15 maio 2021

A prioridade de mercado do Sporting; Bruno Costa chega ao Dragão mas ficam a faltar mais dois médios; Beto identifica-se mais com os dragões; Marega ausente dos convocados

Será sem Marega que o FC Porto tentará, hoje, com o Rio Ave, assegurar o segundo lugar da Liga NOS, que lhe dará entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões de 2021/22. O maliano não foi convocado por Sérgio Conceição, depois de o anúncio da saída para o Al Hilal ter causado algum mau estar no Dragão.
Aliás, as possibilidades de o avançado voltar a jogar pelos azuis e brancos são praticamente nulas. Só mesmo um problema físico de Taremi, Toni Martínez, Evanilson e até Luis Díaz, que também poderá desempenhar as funções de segundo avançado, deverão levar o treinador a recorrer a Marega no encontro da última jornada do campeonato, com o Belenenses.

Beto identifica-se mais com os dragões. Beto, do Portimonense, está muito bem referenciado pelo FC Porto para reforçar o ataque na próxima época e tem sido, também, associado aos outros grandes de Portugal. Ontem falou à SIC Notícias e confidenciou que o tipo de futebol dos portistas é aquele com o qual mais se identifica. “Neste momento é o FC Porto. O estilo de jogo é mais direto, são mais práticos. São elaborados, mas não perdem tempo e vão logo diretos ao golo. Mas o Sporting também apresenta um sistema tático interessante, acho que também encaixava bem”, disse.
Apesar de ter garantido que, “diretamente”, não recebeu contactos de qualquer clube, Beto reconhece não ser fácil manter-se à margem do que vai ouvindo. “Mesmo aqui, na minha equipa, dizem que vou para o Benfica ou para o FC Porto. Mas quero acabar a época e só depois vou decidir. Só quero estar dentro das quatro linhas e fazer o meu melhor. Não posso virar as costas ao clube que me deu tudo. Se não houver outra hipótese, fico sem chatices”, assegurou. Ainda assim, gostaria de dar o salto e jogar na Liga dos Campeões. “É o sonho desde criança. Fico arrepiado só com o hino. É onde quero chegar, defrontar os melhores, ser melhor, é o meu objetivo máximo”, vincou. Por isso, FC Porto e Sporting estão em vantagem. “Sim, acho que sim, porque eles vão jogar a Champions”, riu. “Mas não posso dizer que têm vantagem, porque tenho de sentir da parte dos clubes que me querem que me vão fazer evoluir. É a única coisa que peço. Não quero chegar e marcar golos. Quero saber que o meu futebol está a evoluir dia após dia e treino após treino. A Champions só o futuro dirá, não tem de ser já”, fechou o guineense.

Bruno Costa chega ao Dragão mas ficam a faltar mais dois médios. Um ano e meio depois de ter saído em busca de minutos, Bruno Costa está a um passo muito pequeno de regressar ao FC Porto. O médio, de 24 anos, tem um pré-acordo com os portistas para as próximas cinco épocas e prepara-se para reentrar no Dragão como jogador livre, por se encontrar em final de contrato com o Portimonense, clube que o emprestou ao Paços de Ferreira em 2020/21. A assinatura da nova ligação aos azuis e brancos, bem como a oficialização da transferência, acontecerá mais perto do arranque de 2021/22, temporada para a qual a SAD já vai trabalhando. De resto, segundo O Jogo, é desejo dos dragões contratar mais dois médios à margem de Bruno Costa, uma vez que Grujic terá de regressar ao Liverpool e não é certo que Sérgio Oliveira, Loum e Romário Baró continuem. O primeiro por causa da valorização que obteve esta época, os dois últimos devido à escassa utilização que tiveram e ao desejo natural de jogarem com maior regularidade. Só Uribe, como demos conta oportunamente, é intocável nesta fase.
Um dos alvos é Stephen Eustáquio. A consumar-se, o médio até poderia reeditar no FC Porto a dupla do Paços de Ferreira com Bruno Costa. O processo, refira-se, evoluiu muito pouco desde o começo do ano, mas o princípio de acordo estava alcançado no início de fevereiro, pelo que só se os planos dos dragões mudarem muito é que, no final da época, o dossiê não avançará.
O caso de Bruno Costa avançou mais rapidamente, porque o antigo internacional sub-21 estava prestes a tornar-se um jogador livre e era preciso agir de forma célere, ainda por cima na ressaca de um temporada em que os sinais transmitidos aos azuis e brancos foram de uma evolução sustentada. O médio foi utilizado em 32 jogos dos pacenses e apontou quatro golos, um dos quais aos portistas, na primeira volta do campeonato, num encontro de má memória para a equipa de Sérgio Conceição, derrotada por 3-2.
Embora tenha permitido a Bruno Costa desvincular-se em definitivo do clube em janeiro de 2020, o FC Porto nunca lhe perdeu o rasto. Pelo contrário. O plano, que Sérgio Conceição balizou, passava por ver o que o jogador seria capaz de fazer com a regularidade que não tinha tido até então no Dragão. “Tem uma enorme qualidade e acho, tal com ele, que precisa de ter minutos e de uma nova experiência para vir ao cima a enorme qualidade que ele tem. O FC Porto, incluído o Bruno [Costa], achou melhor ir jogar para o Portimonense estes meses, porque lhe podem fazer bem”, referiu, na altura, o treinador.

A prioridade de mercado do Sporting. Rúben Amorim mantém-se firme na ideia e não desiste do que quis sempre no que ao reforço do corredor direito diz respeito, daí que em Alvalade o enquadramento seja claro: Ricardo Esgaio é a prioridade para a temporada 2021/22. Segundo O Jogo, o técnico leonino voltou a dizer aos principais elementos da estrutura do futebol profissional dos leões, concretamente o presidente Frederico Varandas e o diretor desportivo Hugo Viana, que pretende contar com o lateral-direito do Braga no elenco da próxima temporada. A insistência, em tudo semelhante ao que aconteceu com Paulinho – avançado internacional português que chegou a Alvalade em janeiro último –, apenas sublinha aquela que foi a intenção do técnico quando começou a preparar a época que está prestes a terminar, antes de contratar o indiscutível Pedro Porro. Então, o presidente do Braga, António Salvador, quando ainda estavam bem frescos os acontecimentos em torno da transferência de Amorim para Alvalade, assim como as questões de liquidação dos valores acordados entre os clubes, apontou para uma fasquia na ordem dos 20 milhões de euros (M€), exigência que, segundo o diário, o líder dos arsenalistas não faz de momento, pese as relações difíceis entre os dirigentes dos dois emblemas. António Salvador admite mesmo viabilizar um negócio em torno dos 10 M€, pois precisa naturalmente de receitas extraordinárias, ainda que em Alvalade se entenda que o montante é demasiado elevado para o que está a ser projetado.
Aqui entram duas armas negociais que podem ser determinantes, a primeira, talvez a mais importante ou decisiva, é a vontade do jogador. Ricardo Esgaio – que tem contrato até 2024 – já fez saber junto de colegas e pessoas próximas a vontade de mudar de ares, ele que aos 27 anos (amanhã festeja os 28) é um dos capitães de equipa, olhando para o regresso a Alvalade, onde se formou, com especial agrado, até porque terá a possibilidade de atuar na Liga dos Campeões, mesmo tendo Pedro Porro como concorrente. Outro dos fatores a ter em conta é que o Sporting detém 20% dos direitos de uma futura transferência do jogador. Os leões pretendem jogar com isso e não querem chegar a valores muito longe dos seis milhões de euros, reconhecendo que a batalha será sempre dura e até pode envolver a entrada de jogadores no negócio, como aconteceu com Paulinho – implicou a transferência em definitivo de Borja para o Braga e a cedência por empréstimo até ao final da época de Sporar.
É legítimo que se questione a necessidade de avançar para a contratação de Ricardo Esgaio quando o Sporting tem nas suas fileiras um internacional espanhol, que, pese a cedência por empréstimo do Manchester City até ao final da próxima época – os responsáveis verde e brancos querem avançar para a aquisição dos direitos económicos pela cláusula de opção de compra, os 8,5 M€ –, necessita de concorrência capaz de manter o nível qualitativo apresentado, mas tal é justificado por aspetos táticos e físicos. Estes últimos foram sempre uma incógnita para os dirigentes leoninos no momento da contratação do atleta, que vinha de uma época delicada com lesões musculares. Em Alvalade tudo correu de feição, mas nos últimos jogos da temporada os responsáveis clínicos e a equipa técnica tiveram particular atenção na gestão física de Pedro Porro, poupando-o sempre que possível, ele que de momento está lesionado e já terminou a época devido a uma rotura muscular na coxa esquerda. A próxima temporada, esperam os leões, será mais sobrecarregada em termos competitivos, daí que Rúben Amorim não pretenda correr riscos e deseje uma alternativa à altura. Depois entra o rigor e cultura tática de Ricardo Esgaio, que pode desempenhar funções em toda a ala direita, eventualmente em momentos de aperto recuar para a linha de três centrais ou mesmo derivar para a esquerda em caso disso, algo que já o fez ocasionalmente.

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