frederico Varandas, foram rejeitados por uma “minoria de bloqueio”. A convocatória da AG, da responsabilidade de Rogério Alves, terá de ser publicada com um mínimo de oito dias de antecedência, neste caso até ao dia 15. A hora será um pormenor importante, pois o jogo com o Moreirense começará às 20h30. Ora, para ouvir os sócios, como pretende Varandas, os trabalhos poderão ter de arrancar bem cedo. E, se muitos quiserem usar da palavra, no limite haverá o risco de a AG se sobrepor ao próprio jogo com o Moreirense...